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Weekend 1197 : Plano 56 : 1 : P.gina 1- - Económico

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10 <strong>Económico</strong> — <strong>Weekend</strong> Sábado 19 Dezembro 2009<br />

DESTAQUE OPADACSNÀCIMPOR<br />

Administração da<br />

Cimpor considera<br />

OPA não amigável<br />

Para os próximos dias espera-se o clarificar de<br />

posições dos diversos accionistas de referência.<br />

Maria Teixeira Alves<br />

e Nuno Miguel Silva<br />

nuno.silva@economico.pt<br />

A OPA que o grupo brasileiro<br />

CSN lançou de surpresa a 100%<br />

do capital da Cimpor é entendido<br />

pela administração da cimenteira<br />

como não amigável. O<br />

<strong>Económico</strong> apurou que foi essa a<br />

principal conclusão retirada do<br />

conselho de administração extraordinário<br />

que teve lugar durante<br />

quase todo o dia de ontem,<br />

na sequência da OPA anunciada<br />

pelo grupo brasileiro CSN.<br />

Para os próximos dias, espera-se<br />

o clarificar de posições de<br />

diversos accionistas de referência<br />

da Cimpor - que tem o acompanhamento<br />

jurídico garantido<br />

pela PLMJ, garantiu ao <strong>Económico</strong><br />

Pedro Melo, sócio da PLMJ.<br />

Estas posições são fundamentais<br />

para decidir o futuro desta OPA,<br />

assim como para saber se haverá<br />

a intenção de lançar uma ou mais<br />

OPA concorrentes. Na prática,<br />

será o continuar de uma contagem<br />

de espingardas que se vem<br />

acentuando na empresa nas últimas<br />

semanas, agora com o aliciante<br />

das mais-valias que se poderão<br />

encaixar em bolsa e com a<br />

participação de um grupo muito<br />

mais alargado de interveniente,<br />

numa guerra que alastra a vários<br />

continentes.<br />

A proposta inicial da Camargo<br />

Corrêa propunha uma incorporação<br />

da Cimpor na empresa<br />

brasileira. Mas a fusão implicava<br />

a diluição dos actuais accionistas<br />

da cimenteira portuguesa. A<br />

outra proposta, da Votorantim,<br />

propunha entregar à Cimpor a<br />

fábrica de cimentos do Brasil em<br />

troca de uma participação ac-<br />

A Cimpor tem estado<br />

envolvida nas últimas<br />

semanas num contar<br />

de espingardas.<br />

As mais-valias que os<br />

diferentes accionistas<br />

podem encaixar<br />

são um importante<br />

aliciante.<br />

cionista da cimenteira em Portugal.<br />

Todas estas propostas foram<br />

rejeitadas por se considerar<br />

que não traziam mais-valias<br />

para os accionistas da Cimpor,<br />

nem traziam a estabilidade accionista<br />

necessária à gestão.<br />

Além destes dois grupos brasileiros,<br />

diversos rumores têm<br />

dado como provável o surgimento<br />

de OPA concorrentes por<br />

parte dos principais grupos do<br />

sector, com especial destaquepara<br />

os suíços da Holcim e para<br />

os mexicanos da Cemex, respectivamente,<br />

segundo terceiro<br />

maior produtores mundiais de<br />

cimentos.<br />

A nível interno, também já<br />

foi referido o interesse na Cimpor<br />

por parte da Cimentos Liz,<br />

cimenteira brasileira de Luís<br />

Champalimaud. O Diário <strong>Económico</strong><br />

tentou contactar<br />

Champalimaud, sem sucesso.<br />

Também Pedro Queiroz Pereira,<br />

dono da Secil, segunda cimenteira<br />

nacional e grande perdedora<br />

da guerra pela última fase<br />

de privatização da Cimpor, é<br />

dado como um forte candidato,<br />

mas não quis comentar o assunto<br />

para o Diário <strong>Económico</strong>.<br />

A possibilidade de a Lafarge –<br />

maior grupo mundial do sector<br />

e segundo accionista da Cimpor<br />

– lançar uma OPA concorrente<br />

é, na perspectiva dos analistas,<br />

baixa. O analista do Barclays<br />

Capital referia na sua nota de<br />

análise à OPA que há um baixo<br />

risco da Lafarge lançar uma OPA<br />

concorrente”, uma vez que a<br />

Cimpor consta dos activos disponíveis<br />

para venda nas contas<br />

da Lafarge. “A Lafarge está actualmente<br />

comprometida na<br />

desalavancagem e iria colocar<br />

em risco os seus ‘ratings’ caso<br />

avançasse com uma oferta concorrente,<br />

a não ser que a mesma<br />

fosse altamente financiada em<br />

acções”, destacou o analista.<br />

Outro protagonista de peso<br />

nesta batalha que se ameaça<br />

prolongar por grande parte de<br />

2010 é Luís Silva. O ex-patrão da<br />

Lusomundo consegue acertar na<br />

maioria dos investimentos em<br />

que aposta. Parece que este negócio<br />

não será a excepção essa<br />

regra. As mais-valias de Luís<br />

Silva, que tem uma posição conhecidade4%naCimpor.<br />

Com uma posição inferior,<br />

abaixo de 2%, Joe Berardo fez<br />

ontem saber que “a OPA é bemvinda,<br />

mas o preço é muito baixo”.<br />

O empresário madeirense,<br />

que esperava há muitos anos<br />

uma OPA na Cimpor, disse ainda<br />

estar convencido que vão aparecer<br />

ofertas concorrentes. ■<br />

Manuel Fino<br />

Pedro Maria Teixeira Duarte<br />

João Paulo Dias<br />

Tem apenas 10% da Cimpor, mas se exercer a opção<br />

de recompra dos 10% que estão nas mãos da<br />

CGD, duplica a influência e vai ser um dos mais influentes<br />

protagonistas deste folhetim que agora<br />

entra numa nova fase. Foi aliado de Pedro Maria,<br />

mas mudou de campo e na assembleia-geral de<br />

13 de Maio exigiu uma gestão independente.<br />

O dono tem perdido poder no último ano. Deixou de<br />

ser o presidente da comissão executiva da Cimpor<br />

em Maio. Abandonou essa comissão executiva em final<br />

de Agosto. O substituto como CEO na Cimpor era<br />

um homem da sua confiança, mas Salavessa Moura<br />

foi destronado por Bayão Horta no início do mês.<br />

Podem valer-lhe as valorizações da Cimpor.<br />

Bruno Lafont<br />

O líder da Lafarge nunca conseguiu liderar na<br />

Cimpor. Foi dado como aliado da Teixeira Duarte,<br />

mas nas últimas decisões os seus administradores<br />

têm estado do lado oposto. Apesar de ser o<br />

segundo accionista, nunca se percebeu a sua estratégia<br />

para a Cimpor. Os analistas duvidam que<br />

possa e queira lançar uma OPA concorrente.<br />

Luís Silva<br />

O antigo dono da Lusomundo é discreto, mas da<br />

fama ninguém o livra. Em todos os investimento que<br />

aposta é como o Rei Midas, fazendo reluzir os activos<br />

em que investe. Agora, comprou 4% da Cimpor<br />

em baixa e está mais uma vez na perspectiva de encaixar<br />

fortes mais-valias. Mas, também poderá quererfazerpartedasoluçãoaccionistaparaaCimpor.<br />

Cimenteira portuguesa<br />

desperta cobiça<br />

dos líderes mundiais<br />

É uma galeria de notáveis que gravita<br />

em torno do futuro accionista da<br />

Cimpor. Além dos actuais accionistas,<br />

há potenciais interessados que<br />

esperam cruzar fronteiras e mares<br />

para ter acesso a um pedaço da<br />

cimenteira portuguesa. Após a CSN,<br />

fala-se da cobiça da Holcim, Cemex,<br />

Votorantim, Camargo Corrêa, Luís<br />

Champalimaud (Cimentos Liz), Pedro<br />

Queiroz Pereira (Secil).<br />

Paulo Figueiredo Paula Nunes<br />

Fernando Faria de Oliveira<br />

O presidente da Caixa Geral de Depósitos será outro<br />

homem cuja palavra terá efeito no futuro da<br />

Cimpor. O líder da CGD está representado na estrutura<br />

accionista da Cimpor porque Manuel Fino deu<br />

10% da cimenteira como garantia de dívidas contraídas.<br />

O empresário tem uma opção de recompra,<br />

mas até lá, a posição da CGD não é irrelevante.<br />

Nome do fotógrafo Paulo Figueiredo<br />

Carlos Santos Ferreira<br />

O presidente do BCP terá, à partida, pouco a dizer<br />

directamente sobre este assunto, porque a posição<br />

detida na Cimpor é controlada pelo fundo de pensões<br />

do banco, que tem uma gestão independente.<br />

Mas, tendo em conta o peso do banco e o historial<br />

de relações do BCP com alguns dos accionistas da<br />

Cimpor, a sua influência vai fazer-se sentir.<br />

Paulo figueiredo Paulo Figueiredo<br />

Joe Berardo<br />

É conhecido por ser especialista em ganhar dinheiro<br />

em bolsa com OPA de lhe parecem cair do<br />

céu. Este é mais um exemplo. Não é que não tivesse<br />

já tentado mudar o ‘status quo’ em ocasiões<br />

anteriores, mas ainda não tinha calhado. Se<br />

houver OPA concorrentes à da CSN, vai ter hipótese<br />

de atenuar as perdas dos últimos anos.

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