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:(){ Copyfight :| Pirataria & Cultura Livre };

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tware livre é muito apelativo para elas, na medida em que lhes permite<br />

reduzir os seus custos de desenvolvimento individual através da administração<br />

coletiva de uma reserva comum de bens de software.<br />

Mikko Mustonen da Escola de Economia de Helsínquia vai ao ponto<br />

de argumentar que as empresas que comercializam licenças proprietárias<br />

têm por vezes um forte incentivo para contribuírem com software<br />

livre. No seu artigo de 2005 “When Does a Firm Support Substitute<br />

Open Source Programming?”, Mustonen defende:<br />

“Uma firma que vende um programa protegido por copyright tem<br />

um incentivo para apoiar os programas copyleft alternativos quando<br />

esse apoio cria uma compatibilidade entre os programas e os programas<br />

exibem efeitos de rede” 7<br />

Deste modo, o valor de uso do software livre é cobiçado pelas organizações<br />

que podem pagar (e pagam) aos programadores de software para<br />

desenvolvê-lo, mesmo não possuindo um copyright exclusivo sobre ele.<br />

Contudo, o software livre não foi meramente concebido como uma<br />

forma de reduzir o custo do desenvolvimento de software empresarial.<br />

Richard Stallman, o inventor da da licença General Public License<br />

(GPL) sob a qual grande parte de software livre é publicado, escreve o<br />

seguinte no site da sua organização:<br />

“O meu trabalho com o software livre é motivado por uma missão<br />

idealista: espalhar a liberdade e a cooperação. Eu quero fomentar a difusão<br />

do software livre, quero que substitua o software proprietário que<br />

proíbe a cooperação e desta forma melhorar a nossa sociedade” 8<br />

Certamente que o espírito de cooperação não é único entre os produtores<br />

de software, dado que outros produtores criativos manifestaram<br />

o mesmo desejo de colaborar para uma reserva comum, na prática<br />

um commons de material intelectual. Como resultado, o copyleft difundiu-se<br />

para lá do mundo do software e chegou também à arte. Músicos,<br />

escritores e outros artistas começaram a publicar as suas obras nos termos<br />

de licenças copyleft semelhantes à GPL.<br />

Contudo, existe um problema, a arte não é, na maior parte dos casos,<br />

uma contribuição comum para a produção, ao contrário do que acontece<br />

no software. Pelas razões descritas, os proprietários apoiam a criação<br />

de software copyleft. Contudo, em grande parte dos casos, eles não<br />

apoiam a criação de arte copyleft. Por que é que eles haveriam de o fazer?<br />

Tal como toda informação passível de ser copiada, a arte não tem um<br />

valor de troca direto e ao contrário do software a sua produção também<br />

não tem um valor de uso. O seu valor de uso apenas existe entre os fãs<br />

desta arte e se os proprietários não podem cobrar dinheiro a estes fãs<br />

pelo direito à cópia, então do que é que isso lhes serve? E se os proprietários<br />

não apoiam a arte copyleft, que é livremente distribuível, quem<br />

apoiará? A resposta é inconclusiva. Em alguns casos instituições como<br />

fundos culturais públicos e privados poderão apoiar, mas estes apenas<br />

podem financiar um número limitado de artistas e apenas mediante o<br />

7. Disponível em:<br />

<br />

8. <br />

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