Weekend 1197 : Plano 56 : 1 : P.gina 1- - Económico
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Bob Strong/Reuters<br />
4<br />
Ho New/Reuters<br />
1 Os vizinhos latinoamericanos,<br />
Hugo<br />
Chávez e Evo Morales<br />
caminham para a<br />
cimeira de Copenhaga. O<br />
presidente venezuelano<br />
afirmou que o discurso<br />
de Obama era “rídiculo”.<br />
2 Gordon Brown chega<br />
ao centro Bella para se<br />
reunir com os seus<br />
homólogos, num último<br />
diadacimeira.<br />
3 França, Alemanha e a<br />
presidência sueca da UE<br />
abandonam a cimeira<br />
ainda sem acordo apesar<br />
dos esforço da<br />
comunidade.<br />
4 Nem o presidente<br />
iraniano Mahmoud<br />
Ahmadinejad foi uma<br />
das figuras mais<br />
seguidas da cimeira,<br />
mas as suas declarações<br />
pautaram-se pela<br />
discrição.<br />
5 O presidente da<br />
Comissão Eurpeia,<br />
Durão Barroso, trazia no<br />
bolso a proposta mais<br />
ambiciosa dos países<br />
desenvolvidos e fez<br />
vários tentativas para<br />
subir a parada.<br />
ridades dos portugueses<br />
mais para usar energia menos<br />
poluente: apenas 22% aceitariam<br />
pagar até 20% na sua conta de<br />
energia em nome do ambiente,<br />
contra 45% média de europeus.<br />
E no entanto, os estudos sobre<br />
a evolução do clima dizem todos<br />
que Portugal será um dos países<br />
na Europa mais afectados pelas<br />
alterações climáticas. Nomeadamente<br />
pela subida do nível das<br />
águas, ‘comendo’ parte do território<br />
litoral onde vive a maioria<br />
da população nacional, e desertificando<br />
o interior. Num estudo<br />
do centro de investigação conjunto<br />
da Comissão Europeia, Portugal,<br />
Espanha, Grécia, Itália e<br />
Bulgária teriam as maiores perdas<br />
Apenas 28%<br />
dos portugueses<br />
citam as alterações<br />
climáticas como<br />
um dos problemas<br />
sérios que o mundo<br />
enfrenta.<br />
2<br />
de bem estar com as alterações<br />
climáticas, entre 0,3% e 1,6% do<br />
PIB por ano, em função do aumentodetemperaturaem2,5a<br />
5,4 graus célsius, respectivamente,<br />
previstos para 2080. Isto<br />
se nada for feito entretanto. A<br />
agricultura sofreria os maiores<br />
danos, perdendo até 25% do seu<br />
produto e as receitas do turismo<br />
podem diminuir até cinco mil<br />
milhões de euros por ano.<br />
O estudo de opinião revela<br />
que, ao nível dos comportamentosdiários,osportuguesesnão<br />
estão sintonizados com as novas<br />
práticas de eficiência energética,<br />
pelo menos não tanto quando os<br />
seus parceiros europeus. Em prá-<br />
Scanpix Denmark/Reuters<br />
5<br />
Sábado 19 Dezembro 2009 <strong>Weekend</strong> — <strong>Económico</strong> 53<br />
Ints Kalnins/Reuters<br />
ticas como triagem de lixo, redução<br />
de consumo de electricidade<br />
ou de água a nível doméstico, os<br />
portugueses revelam-se quase<br />
tão conscientes e praticantes<br />
como os restantes europeus. Mas<br />
o esforço termina aí. Apenas 21%<br />
dos portugueses reduzem o seu<br />
consumo de produtos como sacos<br />
de plásticos, embalagens e pacotes,<br />
contra 41% na média europeia.<br />
A preocupação em consumir<br />
produtos da época para evitar<br />
poluição transporte de mercadorias<br />
existe em 29% dos europeus<br />
e apenas 6% dos portugueses,<br />
proporção que se mantém no que<br />
toca a redução do uso do carro ou<br />
preferência por bicicletas. ■<br />
Ints Kalnins/Reuters<br />
ANÁLISE EFEITO ESTUFA<br />
O transporte<br />
público dá um<br />
contributo<br />
positivo<br />
J. Manuel Silva Rodrigues<br />
Presidente do Conselho de Administração<br />
da Carris<br />
As cidades modernas enfrentam<br />
problemas crescentes de<br />
sinistralidade, degradação<br />
ambiental e congestionamento,<br />
consequência do uso excessivo<br />
do automóvel.<br />
A evolução nas últimas décadas<br />
evidencia níveis crescentes<br />
de urbanização, que se<br />
têm reflectido no crescimento<br />
da mobilidade urbana, ao mesmo<br />
tempo, que se tem verificado<br />
uma taxa de motorização<br />
crescente, de que resultam impactos<br />
negativos no ambiente,<br />
pelaemissãodeCO2edeoutras<br />
partículas nocivas, para<br />
além do aumento dos níveis de<br />
ruído.<br />
Entre 1990 e 2006 o sector<br />
dos transportes aumentou em<br />
28% a emissão de CO2, sendo<br />
responsável por 23% da emissãodegasescomefeitodeestufa<br />
(GEE), os principais responsáveis<br />
pelas alterações climáticas.<br />
É imperativo tomar medidas<br />
que alterem esta situação,<br />
permitindo reduzir as emissões<br />
de GEE, passando por soluções<br />
técnicas que permitam<br />
diversificar energeticamente<br />
os motores e aumentar a respectiva<br />
eficiência, bem como<br />
por soluções comportamentais<br />
que alterem os padrões de<br />
mobilidade para formas mais<br />
sustentáveis.<br />
Este caminho constitui um<br />
desafio enorme mas, também,<br />
uma oportunidade extraordinária<br />
para o sector do transporte<br />
público.<br />
Redes ajustadas, frotas adequadas,<br />
pessoas formadas são<br />
os três pilares fundamentais de<br />
qualidade que têm de estar<br />
presentes na oferta que diariamente<br />
os operadores de transporte<br />
têm de disponibilizar,<br />
ajudando os cidadãos a concretizarem<br />
escolhas mais sustentáveis<br />
no tocante à respectiva<br />
mobilidade.<br />
Mas é preciso ir mais longe,<br />
actuando de forma pró-activa<br />
no mercado, promovendo os<br />
produtos existentes e criando<br />
novos produtos que dêem resposta<br />
adequada às diferentes<br />
necessidades de mobilidade<br />
dos vários públicos existentes.<br />
A Carris está bem ciente<br />
destes desafios e das oportunidades<br />
que hoje estão em cima<br />
da mesa. Continuaremos a trabalhar<br />
para oferecer à Cidade<br />
soluções de mobilidade inovadoras,<br />
modernas, confortáveis,<br />
seguras. ■