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Weekend 1197 : Plano 56 : 1 : P.gina 1- - Económico

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2003 Fevereiro de 2009 Maio de 2009 Dezembro de 2009<br />

Empresa compra mais uma empresa<br />

em Espanha. No ano seguinte parte<br />

para Angola, com a aquisição de<br />

49% da Nova Cimangola. Em 2005<br />

compra 100% da Nordicave Trading<br />

Industrial. Nos anos seguintes, entre<br />

2007 e 2008, fica com<br />

participações maioritárias em<br />

empresas na China, Índia e Espanha.<br />

As dívidas<br />

obrigam Manuel<br />

Fino a dar como<br />

garantia à CGD<br />

10% das acções<br />

que detém<br />

na Cimpor,<br />

assegurando<br />

a sua recompra.<br />

A guerra interna pelo poder sobre<br />

de tom. Na assembleia-geral de 13<br />

de Maio, Pedro Maria enfrenta séria<br />

oposição, é obrigado a abandonar o<br />

cargo de CEO, mas garante<br />

Salavessa Moura, um homem de<br />

confiança no posto. No final de<br />

Agosto perde mais poder e sai da<br />

comissão executiva da Cimpor.<br />

Infografia: Susana Lopes | susana.lopes@economico.pt<br />

Sábado 19 Dezembro 2009 <strong>Weekend</strong> — <strong>Económico</strong> 19<br />

O conflito sobe de<br />

tomemDezembro,<br />

quando Bayão<br />

Horta acumula os<br />

cargos de ‘chairman’eCEOcom<br />

os votos contra da<br />

Teixeira Duarte e<br />

da CGD.<br />

ANÁLISE<br />

O melhor<br />

projecto para<br />

a cimenteira<br />

BRUNO PROENÇA<br />

Director Executivo<br />

NasvésperasdeNatal,opaísfoi<br />

surpreendido por uma OPA à Cimpor.<br />

Para os mais distraídos, a Cimpor<br />

é a maior empresa industrial<br />

portuguesa e uma das dez maiores<br />

cimenteiras do mundo. Ou seja,<br />

não é uma empresa qualquer. E<br />

reúne os maiores bancos e as maiores<br />

construtoras nacionais. Caixa,<br />

BCP, Teixeira Duarte, Lafarge – uma<br />

das três maiores cimenteiras do<br />

mundo –, Manuel Fino, dono da<br />

Soares da Costa, estão entre os<br />

maiores accionistas da cimenteira.<br />

Portanto, coloca-se desde logo<br />

uma questão: como é que alguém<br />

tem a ousadia de lançar uma oferta<br />

de compra de surpresa contra accionistas<br />

deste calibre? Porque eles<br />

nunca se entenderam na gestão da<br />

Cimpor.OserroscometidosnoBCP<br />

repetiram-se na Cimpor. Aliás, há<br />

actores comuns. Os accionistas não<br />

souberam definir uma trajectória<br />

de gestão coerente para a empresa.<br />

Pelo contrário, envolveram-se em<br />

lutas de poder – o último episódio<br />

foi a eleição de Bayão Horta para<br />

CEO da Cimpor –, o que colocou a<br />

cimenteira à mercê de uma OPA.<br />

Desta forma, estes mesmos<br />

accionistas não têm agora moral<br />

para invocarem os interesses do<br />

país e os centros de decisão nacional<br />

para rejeitarem a operação.<br />

A resposta à oferta da CSN, um<br />

dos maiores grupos industriais<br />

brasileiros, deve ser racional, tendo<br />

em conta o valor da oferta e o<br />

projecto para o futuro da Cimpor.<br />

Mais do que a discussão estéril sobre<br />

os centros de decisão nacional,<br />

é preciso garantir uma gestão<br />

que produza valor. A discussão<br />

nãodeveserentreestrangeirose<br />

portugueses, mas sim quem tem o<br />

melhor projecto para a Cimpor.<br />

Antecipando o argumento nacionalista,<br />

os brasileiros garantem<br />

queaempresamantémasedeem<br />

Lisboa e que a equipa de gestão<br />

continuará a ser portuguesa. E<br />

parecem ter garantido os mais altos<br />

apoios políticos. José Sócrates<br />

e Lula da Silva deram aparentemente<br />

luz verde à operação. Esta<br />

posição retira também munições<br />

a uma possível discussão política.<br />

Assim, tudo se resume ao mundo<br />

dos negócios. E a verdade é que<br />

umaOPAestrangeirapodeserasoluçãoquepermitesalvarafacedos<br />

vários accionistas da Cimpor. Além<br />

de garantirem mais-valias. A operação<br />

ainda agora começou e muita<br />

água ainda vai correr. Não é de excluir<br />

uma OPA concorrente de outra<br />

empresa estrangeira. Mas uma coisa<br />

parece certa: na Cimpor nada vai ficar<br />

como antes e provavelmente o<br />

poder vai mudar de mãos. ■

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