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Sementes e<br />

comunidades copyleft<br />

Tadzia Maya<br />

A maioria das pessoas não aprende as habilidades de um<br />

carpinteiro profissional, mas muitas pessoas fazem alguns<br />

trabalhos simples e quase todo o mundo algumas vezes martela<br />

um prego na madeira. Imagine uma proposta para proibir e impedir<br />

todo o mundo, menos os carpinteiros autorizados, de fazer<br />

qualquer trabalho em madeira. Você acreditaria no argumento<br />

de que “esta liberdade é inútil para os que não são carpinteiros”?<br />

Richard Stallman 1<br />

1. Numa atitude copyfight<br />

contra o normatismo<br />

exagerado da<br />

Academia e ao mesmo<br />

tempo copiando o mestre<br />

Milton Santos nas<br />

primeiras linhas de seu<br />

livro Por uma outra globalização<br />

preferi não referenciar<br />

exaustivamente<br />

o texto com notas a<br />

cada uma das citações<br />

ou conceitos apresentados.<br />

Agradeço a todo<br />

material disponibilizado<br />

ao longo dos tempos<br />

por todos e todas que<br />

amam compartilhar ou<br />

como diz o filósofo e<br />

educador Rubens Alves<br />

“a todos que gostam de<br />

ensinar”. As principais<br />

referências utilizadas<br />

seguem ao fim do texto.<br />

Qualquer outra dúvida<br />

ou comentário enviem<br />

para <br />

Nesta metáfora, Richard Stallman, fundador do Projeto GNU, oferece<br />

uma poderosa provocação sobre a possibilidade cada vez mais presente<br />

da ingerência de empresas e do Estado nas liberdades que desfrutamos<br />

no nosso cotidiano. Sabemos que o raciocínio de Stallman,<br />

como ativista do software livre, chama a atenção para o fato de que a<br />

multiplicação de restrições e de leis autorais na informática estão levando<br />

as pessoas a “pregar menos pregos” em seus computadores. De<br />

fato, a multiplicação de sistemas de propriedade, controle e vigilância<br />

na forma de leis e padrões de consumo está cada vez mais incisiva. E<br />

em relação às questões ambientais não está sendo diferente.<br />

Seguindo a metáfora de Stallman, por mais que muitas pessoas não<br />

sejam agricultoras e nem sequer venham a sê-lo, certamente deveria<br />

ser garantida a liberdade para qualquer ser humano plantar e colher<br />

sementes em algum momento da sua vida. Considerando que o ato de<br />

se alimentar é prática indissociável da própria sobrevivência humana,<br />

a alimentação e a agricultura estão presentes de forma central em toda<br />

a sociedade, mesmo que alguns não se imaginem “pregando sequer<br />

um único prego” até morrer. No entanto, os sistemas alimentares e sua<br />

contribuição para a biodiversidade natural e cultural do mundo vêm<br />

sofrendo ameaças legais e estruturais que incidem, sobretudo, na livre<br />

multiplicação e apropriação de um bem comum milenar da humanidade:<br />

as sementes livres.<br />

»Há mais de meio século, quando patentes biológicas começaram a<br />

garantir e ampliar monopólios e lucros no sistema interestatal capitalista,<br />

as liberdades envolvidas no uso e conservação das sementes tradicionais,<br />

crioullas, antigas – ou tantas outras denominações culturais<br />

que acompanham sua diversidade intrínseca – se constituem como<br />

uma das maiores frentes de luta copyfight.«<br />

» O inventor e o banco de ideias «

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