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ook, etc.) É composto por camadas diferentes: desde a materialidade<br />
do hardware e da eletricidade até a imaterialidade do software rodando<br />
num servidor, num blog, numa comunidade. O rentismo tecnológico<br />
é alimentado pelo consumo geral e a comunicação social, pelas redes<br />
P2P e pelo ativismo da <strong>Cultura</strong> <strong>Livre</strong>. O rentismo tecnológico é diferente<br />
do cognitivo, pois é baseado na exploração de espaços (materiais e<br />
imateriais) e não apenas conhecimento. De forma similar, a economia<br />
da atenção 13 pode ser descrita como um rentismo da atenção aplicado<br />
sobre os limitados recursos de tempo-espaço do consumidor. Na<br />
sociedade do espetáculo e da mídia generalizada e impregnada, a economia<br />
da atenção é, em grande medida, responsável pela valorização<br />
das mercadorias. O tempo de atenção dos consumidores é como um<br />
pedaço de terra escassa que é constantemente disputada. No final das<br />
contas, o rentismo tecnológico é uma grande e importante parte do<br />
metabolismo que sustenta o tecno-parasita.<br />
É sabido como a nova economia tem sido basicamente uma desculpa<br />
para especulação sobre os mercados de ações. A bolha dos “ponto<br />
com” explorou uma espiral de valorização virtual canalizada através<br />
da internet e novos espaços de comunicação. Generalizando, todo o<br />
mundo das finanças é baseado no rentismo. Financeirização é precisamente<br />
o nome do rentismo que parasita as poupanças internas 14 .<br />
Hoje, mesmo os salários são diretamente escravizados pelo mesmo<br />
mecanismo: os trabalhadores são pagos em stock options e assim fatalmente<br />
cooptados pelo destino do dono do capital. Por fim, mesmo<br />
o conceito primordial de rentismo sobre a terra foi atualizado pelo<br />
capitalismo cognitivo. Como a relação entre underground artístico e<br />
shows de gentrificação, a especulação imobiliária está estritamente relacionada<br />
com o “capital simbólico coletivo” de um lugar físico (como<br />
definido por David Harvey em seu ensaio “The Art of Rent”) [HARVEY,<br />
2001]. Hoje tanto o capital simbólico histórico (como em Berlim ou<br />
Barcelona) quanto o capital simbólico artificial (como nas campanhas<br />
de marketing de Richard Florida ) 15 são explorados pela especulação<br />
imobiliária em larga escala.<br />
Todos estes tipos de rentismo são parasitas imateriais. O parasita<br />
é imaterial porque o rentismo é produzido de forma dinâmica ao longo<br />
da extensão virtual do espaço, tempo, comunicação, imaginação,<br />
desejo. O parasita é de fato material pois o valor é transmitido através<br />
de suportes físicos, tais como commodities no caso do rentismo<br />
cognitivo e do rentismo da atenção, infraestrutura dos meios de comunicação<br />
no caso do rentismo tecnológico, imobiliário, no caso da<br />
especulação sobre o capital simbólico, etc (apenas a especulação financeira<br />
é uma máquina completamente desmaterializada de valor).<br />
A consciência da dimensão parasitária da tecnologia deve inaugurar<br />
o declínio da velha cultura de mídia digitalista em favor de um novo<br />
culto distópico do tecnoparasita.<br />
isolada. As características<br />
e a economia de tecnologias<br />
de infra-estrutura,<br />
seja ferrovias ou linhas<br />
telegráficas ou geradores<br />
de energia, tornam-se<br />
inevitável que sejam amplamente<br />
compartilhados<br />
- que passará a fazer<br />
parte da infra-estrutura<br />
de negócios em geral. [...]<br />
Nas primeiras fases de<br />
sua construção, entretanto,<br />
uma tecnologia de<br />
infra-estrutura pode ter a<br />
forma de um tecnologia<br />
proprietária. Enquanto<br />
o acesso à tecnologia é<br />
restrito - por meio de limitações<br />
físicas, direitos<br />
de propriedade intelectual,<br />
custos elevados, ou<br />
a falta de padrões - uma<br />
empresa pode usá-la<br />
para ganhar vantagens<br />
sobre os rivais. “<br />
13. Veja: Herbert Simon,<br />
“Designing Organizations<br />
for an Information<br />
-Rich World”, in M.<br />
Greenberger (ed.),<br />
Computers, Communication,<br />
and the Public<br />
Interest, Baltimore: Johns<br />
Hopkins Press, 1971. See<br />
also: T. Davenport and J.<br />
Beck, The Attention Economy:<br />
Understanding<br />
the New Currency of Business,<br />
Harvard Business<br />
School Press, 2001.<br />
14. Veja: Christian Marazzi,<br />
Capitale e<br />
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