boletim tr/es 2010.144 - Justiça Federal
boletim tr/es 2010.144 - Justiça Federal
boletim tr/es 2010.144 - Justiça Federal
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
compreensível tendo em vista o longo lapso temporal <strong>tr</strong>anscorrido d<strong>es</strong>de a época<br />
os fatos.<br />
Além de a prova t<strong>es</strong>temunhal confirmar que a recorrente <strong>tr</strong>abalhava na roça d<strong>es</strong>de<br />
muitos anos ant<strong>es</strong> de 1998, existe início de prova material contemporâneo ao<br />
período anterior a 1998. A segunda via da certidão de casamento foi emitida em<br />
27/08/1998, mas refere-se a fato ocorrido em 1980. O fato de a segunda via da<br />
certidão ter sido lavrada posteriormente aos fatos a comprovar não prejudica a<br />
contemporaneidade do documento, porque a informação tem fundamento em base<br />
de dados fidedigna, con<strong>tr</strong>olada por tabelião com fé pública, pr<strong>es</strong>umindo-se, pois,<br />
verdadeira, inclusive quanto à qualificação dos cônjug<strong>es</strong>.<br />
Além da certidão de casamento, há a ficha de ma<strong>tr</strong>ícula de uma filha em<br />
<strong>es</strong>tabelecimento público de ensino no ano de 1990, qualificando o marido da<br />
recorrida como lavrador.<br />
Recurso provido. Só há condenação em custas e honorários advocatícios quando<br />
o vencido é o recorrente (art. 55, caput, segunda parte, da Lei nº 9.099/95).<br />
A C Ó R D Ã O<br />
Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os membros da Turma<br />
Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo<br />
dar provimento ao recurso.<br />
17 - 2006.50.51.000957-6/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -<br />
INSS (PROCDOR: ERICK TAVARES RIBEIRO.) x LUIZA PEREIRA DE AGUIAR<br />
DORDENONI (ADVOGADO: ARMANDO VEIGA.).<br />
E M E N T A<br />
APOSENTADORIA POR IDADE. TRABALHADORA RURAL. SEGURADA<br />
ESPECIAL. INÍCIO DE PROVA MATERIAL SUFICIENTE. MERO INDÍCIO.<br />
EXERCÍCIO DE ATIVIDADE NÃO-RURAL PELO CÔNJUGE. REALIZAÇÃO DE<br />
TAREFAS DOMÉSTICAS.<br />
O início de prova material não passa de prova indiciária. Não precisa provar<br />
diretamente o efetivo exercício da atividade rural, mas apenas fatos secundários<br />
dos quais se possa inferi-la. Por isso, a prova documental frágil é suficiente para<br />
formar início de prova material. Os documentos exibidos formam suficient<strong>es</strong><br />
indícios de que a recorrida exercia atividade rural. A certidão de casamento lavrada<br />
em 1968 qualificou o marido da recorrida como lavrador. E certificados de cadas<strong>tr</strong>o<br />
emitidos pelo Incra, em relação a exercícios de 1989 a 1999, indicam que o marido<br />
da recorrida detinha a posse de imóvel rural.<br />
Regis<strong>tr</strong>os constant<strong>es</strong> do CNIS indicam que o marido da recorrida exerceu atividade<br />
urbana de dezembro/1976 a novembro/1979. Além disso, en<strong>tr</strong>e agosto/1996 e<br />
janeiro/2002, ele <strong>tr</strong>abalhou como pedreiro em uma cooperativa agrícola, conforme<br />
anotação em CTPS. Ainda que se considere que, durante <strong>es</strong>s<strong>es</strong> interstícios, a<br />
atividade não-rural do marido d<strong>es</strong>caracterize o regime de economia familiar e retire<br />
da recorrida a qualidade de segurada <strong>es</strong>pecial, o tempo r<strong>es</strong>idual, durante o qual<br />
não há prova de que o marido tenha exercido atividade não-rural, é suficiente para<br />
a recorrida completar tempo equivalente à carência da aposentadoria.<br />
Uma das t<strong>es</strong>temunhas declarou que a recorrida sempre <strong>tr</strong>abalhou na roça, mas<br />
também fazia serviços domésticos em casa. A realização de tarefas domésticas<br />
não é incompatível com o simultâneo exercício de atividade rural. É máxima da<br />
experiência que, na maioria das vez<strong>es</strong>, a mulher de <strong>tr</strong>abalhador rural acumula o<br />
<strong>tr</strong>abalho no campo com as tarefas domésticas. É absolutamente d<strong>es</strong>cabida a<br />
alegação de que <strong>es</strong>se fato retiraria da recorrida a qualidade de segurada <strong>es</strong>pecial.<br />
Recurso improvido. Condenação do recorrente em honorários advocatícios,<br />
arbi<strong>tr</strong>ados em 10% do valor da condenação.<br />
A C Ó R D Ã O<br />
Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os membros da Turma<br />
Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo<br />
negar provimento ao recurso.<br />
18 - 2006.50.52.000584-1/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -<br />
INSS (PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA.) x DELMIRA DA SILVA MACIEL<br />
(ADVOGADO: ADENILSON VIANA NERY.).<br />
E M E N T A<br />
PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. TRABALHADOR RURAL<br />
INDIVIDUAL. AUSÊNCIA DE INÍCIO DE PROVA MATERIAL. IRREPETIBILIDADE<br />
DOS BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS DEFERIDOS EM ANTECIPAÇÃO DOS