04.09.2015 Views

:(){ Copyfight :| Pirataria & Cultura Livre };

COPYFIGHT_web

COPYFIGHT_web

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Sobre arte livre e<br />

cultura livre 1<br />

Antoine Moreau<br />

1. “Sobre arte livre<br />

e cultura livre”, texto<br />

da conferência dada em<br />

maio de 2009 na Bienal<br />

de Montreal. (original<br />

em francês, tradução de<br />

Natália Mazotte).<br />

2. Lawrence Lessig, Free<br />

Culture, How Big Media<br />

Uses Technology and<br />

the Law to Lock Down<br />

Culture and Control<br />

Creativity, Penguin USA,<br />

2004, versão em francês:<br />

.<br />

3. Licenças creative<br />

commons, originalmente<br />

onze, depois<br />

seis, sem incluir casos<br />

particulares<br />

A ruptura estética [das artes moderna e contemporânea<br />

no que diz respeito à tradição] traz em si<br />

uma nova forma de eficácia: a eficácia de uma desconexão,<br />

uma ruptura na relação entre a produção<br />

dos métodos artísticos e os objetivos sociais que eles<br />

definem, entre as formas inteligíveis, os significados<br />

que podem ser interpretados nelas e os efeitos que<br />

eles podem suscitar. Pode-se colocar isso de outra<br />

maneira: a eficácia de um dissenso.<br />

Jacques Rivière, Le spectateur émancipé,<br />

Se a experiência estética margeia a política é porque<br />

ela também é definida como uma experiência de dissenso,<br />

ao invés de como uma simples cópia ou como<br />

uma ética da produção artística para fins sociais.<br />

Rancière, Le spectateur émancipé,<br />

Com a chegada da Internet e uma maior aceitação dos meios digitais<br />

em muitas práticas culturais, podemos apontar um novo tipo de<br />

argumentação em favor de um novo tipo de cultura chamada “<strong>Cultura</strong><br />

<strong>Livre</strong>” 2 , baseada no compartilhamento e na disposição gratuita de produtos<br />

da mente humana. “<strong>Livre</strong>” aqui se refere a softwares livres, ou<br />

seja, cujo código é aberto (neste caso, livre é sinônimo de aberto). Estes<br />

programas são guiados por quatro liberdades fundamentais: liberdade<br />

para lançar e operar o software, liberdade para estudar a aplicação, liberdade<br />

para distribuir e melhorar o programa (bem como para publicar<br />

o código de melhorias posteriores).<br />

A questão dos direitos autorais (copyright e royalties) está no cerne<br />

desta nova premissa cultural. Um advogado, Lawrence Lessig, inspirou-se<br />

em 2001 nos princípios das licenças de software livre 3 para<br />

aplicá-los a outras obras que não softwares. No entanto, não se pode<br />

reduzir o ato de criação a questões legais, uma vez que, como eu acredito<br />

e vou elucidar, é o próprio processo de arte que abre e libera o<br />

ímpeto criativo.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!