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Clareira Flamejante - O Norte do Paraná antes e depois do advento da energia elétrica

No papel de empresa cidadã, a Romagnole presta um importante apoio à preservação da memória e dos valores de um povo. Lançado em 2007.

No papel de empresa cidadã, a Romagnole presta um importante apoio à preservação da memória e dos valores de um povo. Lançado em 2007.

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de energia, seria criado o Serviço de Energia Elétrica do Paraná, que no ano seguinte

se transformaria no Departamento de Águas e Energia Elétrica - DAEE.

Nos anos 1940, quando uma civilização já se consolidava e os povoados se

transformavam rapidamente em aglomerados urbanos, o governo passou a agir de

maneira mais interessada. Ao simples anúncio de que uma cidadezinha começava a

nascer - e isto acontecia com freqüência surpreendente - a primeira coisa que fazia

era instalar uma coletoria, para garantir que todos pagassem seus tributos. Depois,

acionava a igreja para mandar logo um padre ao lugar.

No entanto, o que se via era um grande descontentamento por parte das

autoridades e da população dos municípios. Eles muito se queixavam do distanciamento

que havia entre o governo e as

regiões novas, as quais se sentiam desprestigiadas.

Cidades do Norte, como Londrina,

Maringá, Mandaguari, Apucarana, Arapongas,

Rolândia e tantas outras, pareciam nem

fazer parte do mapa do Paraná, apesar da

enorme riqueza que geravam com suas lavouras

de café e do tanto de impostos com os

quais engordavam os cofres públicos.

Uma das razões dessa insatisfação era a

inexistência de energia elétrica abundante,

situação que se agravaria com o advento da

Segunda Guerra Mundial, quando, na realidade,

começou a faltar combustíveis e gêneros

alimentícios. Muitas das famílias que

tinham se mudado para o Paraná eram provenientes

de regiões do País onde já estavam habituadas a esse conforto. Por isso,

para chamar a atenção dos governantes, os mais exaltados falavam até em desfechar

um movimento para anexar o Norte paranaense ao Estado de São Paulo.

Com recursos naturais oferecidos pela região, como quedas d’água, o município

de Londrina procurou resolver, pelo menos em parte, a questão da energia elétrica.

Em decorrência do rápido crescimento urbano e da inviabilidade de apenas manter

motores à diesel na produção de energia elétrica, a Companhia de Terras Norte do

Paraná (CTNP) acabou construindo inicialmente uma pequena usina hidrelétrica no

Ribeirão Cambé (onde hoje está instalado o Parque Arthur Thomas), aproveitando

uma queda d’água de 50 metros. A Usina Cambé ou Cambezinho, que mais tarde

passou a ser chamada “Dr. Fernando de Barros Pinto”, foi inaugurada em 8 de

fevereiro de 1939. Na época, Londrina contava com 10.531 habitantes. Os

responsáveis pela obra foram os engenheiros Gastão de Mesquita Filho e André

Kotchetkoff, contando com o trabalho de 50 operários. Precisou-se, para a sua

Acima, detalhe da

construção da

Usina Cambé ou

Cambezinho, a

primeira de Londrina,

inaugurada em 1939

onde hoje é o Parque

Arthur Thomas, no

centro da cidade.

(Fotos: Arquivo do

município e site do

Parque Arthur

Thomas)

45 10 41

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