17.04.2013 Views

boletim tr/es 2010.144 - Justiça Federal

boletim tr/es 2010.144 - Justiça Federal

boletim tr/es 2010.144 - Justiça Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.) x ZENY VENTURA DA<br />

SILVA (ADVOGADO: ADENILSON VIANA NERY.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. TRABALHADOR RURAL.<br />

SEGURADO ESPECIAL. EXERCÍCIO DE ATIVIDADE RURAL NO PERÍODO<br />

IMEDIATAMENTE ANTERIOR AO REQUERIMENTO. REQUISITOS<br />

COMPLETADOS ANTES DE ABANDONAR ATIVIDADE RURAL. DIREITO<br />

INCORPORADO AO PATRIMÔNIO. DEMORA EM FORMULAR REQUERIMENTO<br />

NÃO EXTINGUE O DIREITO.<br />

O requerimento adminis<strong>tr</strong>ativo foi formulado em 2007. Em depoimento pr<strong>es</strong>tado<br />

em 2008, a recorrida, já com 70 anos de idade, declarou que parou de <strong>tr</strong>abalhar na<br />

roça havia doze ou <strong>tr</strong>eze anos, ou seja, d<strong>es</strong>de 1995 ou 1996. Assim, no período<br />

imediatamente anterior ao requerimento, a recorrida não exerceu atividade rural.<br />

Ocorre que, ant<strong>es</strong> de abandonar a atividade rural, a recorrida já havia completado<br />

todos os requisitos para se aposentar. A idade mínima para aposentadoria por<br />

idade de <strong>tr</strong>abalhador rural do sexo feminino corr<strong>es</strong>ponde a 55 anos. A recorrida<br />

completou <strong>es</strong>sa idade em 1993. N<strong>es</strong>sa época, ela ainda exercia atividade rural.<br />

Uma vez completados todos os requisitos para a conc<strong>es</strong>são do benefício, o direito<br />

à aposentadoria incorporou-se ao pa<strong>tr</strong>imônio da recorrida. A demora em exigir a<br />

satisfação do direito subjetivo mediante protocolização de requerimento<br />

adminis<strong>tr</strong>ativo não o extingue. A jurisprudência dominante considera que, nos<br />

casos em que o <strong>tr</strong>abalhador rural deixa de exercer atividade rural somente depois<br />

de ter completado todos os requisitos para a aposentadoria por idade, o tempo<br />

mínimo de exercício de atividade rural deve ser computado não no “período<br />

imediatamente anterior ao requerimento adminis<strong>tr</strong>ativo”, mas no período anterior à<br />

data em que c<strong>es</strong>sou a atividade rural. Leva-se em consideração também o art.<br />

102, § 1º, da Lei nº 8.213/91, segundo o qual “a perda da qualidade de segurado<br />

não prejudica o direito à aposentadoria para cuja conc<strong>es</strong>são tenham sido<br />

preenchidos todos os requisitos, segundo a legislação em vigor à época em que<br />

<strong>es</strong>t<strong>es</strong> requisitos foram atendidos”.<br />

Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96.<br />

Condenação do recorrente em honorários advocatícios, arbi<strong>tr</strong>ados em 10% do<br />

valor da condenação.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os membros da Turma<br />

Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

negar provimento ao recurso.<br />

14 - 2007.50.54.000915-7/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -<br />

INSS (PROCDOR: LILIAN BERTOLANI DO ESPÍRITO SANTO.) x ZILDA BELO<br />

DE SOUZA (ADVOGADO: ANTONIO HERMELINDO RIBEIRO NETO, ROBNEI<br />

BATISTA DE BARROS.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. TRABALHADOR RURAL.<br />

INÍCIO DE PROVA MATERIAL. PROVA INDICIÁRIA. RECOLHIMENTO DE<br />

CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. EXTENSÃO DA EFICÁCIA<br />

PROBATÓRIA DO DOCUMENTO. CARÊNCIA PREENCHIDA. SENTENÇA<br />

MANTIDA.<br />

O INSS homologou declaração de sindicato de <strong>tr</strong>abalhador<strong>es</strong> rurais apenas quanto<br />

ao período de 01/01/1999 a 06/04/2004. Recusou a homologação quanto ao<br />

período de 15/03/1984 a 31/12/1998 sob a alegação de que não havia documentos<br />

contemporâneos que comprovassem exercício de atividade rural, uma vez que o<br />

marido da recorrida tinha firma comercial (fl. 33).<br />

O início de prova material não passa de prova indiciária. Não precisa provar<br />

diretamente o efetivo exercício da atividade rural, mas apenas fatos secundários<br />

dos quais se possa inferi-la. Por isso, a prova documental frágil é suficiente para<br />

formar início de prova material.<br />

Não há prova, nem m<strong>es</strong>mo indiciária, de que o marido da recorrida fosse<br />

comerciante. Ele havia sido qualificado apenas como comerciário – empregado do<br />

comércio, e não proprietário do comércio – em 1970. A certidão de casamento<br />

qualificou a recorrida como doméstica e o marido como comerciário. En<strong>tr</strong>etanto,<br />

<strong>es</strong>critura pública lavrada em 1982, já qualificando o marido da recorrida como<br />

lavrador, comprovou que o casal adquiriu um imóvel rural. Esse imóvel foi alienado<br />

em 1994. A <strong>es</strong>critura pública de venda também repetia a qualificação do <strong>es</strong>poso<br />

como lavrador. A condição de proprietário rural (fato secundário) serve de indício

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!