17.04.2013 Views

boletim tr/es 2010.144 - Justiça Federal

boletim tr/es 2010.144 - Justiça Federal

boletim tr/es 2010.144 - Justiça Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

CADERNETA DE POUPANÇA. EXPURGOS INFLACIONÁRIOS. LIQUIDAÇÃO<br />

POR ARBITRAMENTO. PRECLUSÃO TEMPORAL PARA IMPUGNAR<br />

CÁLCULOS.<br />

Como não havia ex<strong>tr</strong>ato identificando o saldo da caderneta de poupança em<br />

janeiro/1989, a contadoria liquidou o valor da remuneração expurgada em razão do<br />

Plano Verão mediante cálculo regr<strong>es</strong>sivo, baseado no saldo apurado em<br />

setembro/1989. A sentença líquida acolheu <strong>es</strong>s<strong>es</strong> cálculos. A autora interpôs<br />

recurso alegando que a liquidação por arbi<strong>tr</strong>amento deveria ter se baseado no<br />

saldo existente em março/1989, também comprovado nos autos, uma vez que era<br />

o saldo mais próximo da data em que ocorreu o expurgo.<br />

Ant<strong>es</strong> da sentença, a autora, ora recorrente, foi intimada para se manif<strong>es</strong>tar sobre<br />

os a planilha de cálculos da contadoria, mas deixou o prazo <strong>tr</strong>anscorrer in albis.<br />

Operou-se preclusão temporal da faculdade de impugnar os cálculos acolhidos<br />

pela sentença líquida. Os cálculos não podem ser rediscutidos em fase recursal.<br />

Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, <strong>es</strong>tá isenta de custas e de<br />

honorários advocatícios por ser beneficiária da assistência judiciária gratuita.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os membros da Turma<br />

Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

negar provimento ao recurso.<br />

101 - 2007.50.50.004364-6/01 CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO:<br />

LUCIANO PEREIRA CHAGAS.) x WALDTRAUT MAGIRIUS PEIXOTO<br />

(ADVOGADO: MARCELO MATEDI ALVES, GERALDO MAGELA CURTINHAS<br />

VIEIRA JUNIOR.).<br />

E M E N T A<br />

CADERNETA DE POUPANÇA. EXPURGOS INFLACIONÁRIOS. CONTA<br />

CONJUNTA. INEXISTÊNCIA DE LITISCONSÓRCIO ATIVO NECESSÁRIO.<br />

PLANO COLLOR I. JUROS REMUNERATÓRIOS.<br />

A conta poupança conjunta é um con<strong>tr</strong>ato marcado pelo regime de solidariedade<br />

ativa, podendo qualquer dos co-titular<strong>es</strong> propor sozinho a demanda judicial, uma<br />

vez que ambos podem individualmente exigir o crédito na sua totalidade, nos<br />

termos do artigo 267 do Novo Código Civil. Rejeitada a argüição de litisconsórcio<br />

ativo nec<strong>es</strong>sário.<br />

A recorrente pediu a reforma da sentença na parte em que a condenou a r<strong>es</strong>sarcir<br />

os expurgos decorrent<strong>es</strong> do Plano Collor I referent<strong>es</strong> ao IPC apurado em<br />

abril/1990 (44,80%) para aplicação sobre o saldo em maio/1990. A Lei nº 7.730/89<br />

elegia o IPC como índice de correção da caderneta de poupança. A MP 168/90<br />

previu o bloqueio do saldo de caderneta de poupança na parte excedente ao limite<br />

de NCz$ 50.000,00 e dispôs que <strong>es</strong>se valor bloqueado seria <strong>tr</strong>ansferido para o<br />

Banco Cen<strong>tr</strong>al do Brasil e passaria a ser corrigida pelo BTNF. Nada dispôs, porém,<br />

quanto à parcela do saldo limitada a NCz$ 50.000,00, que continuou sob a guarda<br />

do banco depositário. Para <strong>es</strong>sa parcela do saldo, o IPC continuou sendo o índice<br />

de correção. A MP 172/90 é que elegeu o BTNF como índice de correção da<br />

parcela do saldo da caderneta de poupança não-bloqueada. Ocorre que a Lei nº<br />

8.024/90, r<strong>es</strong>ultante da conversão da MP 168/90, não incorporou as alteraçõ<strong>es</strong><br />

promovidas pela MP 172/90, que, d<strong>es</strong>sa forma, perdeu a eficácia. A medida<br />

provisória que não é convertida em lei den<strong>tr</strong>o do prazo <strong>es</strong>tipulado pela Constituição<br />

<strong>Federal</strong> perde a eficácia d<strong>es</strong>de a edição (art. 62 da Constituição <strong>Federal</strong>, redação<br />

original), ou seja, é como se nunca houv<strong>es</strong>se existido. Por conseguinte, a lei, que<br />

havia sido revogada pela medida provisória com eficácia prejudicada, r<strong>es</strong>tabelece<br />

plenamente sua vigência. Trata-se de fenômeno que não pode ser equiparado à<br />

repristinação. Embora o final do parágrafo único do art. 62 da Constituição <strong>Federal</strong><br />

disponha que, no caso de perda de eficácia ''ex tunc'' da medida provisória, deve o<br />

Congr<strong>es</strong>so Nacional ''disciplinar as relaçõ<strong>es</strong> jurídicas dela decorrent<strong>es</strong>'', não tendo<br />

o órgão legislativo editado decreto a r<strong>es</strong>peito da qu<strong>es</strong>tão, prevalece o<br />

entendimento favorável à subsistência da eficácia da Lei nº 7.730/89 e da<br />

aplicação do IPC. Logo, a Lei nº 7.730/89 continuou em vigor, dando r<strong>es</strong>paldo à<br />

aplicação do IPC sobre o saldo liberado da caderneta de poupança. Somente com<br />

o advento da MP 189/90, de 30/5/1990 (posteriormente convertida na Lei nº<br />

8.088/90), é que o índice de correção dos valor<strong>es</strong> que se encon<strong>tr</strong>avam disponíveis<br />

nos bancos depositários foi modificado. Logo, em maio/90, o saldo disponível da<br />

caderneta de poupança, independentemente da data do aniversário, ainda deveria<br />

ser corrigido pelo IPC.<br />

Em diligência aberta no Proc<strong>es</strong>so nº 2007.50.50.003381-1/01, a Contadoria

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!