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as deste tangível), que se deslocam para procurar manter esse percentual<br />

nesse patamar ou baixá-lo (Rullani: 2004, p.13-4).<br />

Na tentativa de oferecer elementos de quantificação do imaterial,<br />

o Relatório Lévy-Jouyet propõe uma dupla qualificação dos ativos<br />

imateriais e imateriais tecnológicos, dizendo que eles se qualificam<br />

por estarem relacionados ao imaginário e à organização. Por suas vez,<br />

o relatório propõe uma taxonomia dos ativos e investimentos imateriais<br />

em três grandes categorias: (a) Os investimentos em pesquisa<br />

e desenvolvimento e em softwares se traduzem assim em ativos de<br />

patentes, know how, design e modelos. (b) Os investimentos (ligados<br />

ao imaginário) de propaganda e comunicação se consolidam em propriedade<br />

intelectual e marcas. (c) Os investimentos (gerenciais) em<br />

educação e formação permanente e outras tecnologias da informação<br />

e da comunicação, bem como as despesas de marketing se consolidam,<br />

diz o relatório, em capital humano, bases de dados de clientes,<br />

fornecedores, assinantes, suportes de venda, cultura gerencial e processos<br />

específicos de organização da produção.<br />

Contudo, as três tipologias apresentam limites analíticos importantes,<br />

pois continuam usando o antigo paradigma. Elas conseguem<br />

distinguir mais os investimentos do que os resultados e, na realidade,<br />

a distinção não é nítida ao passo que seus resultados são dificilmente<br />

quantificáveis. Com efeito, o relatório do governo francês sobre o imaterial<br />

afirma claramente: “Seria errado reduzir o imaterial a determinados<br />

setores (...). Com efeito, a lógica do imaterial (...) se difunde para<br />

bem além desses setores específicos e envolve hoje a quase totalidade<br />

das atividades econômicas” (Lévy e Jouyet: 2006, p.12). Enzo Rullani<br />

(2009) também insiste: a economia dos custos e dos investimentos daquela<br />

que ele chama a “fábrica do imaterial” diz respeito não a uma<br />

firma, mas a uma cadeia produtiva. E a cadeia é o “mínimo”. O próprio<br />

Rullani radicaliza, dizendo: “somos todos – grande ou pequenos – capitalistas<br />

cognitivos” que tentamos, mesmo sem ter consciência disso,<br />

tornar rentável nossos investimentos: aqueles da famílias na educação<br />

dos filhos, das firmas em conhecimentos, dos territórios nos recursos<br />

culturais e infraestruturais; do Estado que investe em pesquisa e instituições,<br />

etc. “Todos juntos, enfim, investimos nas mídias interconectivas<br />

e na padronização artificial dos contextos de vida e trabalho”.<br />

Trata-se das próprias relações sociais e políticas que desenham os<br />

territórios produtivos e de uma mudança de paradigma que envolve as<br />

unidades de medida tradicionalmente utilizadas pelas contabilidades<br />

das empresas e das nações: “Apesar de seu caráter central para a criação<br />

de valor e o crescimento, a dimensão imaterial da economia esbarra no<br />

problema da medida, tanto no nível das empresas quanto no nível macroeconômico”<br />

(Lévy e Jouyet: 2006, p.13).<br />

Isso se traduz na desconexão crescente entre o valor das empresas<br />

(mercado dos ativos) e o lucro (mercado dos bens): segundo as ava-<br />

13<br />

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