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eprodução é quase nulo e pode ser usada em simultâneo por qualquer<br />

pessoa que tenha uma cópia.<br />

É exatamente esta característica da reprodutibilidade ilimitada que<br />

exige que o regime de copyright transforme a informação em propriedade.<br />

Graças à concorrência, o valor de troca de qualquer bem reprodutível<br />

tende a longo prazo a baixar para o nível do seu custo de reprodução.<br />

Uma vez que existem poucas barreiras à reprodução de um bem informativo,<br />

este não pode ter outro valor de troca para além daquele relativo<br />

ao trabalho e aos recursos necessários para reproduzi-lo. Por outras palavras,<br />

a longo prazo não possui um valor de troca por si próprio. Assim,<br />

os donos desta propriedade (que, repito, não devem ser confundidos<br />

com os produtores) precisam de leis que impeçam esta reprodução. É<br />

apenas mediante a ilegalização da sua cópia por outros que os proprietários<br />

conseguem extrair uma renda pelo direito à cópia.<br />

Enquanto que a propriedade intelectual em si é criada pela lei, os<br />

bens materiais são escassos e rivais por natureza. Contudo, dado que<br />

a informação enquanto bem passível de ser copiado é convertida num<br />

bem escasso pela lei, ela também pode ser transformada em abundante<br />

pela lei, o que nos leva, finalmente, ao copyleft.<br />

COPYLEFT E COPYRIGHT<br />

A informação pode não ter qualquer valor de troca para além do<br />

copyright, mas tem certamente valor de uso sem o copyright e existem<br />

muitos produtores de informação cuja motivação para produzirem é a<br />

criação deste valor de uso, podendo ou não captar diretamente valor<br />

de troca. Não foi por isso surpresa nenhuma que a ideia do copyleft<br />

tenha surgido com força no campo do desenvolvimento de software,<br />

com a ascensão da comunidade de software livre.<br />

O software é usado na produção. Quase todo o escritório, universidade<br />

e fábrica depende de software na sua atividade diária, dado que para<br />

todas estas organizações o valor de uso do software pode ser diretamente<br />

convertido em valor de troca no âmbito da sua produção regular. Não<br />

através da venda direta de software, mas pela condução dos seus negócios<br />

– quaisquer que eles sejam –, pela venda do produto que comercializam<br />

e pelo usando softwares para aumentar a sua produtividade.<br />

Pagar por licenças de software e concordar com os termos restritivos<br />

dessas licenças não é do seu interesse. Como David Ricardo disse a respeito<br />

dos senhorios, o interesse de uma companhia de software como a<br />

Microsoft opõe-se sempre ao interesse de cada utilizador de software.<br />

As organizações que usam software, como escolas, fábricas, escritórios,<br />

empresas de comércio eletrônico, empregam no seu todo um número<br />

superior de programadores de software que as poucas empresas<br />

que comercializam software proprietário como a Microsoft. Assim, o sof-<br />

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