17.04.2013 Views

boletim tr/es 2010.144 - Justiça Federal

boletim tr/es 2010.144 - Justiça Federal

boletim tr/es 2010.144 - Justiça Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

A sentença recorrida julgou improcedente o pedido de condenação da Caixa<br />

Econômica <strong>Federal</strong> a aplicar taxa progr<strong>es</strong>siva de juros sobre conta vinculada de<br />

FGTS, porque: (a) a última relação de emprego terminou mais de <strong>tr</strong>inta anos ant<strong>es</strong><br />

do ajuizamento da ação, <strong>es</strong>tando a pretensão atingida pela pr<strong>es</strong>crição; (b) a<br />

relação de <strong>tr</strong>abalho subseqüente não era abrangida pelas regras do FGTS<br />

progr<strong>es</strong>sivo. O autor interpôs recurso alegando que a sentença não analisou os<br />

depósitos em conta de FGTS referent<strong>es</strong> ao <strong>tr</strong>abalho avulso do recorrente.<br />

A Lei nº 5.107/66, que criou o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, previu a<br />

aplicação de juros progr<strong>es</strong>sivos para os optant<strong>es</strong> que permanec<strong>es</strong>sem na m<strong>es</strong>ma<br />

empr<strong>es</strong>a pelo período de tempo fixado no art. 4º da referida norma. A norma<br />

dispunha que a capitalização de juros dos depósitos deveria ser feita conforme a<br />

seguinte progr<strong>es</strong>são: 3% durante os dois primeiros anos de permanência na<br />

empr<strong>es</strong>a; 4% do terceiro ao quinto ano; 5% do sexto ao 10º ano; 6% do 11º em<br />

diante. No m<strong>es</strong>mo sentido, o art. 2º da Lei nº 5.705/71.<br />

Ap<strong>es</strong>ar de a Lei nº 5.480/68 ter assegurado aos <strong>tr</strong>abalhador<strong>es</strong> avulsos os direitos<br />

previstos na lei que instituiu o FGTS, e de o art. 7º, XXXIV, da Constituição <strong>Federal</strong><br />

prever a igualdade de direitos en<strong>tr</strong>e o <strong>tr</strong>abalhador com vínculo empregatício<br />

permanente e o <strong>tr</strong>abalhador avulso, não há como <strong>es</strong>tender a <strong>es</strong>ta classe de<br />

<strong>tr</strong>abalhador<strong>es</strong> a incidência da taxa progr<strong>es</strong>siva de juros, pelo fato de que a<br />

progr<strong>es</strong>são dos juros pr<strong>es</strong>supõe a permanência do <strong>tr</strong>abalhador na m<strong>es</strong>ma<br />

empr<strong>es</strong>a ao longo do tempo previsto. Os <strong>tr</strong>abalhador<strong>es</strong> avulsos pr<strong>es</strong>tam serviço a<br />

várias empr<strong>es</strong>as sem manter com elas vínculo de emprego ou relação de <strong>tr</strong>abalho<br />

<strong>es</strong>tável.<br />

A jurisprudência do TRF da 2ª Região é pacífica a r<strong>es</strong>peito da qu<strong>es</strong>tão. “Não<br />

obstante a CRFB/88 assegure igualdade de direitos ao avulso e ao <strong>tr</strong>abalhador<br />

com vínculo empregatício, considerando-se que a aplicação da taxa de juros<br />

progr<strong>es</strong>sivos pr<strong>es</strong>supõe que haja permanência do empregado na m<strong>es</strong>ma empr<strong>es</strong>a<br />

ao longo do tempo previsto, na forma d<strong>es</strong>crita nos incisos do art.2º, da Lei<br />

5.705/71, revela-se incabível a referida aplicação para os <strong>tr</strong>abalhador<strong>es</strong> avulsos. 3.<br />

Recurso de apelação conhecido e d<strong>es</strong>provido” (AC 420915 –Relator Juiz Marcelo<br />

Pereira – DJU 20/08/2008). “O <strong>tr</strong>abalhador avulso não tem direito à taxa<br />

progr<strong>es</strong>siva de juros, por não preencher um requisito indispensável à fruição do<br />

benefício, qual seja: <strong>tr</strong>abalho contínuo numa m<strong>es</strong>ma empr<strong>es</strong>a” (AC 103.770/ES,<br />

Relatora Liliane Roriz, DJU 11/05/2005). “Os <strong>tr</strong>abalhador<strong>es</strong> avulsos não têm e não<br />

tiveram, em qualquer momento, direito à taxa progr<strong>es</strong>siva de juros, no campo do<br />

FGTS, por falta de lei que a deferisse. A progr<strong>es</strong>sividade da taxa de juros sempre<br />

<strong>es</strong>teve ligada ao fato de o <strong>tr</strong>abalhador permanecer <strong>tr</strong>abalhando vários anos na<br />

m<strong>es</strong>ma empr<strong>es</strong>a, o que não é possível ocorrer com o <strong>tr</strong>abalhador avulso” (AC<br />

151.424/ES, Rel. Guilherme Couto, DJU 09/09/2002).<br />

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, <strong>es</strong>tá isento de custas e<br />

honorários advocatícios, por ser beneficiário da assistência judiciária gratuita.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os membros da Turma<br />

Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

negar provimento ao recurso.<br />

56 - 2007.50.50.002310-6/01 JOSE MOACYR BORGO (ADVOGADO: ROGERIO<br />

SIMOES ALVES, HELTON TEIXEIRA RAMOS.) x CAIXA ECONOMICA FEDERAL<br />

(ADVOGADO: LUIZ CLAUDIO SOBREIRA.).<br />

E M E N T A<br />

FGTS. JUROS PROGRESSIVOS. TRABALHADOR DA RFFSA. MIGRAÇÃO<br />

PARA O REGIME DA CLT SOMENTE EM 1994. INEXISTÊNCIA DE DIREITO À<br />

PROGRESSIVIDADE.<br />

Os <strong>tr</strong>abalhador<strong>es</strong> da RFFSA inicialmente se subordinavam a regime <strong>es</strong>pecial de<br />

<strong>tr</strong>abalho, sendo-lhe inaplicáveis as regras da CLT. Somente em 1974, com o<br />

advento da Lei nº 6.184/74, é que os funcionários da RFFSA migraram para o<br />

regime celetista. Logo, é como se a relação de emprego, nos termos da CLT,<br />

houv<strong>es</strong>se iniciado em 1974. D<strong>es</strong>sa forma, m<strong>es</strong>mo <strong>tr</strong>abalhando na m<strong>es</strong>ma empr<strong>es</strong>a<br />

d<strong>es</strong>de 1960, o recorrente deve ser <strong>tr</strong>atado como se o vínculo de emprego<br />

houv<strong>es</strong>se iniciado em 1974. Como a opção re<strong>tr</strong>oativa na forma da Lei nº 5.958/73<br />

só rende direito aos juros progr<strong>es</strong>sivos para aquel<strong>es</strong> que <strong>es</strong>tavam empregados<br />

ant<strong>es</strong> de 22/09/1971, o recorrente não pode ser beneficiado.<br />

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, <strong>es</strong>tá isento de custas e<br />

honorários advocatícios, por ser beneficiário da assistência judiciária gratuita.<br />

A C Ó R D Ã O

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!