10 <strong>Económico</strong> — <strong>Weekend</strong> Sábado 19 Dezembro 2009 DESTAQUE OPADACSNÀCIMPOR Administração da Cimpor considera OPA não amigável Para os próximos dias espera-se o clarificar de posições dos diversos accionistas de referência. Maria Teixeira Alves e Nuno Miguel Silva nuno.silva@economico.pt A OPA que o grupo brasileiro CSN lançou de surpresa a 100% do capital da Cimpor é entendido pela administração da cimenteira como não amigável. O <strong>Económico</strong> apurou que foi essa a principal conclusão retirada do conselho de administração extraordinário que teve lugar durante quase todo o dia de ontem, na sequência da OPA anunciada pelo grupo brasileiro CSN. Para os próximos dias, espera-se o clarificar de posições de diversos accionistas de referência da Cimpor - que tem o acompanhamento jurídico garantido pela PLMJ, garantiu ao <strong>Económico</strong> Pedro Melo, sócio da PLMJ. Estas posições são fundamentais para decidir o futuro desta OPA, assim como para saber se haverá a intenção de lançar uma ou mais OPA concorrentes. Na prática, será o continuar de uma contagem de espingardas que se vem acentuando na empresa nas últimas semanas, agora com o aliciante das mais-valias que se poderão encaixar em bolsa e com a participação de um grupo muito mais alargado de interveniente, numa guerra que alastra a vários continentes. A proposta inicial da Camargo Corrêa propunha uma incorporação da Cimpor na empresa brasileira. Mas a fusão implicava a diluição dos actuais accionistas da cimenteira portuguesa. A outra proposta, da Votorantim, propunha entregar à Cimpor a fábrica de cimentos do Brasil em troca de uma participação ac- A Cimpor tem estado envolvida nas últimas semanas num contar de espingardas. As mais-valias que os diferentes accionistas podem encaixar são um importante aliciante. cionista da cimenteira em Portugal. Todas estas propostas foram rejeitadas por se considerar que não traziam mais-valias para os accionistas da Cimpor, nem traziam a estabilidade accionista necessária à gestão. Além destes dois grupos brasileiros, diversos rumores têm dado como provável o surgimento de OPA concorrentes por parte dos principais grupos do sector, com especial destaquepara os suíços da Holcim e para os mexicanos da Cemex, respectivamente, segundo terceiro maior produtores mundiais de cimentos. A nível interno, também já foi referido o interesse na Cimpor por parte da Cimentos Liz, cimenteira brasileira de Luís Champalimaud. O Diário <strong>Económico</strong> tentou contactar Champalimaud, sem sucesso. Também Pedro Queiroz Pereira, dono da Secil, segunda cimenteira nacional e grande perdedora da guerra pela última fase de privatização da Cimpor, é dado como um forte candidato, mas não quis comentar o assunto para o Diário <strong>Económico</strong>. A possibilidade de a Lafarge – maior grupo mundial do sector e segundo accionista da Cimpor – lançar uma OPA concorrente é, na perspectiva dos analistas, baixa. O analista do Barclays Capital referia na sua nota de análise à OPA que há um baixo risco da Lafarge lançar uma OPA concorrente”, uma vez que a Cimpor consta dos activos disponíveis para venda nas contas da Lafarge. “A Lafarge está actualmente comprometida na desalavancagem e iria colocar em risco os seus ‘ratings’ caso avançasse com uma oferta concorrente, a não ser que a mesma fosse altamente financiada em acções”, destacou o analista. Outro protagonista de peso nesta batalha que se ameaça prolongar por grande parte de 2010 é Luís Silva. O ex-patrão da Lusomundo consegue acertar na maioria dos investimentos em que aposta. Parece que este negócio não será a excepção essa regra. As mais-valias de Luís Silva, que tem uma posição conhecidade4%naCimpor. Com uma posição inferior, abaixo de 2%, Joe Berardo fez ontem saber que “a OPA é bemvinda, mas o preço é muito baixo”. O empresário madeirense, que esperava há muitos anos uma OPA na Cimpor, disse ainda estar convencido que vão aparecer ofertas concorrentes. ■ Manuel Fino Pedro Maria Teixeira Duarte João Paulo Dias Tem apenas 10% da Cimpor, mas se exercer a opção de recompra dos 10% que estão nas mãos da CGD, duplica a influência e vai ser um dos mais influentes protagonistas deste folhetim que agora entra numa nova fase. Foi aliado de Pedro Maria, mas mudou de campo e na assembleia-geral de 13 de Maio exigiu uma gestão independente. O dono tem perdido poder no último ano. Deixou de ser o presidente da comissão executiva da Cimpor em Maio. Abandonou essa comissão executiva em final de Agosto. O substituto como CEO na Cimpor era um homem da sua confiança, mas Salavessa Moura foi destronado por Bayão Horta no início do mês. Podem valer-lhe as valorizações da Cimpor. Bruno Lafont O líder da Lafarge nunca conseguiu liderar na Cimpor. Foi dado como aliado da Teixeira Duarte, mas nas últimas decisões os seus administradores têm estado do lado oposto. Apesar de ser o segundo accionista, nunca se percebeu a sua estratégia para a Cimpor. Os analistas duvidam que possa e queira lançar uma OPA concorrente. Luís Silva O antigo dono da Lusomundo é discreto, mas da fama ninguém o livra. Em todos os investimento que aposta é como o Rei Midas, fazendo reluzir os activos em que investe. Agora, comprou 4% da Cimpor em baixa e está mais uma vez na perspectiva de encaixar fortes mais-valias. Mas, também poderá quererfazerpartedasoluçãoaccionistaparaaCimpor. Cimenteira portuguesa desperta cobiça dos líderes mundiais É uma galeria de notáveis que gravita em torno do futuro accionista da Cimpor. Além dos actuais accionistas, há potenciais interessados que esperam cruzar fronteiras e mares para ter acesso a um pedaço da cimenteira portuguesa. Após a CSN, fala-se da cobiça da Holcim, Cemex, Votorantim, Camargo Corrêa, Luís Champalimaud (Cimentos Liz), Pedro Queiroz Pereira (Secil). Paulo Figueiredo Paula Nunes Fernando Faria de Oliveira O presidente da Caixa Geral de Depósitos será outro homem cuja palavra terá efeito no futuro da Cimpor. O líder da CGD está representado na estrutura accionista da Cimpor porque Manuel Fino deu 10% da cimenteira como garantia de dívidas contraídas. O empresário tem uma opção de recompra, mas até lá, a posição da CGD não é irrelevante. Nome do fotógrafo Paulo Figueiredo Carlos Santos Ferreira O presidente do BCP terá, à partida, pouco a dizer directamente sobre este assunto, porque a posição detida na Cimpor é controlada pelo fundo de pensões do banco, que tem uma gestão independente. Mas, tendo em conta o peso do banco e o historial de relações do BCP com alguns dos accionistas da Cimpor, a sua influência vai fazer-se sentir. Paulo figueiredo Paulo Figueiredo Joe Berardo É conhecido por ser especialista em ganhar dinheiro em bolsa com OPA de lhe parecem cair do céu. Este é mais um exemplo. Não é que não tivesse já tentado mudar o ‘status quo’ em ocasiões anteriores, mas ainda não tinha calhado. Se houver OPA concorrentes à da CSN, vai ter hipótese de atenuar as perdas dos últimos anos.
PUB
- Page 1 and 2: PUB Administração do BPP quer ala
- Page 4 and 5: 4 Económico — Weekend Sábado 19
- Page 6 and 7: 6 Económico — Weekend Sábado 19
- Page 8 and 9: 8 Económico — Weekend Sábado 19
- Page 12 and 13: 12 Económico — Weekend Sábado 1
- Page 14 and 15: 14 Económico — Weekend Sábado 1
- Page 16 and 17: 16 Económico — Weekend Sábado 1
- Page 18 and 19: 18 Económico — Weekend Sábado 1
- Page 20 and 21: 20 Económico — Weekend Sábado 1
- Page 22 and 23: 22 Económico — Weekend Sábado 1
- Page 24 and 25: 24 Económico — Weekend Sábado 1
- Page 26 and 27: 26 Económico — Weekend Sábado 1
- Page 28 and 29: 28 Económico — Weekend Sábado 1
- Page 30 and 31: 30 Económico — Weekend Sábado 1
- Page 32 and 33: 32 Económico — Weekend Sábado 1
- Page 34 and 35: 34 Económico — Weekend Sábado 1
- Page 36 and 37: 36 Económico — Weekend Sábado 1
- Page 38 and 39: 38 Económico — Weekend Sábado 1
- Page 40 and 41: 40 Económico — Weekend Sábado 1
- Page 42 and 43: 42 Económico — Weekend Sábado 1
- Page 44 and 45: 44 Económico — Weekend Sábado 1
- Page 46 and 47: 46 Económico — Weekend Sábado 1
- Page 48 and 49: 48 Económico — Weekend Sábado 1
- Page 50 and 51: 50 Económico — Weekend Sábado 1
- Page 52 and 53: 52 Económico — Weekend Sábado 1
- Page 54 and 55: 54 Económico — Weekend Sábado 1
- Page 56 and 57: 56 Económico — Weekend Sábado 1
- Page 58 and 59: PUB
- Page 60 and 61:
4 | Outlook | Sábado, 19.12.2009 I
- Page 62 and 63:
6 | Outlook | Sábado, 19.12.2009 S
- Page 64 and 65:
8 | Outlook | Sábado, 19.12.2009 U
- Page 66 and 67:
10 | Outlook | Sábado, 19.12.2009
- Page 68 and 69:
12 | Outlook | Sábado, 19.12.2009
- Page 70 and 71:
14 | Outlook | Sábado, 19.12.2009
- Page 72 and 73:
16 | Outlook | Sábado, 19.12.2009
- Page 74 and 75:
18 | Outlook | Sábado, 19.12.2009
- Page 76 and 77:
20 | Outlook | Sábado, 19.12.2009
- Page 78 and 79:
22 | Outlook | Sábado, 19.12.2009
- Page 80 and 81:
24 | Outlook | Sábado, 19.12.2009
- Page 82 and 83:
26 | Outlook | Sábado, 19.12.2009
- Page 84 and 85:
28 | Outlook | Sábado, 19.12.2009
- Page 86 and 87:
30 | Outlook | Sábado, 19.12.2009
- Page 88 and 89:
32 | Outlook | Sábado, 19.12.2009
- Page 90 and 91:
34 | Outlook | Sábado, 19.12.2009
- Page 92 and 93:
36 | Outlook | Sábado, 19.12.2009
- Page 94 and 95:
38 | Outlook | Sábado, 19.12.2009
- Page 96 and 97:
40 | Outlook | Sábado, 19.12.2009
- Page 98 and 99:
42 | Outlook | Sábado, 19.12.2009
- Page 100 and 101:
44 | Outlook | Sábado, 19.12.2009
- Page 102 and 103:
46 | Outlook | Sábado, 19.12.2009
- Page 104:
PUB