17.04.2013 Views

boletim tr/es 2010.144 - Justiça Federal

boletim tr/es 2010.144 - Justiça Federal

boletim tr/es 2010.144 - Justiça Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

30/5/1990 (posteriormente convertida na Lei nº 8.088/90), é que o índice de<br />

correção dos valor<strong>es</strong> que se encon<strong>tr</strong>avam disponíveis nos bancos depositários foi<br />

modificado. Logo, em maio/90, o saldo disponível da caderneta de poupança,<br />

independentemente da data do aniversário, ainda deveria ser corrigido pelo IPC. A<br />

medida provisória que não é convertida em lei den<strong>tr</strong>o do prazo <strong>es</strong>tipulado pela<br />

Constituição <strong>Federal</strong> perde a eficácia d<strong>es</strong>de a edição (art. 62 da Constituição<br />

<strong>Federal</strong>, redação original), ou seja, é como se nunca houv<strong>es</strong>se existido. Por<br />

conseguinte, a lei, que havia sido revogada pela medida provisória com eficácia<br />

prejudicada, r<strong>es</strong>tabelece plenamente sua vigência. Trata-se de fenômeno que não<br />

pode ser equiparado à repristinação. Embora o final do parágrafo único do art. 62<br />

da Constituição <strong>Federal</strong> disponha que, no caso de perda de eficácia ''ex tunc'' da<br />

medida provisória, deve o Congr<strong>es</strong>so Nacional ''disciplinar as relaçõ<strong>es</strong> jurídicas<br />

dela decorrent<strong>es</strong>'', não tendo o órgão legislativo editado decreto a r<strong>es</strong>peito da<br />

qu<strong>es</strong>tão, prevalece o entendimento favorável à subsistência da eficácia da Lei nº<br />

7.730/89 e da aplicação do IPC.<br />

A sentença não previu incidência de juros remuneratórios durante todo o período<br />

da apuração dos cálculos. Também não foram realizados cálculos de liquidação<br />

contemplando a aplicação de juros remuneratórios naquela forma. Por isso, falta<br />

inter<strong>es</strong>se recursal no qu<strong>es</strong>tionamento pertinente aos juros remuneratórios. D<strong>es</strong>sa<br />

forma, quando forem elaborados cálculos de liquidação, somente poderão ser<br />

incluídos juros remuneratórios no mês em que ocorreram os expurgos, fato que<br />

afasta a possibilidade de aplicação da tabela de coeficient<strong>es</strong> Poupança Integral,<br />

normalmente utilizada pela Contadoria.<br />

Recurso improvido. Condenação da recorrente em honorários advocatícios,<br />

arbi<strong>tr</strong>ados em dez por cento do valor da condenação.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os membros da Turma<br />

Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

negar provimento ao recurso.<br />

107 - 2007.50.54.000429-9/01 CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO:<br />

LUCIANO PEREIRA CHAGAS.) x JURACY DE OLIVEIRA RAVANI.<br />

E M E N T A<br />

CADERNETA DE POUPANÇA. EXPURGOS INFLACIONÁRIOS. SENTENÇA<br />

ILÍQUIDA. CONTA CONJUNTA. INEXISTÊNCIA DE LITISCONSÓRCIO ATIVO<br />

NECESSÁRIO. JUROS REMUNERATÓRIOS. FALTA DE INTERESSE<br />

RECURSAL.<br />

O art. 38, parágrafo único, da Lei nº 9.099/95, com efeito, proíbe que a sentença<br />

condenatória seja ilíquida, ainda que o pedido seja genérico. En<strong>tr</strong>etanto, por<br />

pragmatismo, <strong>es</strong>sa proibição legal deve ser recebida com temperança. “O<br />

absolutismo da impossibilidade de se proferir sentença ilíquida no âmbito dos<br />

Juizados e, assim verificar se há ou não proveito econômico à parte ainda na fase<br />

de conhecimento deve ser visto com r<strong>es</strong>ervas. Isso porque, muito embora seja<br />

possível ao juiz, por sua própria determinação, dirigir verdadeiro procedimento<br />

liquidatório, <strong>es</strong>te pode tornar-se inviável em vista da quantidade expr<strong>es</strong>siva de<br />

proc<strong>es</strong>sos que versam sobre uma determinada matéria, como a que se discute<br />

n<strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos. Assim, frente às facilidad<strong>es</strong> ou dificuldad<strong>es</strong> da liquidação, o juiz deve<br />

optar por um caminho ou ou<strong>tr</strong>o, proferindo a sentença ilíquida, sempre que mais<br />

útil entendê-la, como melhor forma de aplicação da justiça e pr<strong>es</strong>tando vênia ao<br />

princípio da economia proc<strong>es</strong>sual, sendo imposto ao sentenciante, tão-somente, a<br />

fixação dos parâme<strong>tr</strong>os que possibilitem a liquidação posterior do julgado, quando<br />

de sua execução. A propósito, o Enunciado n.º 32 do FONAJEF: A decisão que<br />

contenha os parâme<strong>tr</strong>os de liquidação atende ao disposto no art. 38, parágrafo<br />

único, da Lei nº 9.099/95” (Turma Nacional de Uniformização - IUJ<br />

2006.51.51.052779-6 – Relator Juiz <strong>Federal</strong> Manoel Rolim Campbell Penna - DJ<br />

29/05/2009). Rejeitada a arguição de nulidade da sentença ilíquida.<br />

Embora tenham explicitado apenas o nome de terceiro, os ex<strong>tr</strong>atos indicam que a<br />

titularidade da conta bancária é compartilhada por duas p<strong>es</strong>soas (conta-conjunta),<br />

uma vez que ao nome do titular segue a expr<strong>es</strong>são “e/ou”. Como os ex<strong>tr</strong>atos foram<br />

apr<strong>es</strong>entados pela própria Caixa Econômica <strong>Federal</strong>, em atendimento à requisição<br />

judicial de exibição dos documentos referent<strong>es</strong> à recorrida (fl. 47), pr<strong>es</strong>ume-se que<br />

a recorrida seja a titular solidária da conta bancária cujo nome foi omitido nos<br />

documentos. Rejeitada a argüição de ilegitimidade ativa para a causa.<br />

A conta poupança conjunta é um con<strong>tr</strong>ato marcado pelo regime de solidariedade<br />

ativa, podendo qualquer dos co-titular<strong>es</strong> propor sozinho a demanda judicial, uma<br />

vez que ambos podem individualmente exigir o crédito na sua totalidade, nos

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!