Weekend 1197 : Plano 56 : 1 : P.gina 1- - Económico
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Em boa Companhia<br />
(das Quintas)<br />
O reforço da presença de Miguel Paes do Amaral<br />
no sector dos vinhos já está a fazer-se sentir.<br />
O seu universo empresarial parece o paraíso: vinhos<br />
e livros (e outras coisas despiciendas)<br />
ACompanhia das Quintas está em processo de consolidação<br />
da sua estrutura accionista (liderada por<br />
António Parente e Miguel Paes do Amaral) e a reciclar<br />
a sua estratégia, apontando-a para o aumento<br />
das exportações (em mercado como o Brasil, Angola<br />
e Estados Unidos) e para novos investimentos<br />
(entre três a cinco milhões de euros) ao nível das quintas do Douro<br />
que fazem parte dos seus activos; com tudo isto, o grupo quer<br />
crescer em termos de facturação, pretendendo ultrapassar os 11<br />
milhões de euros a médio prazo (este ano deverá ficar pelos dez<br />
milhões, tal como em 2008), segundo informação veiculada por<br />
um dos seus administradores, Bernardo Gouveia.<br />
Mas isso agora não importa nada: muito mais importante é<br />
passarmos a conhecer as novidades vínicas que acompanham estas<br />
alterações entediantes do lado menos vistoso do grupo –<br />
aquele que tem a ver com os balanços, previsões, provisões e outros<br />
aborrecimentos que estragam o dia-a-dia dos contabilistas.<br />
A Companhia das Quintas acaba de comprar – pela mão sempre<br />
atenta de Miguel Paes do Amaral, há já muito ligado aos vinhos – a<br />
Quinta da Fronteira, situada no Douro Superior, junto a Barca<br />
d’Alva. A propriedade tem 94 hectares de área, dos quais 52 estão<br />
cobertos com vinha e, mais importante que isso, passarão a vinificar<br />
sob o olhar atento do enólogo Jorge Serôdio Borges – para quem<br />
os vinhos que o Douro Superior são capazes de produzir representam<br />
um enorme desafio.<br />
Para a nova aquisição ser devidamente comemorada, a Companhia<br />
das Quintas acaba de lançar no mercado um Fronteira Reserva<br />
2007 – ano que aparentemente nunca vai deixar de surpreender<br />
os aficcionados dos vinhos. Produzido a 60% com Touriga<br />
Nacional, 20% com Touriga Franca e 20% com Tinta Roriz, o<br />
Fronteira Reserva estagiou 18 meses em barricas de carvalho<br />
francês, antes de, por 18 euros a unidade, ter sido lançado no<br />
mercado. Se ser de 2007 e do Douro já era um sinal garantido de<br />
qualidade, ser um reserva quer dizer que não vale a pena estar a<br />
perder-se tempo com palavreado. O vinho vai em grande sintonia<br />
com qualquer prato de assado e de caça, como também irá<br />
sem qualquer desprimor para os fundos de uma cave até ser redescoberto<br />
daqui por uma mão cheia de anos.<br />
Outra novidade é um espumante oriundo da Quinta do Cardo<br />
(Beiras) que tem uma característica adicional àquelas que costumam<br />
acompanhar os vinhos deste género produzidos pelo<br />
grupo: cada uma das sete mil garrafas lançadas no mercado é<br />
diferente de todas as outras. É que cada garrafa passou pelas<br />
mãos de artistas que fazem parte da Associação Nacional de Famílias<br />
para a Integração de Pessoas Deficientes. O espumante –<br />
que se apresenta um nível considerável, custando 20 euros por<br />
exemplar – tem por isso esse pequeno senão: seria uma pena<br />
que, no final da sua degustação, a garrafa fosse parar a um vidrão.<br />
ANTÓNIO FREITAS DE SOUSA<br />
O novo espumante<br />
da Quinta do Cardo<br />
merece uma<br />
atenção especial.<br />
Por duas razões:<br />
pelo que está<br />
dentro da garrafa<br />
e pela própria<br />
garrafa, que é uma<br />
espécie de pequena<br />
obradearte<br />
que vale a pena<br />
não deitar<br />
ao vidrão<br />
Outlook | Sábado, 19.12.2009 | 25