boletim tr/es 2010.144 - Justiça Federal
boletim tr/es 2010.144 - Justiça Federal
boletim tr/es 2010.144 - Justiça Federal
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
cálculos de liquidação somente no mês do expurgo inflacionário, como quer a<br />
recorrente. Por ou<strong>tr</strong>o lado, os juros remuneratórios, por terem natureza con<strong>tr</strong>atual,<br />
somente são devidos durante a vigência do con<strong>tr</strong>ato bancário de caderneta de<br />
poupança. Se a conta bancária for encerrada ant<strong>es</strong> dos cálculos de liquidação, os<br />
juros remuneratórios devem ser limitados à data de encerramento da conta.<br />
En<strong>tr</strong>etanto, o ônus de provar o encerramento da conta, fato extintivo do direito do<br />
autor aos juros remuneratórios, cabe à requerida. Não tendo a Caixa Econômica<br />
<strong>Federal</strong> comprovado o fato, os juros devem incidir até a data do fechamento dos<br />
cálculos. “Juros remuneratórios devidos apenas até a data do encerramento da<br />
conta de poupança, se não <strong>es</strong>tiver ativa quando da data do efetivo cumprimento,<br />
cabendo à Caixa tal comprovação” (TRF 1ª Região, Apelação Civel<br />
2007.38.11.002656-7, e-DJF1 17/12/2009).<br />
Recurso improvido. Sem condenação em honorários advocatícios, porque os<br />
recorridos não <strong>es</strong>tão assistidos por advogado.<br />
A C Ó R D Ã O<br />
Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os membros da Turma<br />
Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo<br />
negar provimento ao recurso.<br />
106 - 2007.50.53.000340-7/01 CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO:<br />
LUCIANO PEREIRA CHAGAS.) x PRIMO AVANCINE E OUTRO (ADVOGADO:<br />
FABRICIO PERES SALES.).<br />
E M E N T A<br />
CADERNETA DE POUPANÇA. EXPURGOS INFLACIONÁRIOS. SENTENÇA<br />
ILÍQUIDA. PLANO COLLOR I. JUROS REMUNERATÓRIOS. FALTA DE<br />
INTERESSE RECURSAL.<br />
O art. 38, parágrafo único, da Lei nº 9.099/95, com efeito, proíbe que a sentença<br />
condenatória seja ilíquida, ainda que o pedido seja genérico. En<strong>tr</strong>etanto, por<br />
pragmatismo, <strong>es</strong>sa proibição legal deve ser recebida com temperança. “O<br />
absolutismo da impossibilidade de se proferir sentença ilíquida no âmbito dos<br />
Juizados e, assim verificar se há ou não proveito econômico à parte ainda na fase<br />
de conhecimento deve ser visto com r<strong>es</strong>ervas. Isso porque, muito embora seja<br />
possível ao juiz, por sua própria determinação, dirigir verdadeiro procedimento<br />
liquidatório, <strong>es</strong>te pode tornar-se inviável em vista da quantidade expr<strong>es</strong>siva de<br />
proc<strong>es</strong>sos que versam sobre uma determinada matéria, como a que se discute<br />
n<strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos. Assim, frente às facilidad<strong>es</strong> ou dificuldad<strong>es</strong> da liquidação, o juiz deve<br />
optar por um caminho ou ou<strong>tr</strong>o, proferindo a sentença ilíquida, sempre que mais<br />
útil entendê-la, como melhor forma de aplicação da justiça e pr<strong>es</strong>tando vênia ao<br />
princípio da economia proc<strong>es</strong>sual, sendo imposto ao sentenciante, tão-somente, a<br />
fixação dos parâme<strong>tr</strong>os que possibilitem a liquidação posterior do julgado, quando<br />
de sua execução. A propósito, o Enunciado n.º 32 do FONAJEF: A decisão que<br />
contenha os parâme<strong>tr</strong>os de liquidação atende ao disposto no art. 38, parágrafo<br />
único, da Lei nº 9.099/95” (Turma Nacional de Uniformização - IUJ<br />
2006.51.51.052779-6 – Relator Juiz <strong>Federal</strong> Manoel Rolim Campbell Penna - DJ<br />
29/05/2009). Rejeitada a arguição de nulidade da sentença ilíquida.<br />
A recorrente pediu a reforma da sentença na parte em que a condenou a r<strong>es</strong>sarcir<br />
os expurgos decorrent<strong>es</strong> do Plano Collor I em abril/90. Alegou ter ficado provada a<br />
aplicação do IPC de março/90 (84,32%) sobre o saldo apurado em abril/90. Ocorre<br />
que os ex<strong>tr</strong>atos de fls. 62/63 não deixam claro a forma pela qual foi remunerado o<br />
saldo apurado em abril/90. A Caixa Econômica <strong>Federal</strong> não se d<strong>es</strong>incumbiu do<br />
ônus da prova.<br />
A recorrente pediu a reforma da sentença na parte em que a condenou a r<strong>es</strong>sarcir<br />
os expurgos decorrent<strong>es</strong> do Plano Collor I referent<strong>es</strong> ao IPC apurado em<br />
abril/1990 (44,80%) para aplicação sobre o saldo em maio/1990. A Lei nº 7.730/89<br />
elegia o IPC como índice de correção da caderneta de poupança. A MP 168/90<br />
previu o bloqueio do saldo de caderneta de poupança na parte excedente ao limite<br />
de NCz$ 50.000,00 e dispôs que <strong>es</strong>se valor bloqueado seria <strong>tr</strong>ansferido para o<br />
Banco Cen<strong>tr</strong>al do Brasil e passaria a ser corrigida pelo BTNF. Nada dispôs, porém,<br />
quanto à parcela do saldo limitada a NCz$ 50.000,00, que continuou sob a guarda<br />
do banco depositário. Para <strong>es</strong>sa parcela do saldo, o IPC continuou sendo o índice<br />
de correção. A MP 172/90 é que elegeu o BTNF como índice de correção da<br />
parcela do saldo da caderneta de poupança não-bloqueada. Ocorre que a Lei nº<br />
8.024/90, r<strong>es</strong>ultante da conversão da MP 168/90, não incorporou as alteraçõ<strong>es</strong><br />
promovidas pela MP 172/90, que, d<strong>es</strong>sa forma, perdeu a eficácia. Logo, a Lei nº<br />
7.730/89 continuou em vigor, dando r<strong>es</strong>paldo à aplicação do IPC sobre o saldo<br />
liberado da caderneta de poupança. Somente com o advento da MP 189/90, de