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:(){ Copyfight :| Pirataria & Cultura Livre };

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nado (modificado) para a comunidade de desenvolvedores. E quanto<br />

mais código estiver disponível como software livre, maior é o incentivo<br />

para outros simplesmente construírem encima de uma biblioteca<br />

de código livre já existente, e retornar as mudanças ao invés de construírem<br />

um novo programa do zero. Isso explica porque mesmo para<br />

empresas de computação, o desenvolvimento de software livre pode<br />

fazer mais sentido economicamente do quê o modelo comercial de<br />

código fechado (software proprietário). Além do mais, o desenvolvimento<br />

de software livre lucra da diferença entre código fonte e o resultado<br />

perceptível que não tem um equivalente exato na maioria do<br />

universo artístico: programas podem ser escritos para parecerem e se<br />

comportarem similarmente ou identicamente aos seus equivalentes<br />

proprietários desde que não usem código proprietário e não infrinjam<br />

as patentes e marcas registradas. Desta maneira, o unix da AT&T’s<br />

pode ser rescrito como BSD e GNU/Linux, e o Microsoft Office pode ser<br />

clonado como OpenOffice. Mesmo as patentes que poderiam estragar<br />

essa troca não são tão internacionalmente universais e nem tampouco<br />

duradoras como os direitos autorais. Em outras palavras, o desenvolvimento<br />

do Software <strong>Livre</strong> pode ser uma “arte da apropriação” sem<br />

infringir o direito autoral.<br />

No entanto, o mesmo não é possível para a maioria dos artistas.<br />

Faz pouco sentido para eles se restringirem ao uso de material, os<br />

quais o direito autoral já expirou ou que foi liberado sob termos suficientemente<br />

livres. O logotipo da Coca-Cola não pode ser clonado<br />

como um logotipo copyleft “FreeCola”, e não teria sentido para o Yes<br />

Men posar como uma Organização Mundial do Comércio Aberta<br />

(OpenWTO) ou para o 0100101110101101.org ter um funcionamento<br />

como “GNUke” ao invés de Nike. Mesmo se uma colagem inocente,<br />

remixagem e citação se tornam perigosa, por conta da paranoia dos<br />

direitos autorais da mídia corporativa (industrial) da Internet e de<br />

todos os modelos de negócios baseados em intimações e processos<br />

legais, esta é uma questão política de uso justo, não de licenças livres.<br />

No pior dos casos, licenças livres, todas as mais simpáticas e pseudolivres<br />

como a Creative Commons, poderiam ser usadas para legitimar<br />

novas restrições ao uso justo, ou mesmo sua abolição por completo,<br />

com o álibi que o chamado “ecosistema”, ou gueto, dos trabalhos mais<br />

ou menos livremente licenciados fornece suficiente uso justo, para<br />

aqueles que se importam (necessitam). 21<br />

Não é difícil bater no Creative Commons por ser uma organização<br />

com pouco entendimento das artes, e nem mesmo com um bom entendimento<br />

da filosofia do Software livre e do Código Aberto. De outro<br />

lado, os próprios artistas falharam em dar voz eles mesmos ao quê<br />

queriam. As exceções são poucas e um tanto marginais: a filosofia e<br />

política anticopyright de Lautreamont, Woody Guthrie (quem, segundo<br />

Dmytri Kleiner, lançava seus songbooks com a licença na qual “qual-<br />

21. Este cenário<br />

não é um exagero<br />

− se considerarmos<br />

a recente defesa de<br />

Lessig dos formatos de<br />

arquivos proprietários<br />

(fechados) Adobe/<br />

Macromedia’s Flash os<br />

quais ele chama de “<br />

ferramentais cruciais<br />

de educação básica<br />

digital na cultura livre”<br />

(citação traduzida do<br />

artigo alemão

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