Weekend 1197 : Plano 56 : 1 : P.gina 1- - Económico
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“ A Carta da ONU<br />
édeuma<br />
neutralidade<br />
absoluta em relação<br />
aos impérios<br />
coloniais.<br />
ONU deveria prosseguir a missão civilizadora<br />
da sua antecessora, mas obviamente com<br />
mais sucesso.<br />
A ambiguidade ori<strong>gina</strong>l das Nações Unidas<br />
O livro conta, igualmente, a outra história sobre<br />
a origem e a evolução das Nações Unidas:<br />
a defesa do princípio da auto-determinação<br />
nacional e da libertação anti-colonial. É a<br />
históriamaisconhecidaeaquetemmarcado<br />
grande parte da vida da organização. Esteve<br />
igualmente presente no momento de criação<br />
da ONU. O capítulo terceiro explica a contribuição<br />
do pensamento de dois emigrantes judeus<br />
na Palestina, Raphael Lemkin e Joseph<br />
Schechtman, para a afirmação do princípio da<br />
auto-determinação das minorias nacionais, a<br />
partir do caso de Israel. Neste ponto, também<br />
senotaacontinuidadeentreaSDNeaONU.A<br />
defesa da auto-determinação das nações que<br />
pertenciam aos Impérios europeus foi um dos<br />
pontos definidores da SDN, confirmada pela<br />
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vaga de independências nacionais que se seguiu<br />
ao colapso dos Impérios Otomano, Russo<br />
e Austro-Húngaro, após a primeira Guerra<br />
Mundial. A criação do Estado de Israel marca<br />
a expansão do princípio da auto-determinação<br />
para fora da Europa, e a sua transformação<br />
na luta contra os impérios coloniais.<br />
Jawaharlal Nehru, conta-nos o autor no<br />
capítulo quarto, reforçou a visão anti-colonial<br />
com a sua proposta sobre umas “nações<br />
unidas globais”, onde a Ásia e África ocupariam<br />
um lugar ao lado das “potências ocidentais”.<br />
As últimas décadas constituem a<br />
história da emergência da ONU global e o fim<br />
dos impérios. O que, em larga medida, deu<br />
razão a Nehru. No entanto, o desfecho da história<br />
não nos deve levar a ignorar o seu início.<br />
A ambiguidade ori<strong>gina</strong>l reflecte uma tensão<br />
histórica entre tolerância e civilização;<br />
ou, usando outros termos, entre nacionalismo<br />
e cosmopolitanismo. Durante o pós-<br />
Guerra, o conceito de civilização perdeu a<br />
Sábado 19 Dezembro 2009 <strong>Weekend</strong> — <strong>Económico</strong> 37<br />
Karamallah Daher / Reuters’<br />
natureza discriminatória, em termos raciais,<br />
e adquiriu uma identidade política, adoptando,<br />
pelo caminho, o nome de ‘democracia e<br />
direitos humanos’. A versão contemporânea<br />
da tensão histórica entre tolerância e civilizaçãotransformou-senatensãoentrerespeito<br />
pela soberania nacional eapromoção<br />
da democracia e dos direitos humanos. A<br />
“Agenda para a Paz” de Boutros-Boutros<br />
Ghali, o documento fundador da “ONU pós-<br />
Guerra Fria”, constitui um dos exemplos<br />
mais recentes da tensão permanente que habita<br />
a organização. A excelente contribuição<br />
de Mazower ajuda a entender muito melhor<br />
não só a natureza das contradições da ONU,<br />
mas também as razões porque continuaremosavivercomelas.■<br />
João Marques de Almeida escreve aos<br />
sábados no <strong>Weekend</strong> <strong>Económico</strong> sobre<br />
grandes líderes europeus e grandes livros.