17.04.2013 Views

boletim tr/es 2010.144 - Justiça Federal

boletim tr/es 2010.144 - Justiça Federal

boletim tr/es 2010.144 - Justiça Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

da Constituição <strong>Federal</strong> disponha que, no caso de perda de eficácia ''ex tunc'' da<br />

medida provisória, deve o Congr<strong>es</strong>so Nacional ''disciplinar as relaçõ<strong>es</strong> jurídicas<br />

dela decorrent<strong>es</strong>'', não tendo o órgão legislativo editado decreto a r<strong>es</strong>peito da<br />

qu<strong>es</strong>tão, prevalece o entendimento favorável à subsistência da eficácia da Lei nº<br />

7.730/89 e da aplicação do IPC.<br />

Em diligência aberta no Proc<strong>es</strong>so nº 2007.50.50.003381-1/01, a Contadoria<br />

confirmou que os coeficient<strong>es</strong> indicados na tabela de correção monetária<br />

<strong>es</strong>pecífica para cálculos de poupança (tabela de poupança integral) embutem juros<br />

remuneratórios de 0,5% ao mês. Assim, os juros remuneratórios implicitamente<br />

incidiram durante todo o período d<strong>es</strong>de a execução dos planos econômicos até a<br />

data de fechamento da elaboração dos cálculos. Os expurgos nos índic<strong>es</strong> de<br />

correção monetária reduziram indevidamente a base de cálculo sobre a qual<br />

incidiram os juros remuneratórios em todos os m<strong>es</strong><strong>es</strong> subseqüent<strong>es</strong>. Por isso, os<br />

juros remuneratórios não podem ser inseridos nos cálculos de liquidação somente<br />

no mês do expurgo inflacionário, como quer a recorrente. Por ou<strong>tr</strong>o lado, os juros<br />

remuneratórios, por terem natureza con<strong>tr</strong>atual, somente são devidos durante a<br />

vigência do con<strong>tr</strong>ato bancário de caderneta de poupança. Se a conta bancária for<br />

encerrada ant<strong>es</strong> dos cálculos de liquidação, os juros remuneratórios devem ser<br />

limitados à data de encerramento da conta. En<strong>tr</strong>etanto, o ônus de provar o<br />

encerramento da conta, fato extintivo do direito do autor aos juros remuneratórios,<br />

cabe à requerida. Não tendo a Caixa Econômica <strong>Federal</strong> comprovado o fato, os<br />

juros devem incidir até a data do fechamento dos cálculos. “Juros remuneratórios<br />

devidos apenas até a data do encerramento da conta de poupança, se não <strong>es</strong>tiver<br />

ativa quando da data do efetivo cumprimento, cabendo à Caixa tal comprovação”<br />

(TRF 1ª Região, Apelação Cível 2007.38.11.002656-7, e-DJF1 17/12/2009).<br />

Recurso improvido. Condenação da recorrente em honorários advocatícios,<br />

arbi<strong>tr</strong>ados em dez por cento do valor da condenação.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os membros da Turma<br />

Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

negar provimento ao recurso.<br />

84 - 2007.50.01.000737-6/01 CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO:<br />

LUCIANO PEREIRA CHAGAS.) x ELIZEU CALVI (ADVOGADO: DIOGO ASSAD<br />

BOECHAT.).<br />

E M E N T A<br />

CADERNETA DE POUPANÇA. EXPURGOS INFLACIONÁRIOS. PLANO<br />

COLLOR I (44,80%). JUROS REMUNERATÓRIOS COMPUTADOS DURANTE<br />

TODO O PERÍODO DE CÁLCULO. FALTA DE PROVA DO ENCERRAMENTO DA<br />

CONTA. FATO EXTINTIVO DO DIREITO. ÔNUS DA INSTITUIÇÃO BANCÁRIA.<br />

A recorrente pediu a reforma da sentença na parte em que a condenou a r<strong>es</strong>sarcir<br />

os expurgos decorrent<strong>es</strong> do Plano Collor I referent<strong>es</strong> ao IPC apurado em<br />

abril/1990 (44,80%) para aplicação sobre o saldo em maio/1990. A Lei nº 7.730/89<br />

elegia o IPC como índice de correção da caderneta de poupança. A MP 168/90<br />

previu o bloqueio do saldo de caderneta de poupança na parte excedente ao limite<br />

de NCz$ 50.000,00 e dispôs que <strong>es</strong>se valor bloqueado seria <strong>tr</strong>ansferido para o<br />

Banco Cen<strong>tr</strong>al do Brasil e passaria a ser corrigida pelo BTNF. Nada dispôs, porém,<br />

quanto à parcela do saldo limitada a NCz$ 50.000,00, que continuou sob a guarda<br />

do banco depositário. Para <strong>es</strong>sa parcela do saldo, o IPC continuou sendo o índice<br />

de correção. A MP 172/90 é que elegeu o BTNF como índice de correção da<br />

parcela do saldo da caderneta de poupança não-bloqueada. Ocorre que a Lei nº<br />

8.024/90, r<strong>es</strong>ultante da conversão da MP 168/90, não incorporou as alteraçõ<strong>es</strong><br />

promovidas pela MP 172/90, que, d<strong>es</strong>sa forma, perdeu a eficácia. Logo, a Lei nº<br />

7.730/89 continuou em vigor, dando r<strong>es</strong>paldo à aplicação do IPC sobre o saldo<br />

liberado da caderneta de poupança. Somente com o advento da MP 189/90, de<br />

30/5/1990 (posteriormente convertida na Lei nº 8.088/90), é que o índice de<br />

correção dos valor<strong>es</strong> que se encon<strong>tr</strong>avam disponíveis nos bancos depositários foi<br />

modificado. Logo, em maio/90, o saldo disponível da caderneta de poupança,<br />

independentemente da data do aniversário, ainda deveria ser corrigido pelo IPC. A<br />

medida provisória que não é convertida em lei den<strong>tr</strong>o do prazo <strong>es</strong>tipulado pela<br />

Constituição <strong>Federal</strong> perde a eficácia d<strong>es</strong>de a edição (art. 62 da Constituição<br />

<strong>Federal</strong>, redação original), ou seja, é como se nunca houv<strong>es</strong>se existido. Por<br />

conseguinte, a lei, que havia sido revogada pela medida provisória com eficácia<br />

prejudicada, r<strong>es</strong>tabelece plenamente sua vigência. Trata-se de fenômeno que não<br />

pode ser equiparado à repristinação. Embora o final do parágrafo único do art. 62<br />

da Constituição <strong>Federal</strong> disponha que, no caso de perda de eficácia ''ex tunc'' da

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!