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também começa a abraçar o movimento artístico contra o copyright no<br />

sentido de integrar o compartilhamento de arquivos e o sampling num<br />

sistema de controle baseado na propriedade.<br />

Na medida em que o copyleft não permite a extração de renda para<br />

obter o direito à cópia e o que os proprietários pretendem não é algo<br />

que coloque em questão o regime de propriedade mas sim criar mais<br />

categorias e subcategorias de modo a que práticas como a compartilhamento<br />

de arquivos e a remixagem possam coexistir no âmbito do<br />

regime de propriedade. Por outras palavras, o copyjustright. Uma versão<br />

mais flexível do copyright que seja capaz de se adaptar aos usos<br />

modernos, mas que continue a incorporar e a proteger na sua essência<br />

a lógica do controle. O exemplo mais famoso disto é a chamada Creative<br />

Commons e a sua míriade de licenças “just right”. O lema do site diz<br />

tudo: “alguns direitos reservados”.<br />

A lei de ferro dos ganhos do copyright torna evidente que o fato de<br />

“alguns direitos serem reservados” não é em benefício os criadores de<br />

música, vídeos e outras obras licenciadas, uma vez que os artistas não<br />

dispõem dos meios para negociar por algo mais do que a sua mera<br />

subsistência. Desses “alguns direitos reservados”, o principal é o direito<br />

dos criadores transferirem a propriedade dessas obras a uma classe de<br />

proprietários. Sempre que a classe de proprietários conclua que é do<br />

seu interesse tomar posse dessa propriedade e, é óbvio, totalmente segundo<br />

os termos ditados pela classe de proprietários.<br />

A lei de ferro é demonstrada em “Artists’ Earnings and Copyright” 10 de<br />

Martin Kretschmer onde ele conclui que “o criador tem pouco ou nada a<br />

ganhar com a exclusividade” e no seu estudo de 2006 Empirical Evidence<br />

on Copyright Earnings 11 onde se pode ler o seguinte: “Os ganhos provenientes<br />

de atividades não relacionadas com o copyright e mesmo não<br />

artísticas representam uma importante fonte de receitas para a maioria<br />

dos criadores”. Para prová-lo inclui uma série de estatísticas chocantes<br />

como por exemplo o fato de que o valor médio do pagamento distribuído<br />

pela Performing Right Society do Reino Unidos em 1994 aos seus associados<br />

detentores de direitos foi de 84 libras (125 euros).<br />

Então se nem o copyleft, nem o copyjustright e nem tão pouco o copyjustright<br />

podem romper com a lei de ferro e fazer com que a riqueza<br />

dos artistas e outros trabalhadores enquanto classe cresça, existirá alguma<br />

razão para que um socialista possa estar interessado em licenças<br />

de propriedade intelectual.<br />

Os socialistas promovem a ideia que a riqueza deve ser partilhada<br />

de um modo mais justo e equitativo, bem como controlada pelas<br />

pessoas que a produzem. Talvez o melhor método de alcançar isto seja<br />

através de organizações descentralizadas detidas pelos trabalhadores,<br />

cooperativas e comunas. Para os socialistas interessados na autoorganização<br />

dos trabalhadores e na produção baseada num commons<br />

como instrumentos na luta de classes, a resposta é um “sim”.<br />

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