17.04.2013 Views

boletim tr/es 2010.144 - Justiça Federal

boletim tr/es 2010.144 - Justiça Federal

boletim tr/es 2010.144 - Justiça Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os membros da Turma<br />

Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

negar provimento ao recurso.<br />

28 - 2006.50.52.000035-1/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -<br />

INSS (PROCDOR: ISRAEL NUNES SILVA.) x CELEUZA DE ALMEIDA BARROS<br />

(ADVOGADO: ADENILSON VIANA NERY.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. TRABALHADOR RURAL.<br />

INÍCIO DE PROVA MATERIAL. EXTENSÃO DA EFICÁCIA PROBATÓRIA DO<br />

DOCUMENTO.<br />

O recorrente alegou que o início de prova material precisa comprovar todo o<br />

período de <strong>tr</strong>abalho rural, e não apenas um momento <strong>es</strong>tanque na vida do<br />

segurado. Alegou também que o juiz não poderia ter pr<strong>es</strong>umido que, pelas<br />

declaraçõ<strong>es</strong> das t<strong>es</strong>temunhas, a recorrida <strong>tr</strong>abalhou na roça durante todo o<br />

período equivalente à carência da aposentadoria.<br />

Segundo a Súmula 14 da Turma Nacional de Uniformização, “para a conc<strong>es</strong>são de<br />

aposentadoria rural por idade, não se exige que o início de prova material<br />

corr<strong>es</strong>ponda a todo o período equivalente à carência do benefício”. A prova<br />

t<strong>es</strong>temunhal, complementando o início de prova material, pode <strong>es</strong>tender a eficácia<br />

probatória do documento, conforme vem decidindo a Turma Nacional de<br />

Uniformização (por exemplo, PEDILEF 2006.72.59.000860-0, DJ 29/09/2009).<br />

Há suficiente início de prova material contemporâneo. Formal de partilha<br />

comprovou que o marido da recorrida herdou imóvel rural em 1989. Documentos<br />

expedidos pelo INCRA em 1996 indicam que o marido da recorrida conservava a<br />

propriedade rural. A condição de proprietário rural (fato secundário) serve de<br />

indício de que, como acontece na maioria das vez<strong>es</strong>, o imóvel tenha sido<br />

p<strong>es</strong>soalmente explorado pelo dono, caracterizando o exercício da atividade rural<br />

caracterizando o exercício da atividade rural pela <strong>es</strong>posa (fato principal).<br />

A única t<strong>es</strong>temunha inquirida, embora tenha pr<strong>es</strong>tado declaraçõ<strong>es</strong> superficiais,<br />

confirmou que o marido da recorrida sempre <strong>tr</strong>abalhou na roça e que o sustento da<br />

família provém exclusivamente da roça. Pode-se inferir que a recorrida, na<br />

condição de <strong>es</strong>posa de proprietário rural, também tenha sempre ajudado o <strong>es</strong>poso<br />

na exploração da terra, conforme costuma acontecer.<br />

Recurso improvido. Condenação do recorrente em honorários advocatícios,<br />

arbi<strong>tr</strong>ados em 10% do valor da condenação.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os membros da Turma<br />

Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

negar provimento ao recurso.<br />

29 - 2006.50.51.000977-1/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -<br />

INSS (PROCDOR: EDUARDO LIPUS GOMES.) x IVONETE GONÇALVES DA<br />

SILVA (ADVOGADO: URBANO LEAL PEREIRA, JOSE DE OLIVEIRA GOMES,<br />

JOSÉ NASCIMENTO.).<br />

E M E N T A<br />

APOSENTADORIA POR IDADE. TRABALHADOR RURAL. SEGURADO<br />

ESPECIAL. SATISFATÓRIO INÍCIO DE PROVA MATERIAL CONTEMPORÂNEO.<br />

QUALIFICAÇÃO DA MULHER COMO DOMÉSTICA.<br />

Há suficiente início de prova material contemporâneo, repr<strong>es</strong>entado pela certidão<br />

de casamento, lavrada em 1971, indicando a profissão do marido da recorrida<br />

como lavrador (Súmula 6 da Turma Nacional de Uniformização), e pela <strong>es</strong>critura<br />

pública de divisão e demarcação de terras, lavrada em 1995, onde tanto a<br />

recorrida quanto o <strong>es</strong>poso foram qualificados como agricultor<strong>es</strong> (fl. 14), além de<br />

regis<strong>tr</strong>ar a propriedade de imóvel rural. o início de prova material, portanto, não se<br />

r<strong>es</strong>ume à declaração ou à carteira emitida pelo sindicato de <strong>tr</strong>abalhador<strong>es</strong> rurais<br />

em 2003.<br />

É irrelevante o fato de a certidão de casamento ter qualificado a recorrida como<br />

doméstica na época da celebração do ma<strong>tr</strong>imônio. O início de prova material é<br />

mera prova indiciária. Considerando o costume na época, o mero fato de o marido<br />

ser lavrador servia como fator indicativo de que a <strong>es</strong>posa recém-casada passava a<br />

exercer atividade rural. “O termo ‘doméstica’ empregado na qualificação da mulher<br />

em documentos e certidõ<strong>es</strong> corr<strong>es</strong>ponde a ‘do lar’, isto é, dona-de-casa, não<br />

afastando sua condição de rurícola, seja porque na maioria das vez<strong>es</strong> acumula o<br />

<strong>tr</strong>abalho no campo com as tarefas domésticas, seja porque, em se <strong>tr</strong>atando de

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!