Weekend 1197 : Plano 56 : 1 : P.gina 1- - Económico
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42 <strong>Económico</strong> — <strong>Weekend</strong> Sábado 19 Dezembro 2009<br />
EMPRESAS<br />
O palácio quinhentista está em vias de se transformar<br />
num hotel de cinco estrelas.<br />
Polémica ameaça transformação do<br />
Palácio dos Arcos em hotel de charme<br />
O Vila Galé ganhou a concessão do palacete de Oeiras, mas um concorrente local impugnou a decisão.<br />
Marina Conceição<br />
marina.conceicao@economico.pt<br />
O concurso público para construção<br />
de um hotel de charme no Palácio<br />
dos Arcos, em Oeiras, foi impugnado<br />
pelo último classificado<br />
depois de ter sido ganho pela cadeia<br />
Vila Galé no início do ano.<br />
Fica assim em causa a criação de<br />
umhoteldecincoestrelasnopalácio<br />
quinhentista.<br />
A empresa Nova Caxias, que<br />
que gere a unidade de quatro estrelas<br />
Solar Palmeiras,decidiu impugnar<br />
a primeira decisão por<br />
“violação do sistema do concurso<br />
e violação da legislação dos empreendimentos<br />
turísticos”, avançou<br />
ao Diário <strong>Económico</strong> Rui Silva,<br />
administrador da Nova Caxias.<br />
A empresa que ficou em último<br />
lugar, entre cinco concorrentes,<br />
acusa a cadeia Vila Galé de não ter<br />
apresentado uma proposta com<br />
pouca volumetria na transformação<br />
do palacete do século XV em<br />
hoteldecharme.<br />
“Ficámos admiradíssimos<br />
quando a proposta que ganhou<br />
tinha grande volumetria de<br />
construção e os quartos eram<br />
Jorge Rebelo<br />
de Almeida,<br />
presidente do grupo<br />
Vila Galé, está<br />
confiante que<br />
a autarquia liderada<br />
por Isaltino Morais<br />
vai manter<br />
a decisão inicial<br />
de adjudicação.<br />
menores do que a legislação de<br />
um cinco estrelas obriga”, explicou<br />
Rui Silva.<br />
O projecto do Vila Galé, escolhido<br />
pela autarquia de Isaltino<br />
Morais, consiste num hotel<br />
com75quartosnuminvestimento<br />
de 9,9 milhões de euros e<br />
com, uma renda acumulada de<br />
2,9 milhões de euros numa concessãoa50anos.<br />
Confrontado com os argumentos<br />
do concorrente, o presidente<br />
da cadeia Vila Galé, Jorge Rebelo<br />
de Almeida, disse que “as razões<br />
apresentadas não têm fundamento.<br />
O projecto respeita todos os<br />
condicionamentos do concurso e<br />
cumpre largamente por excesso a<br />
legislação de um hotel de cinco<br />
estrelas, com quartos muito maiores<br />
do que a lei exige”.<br />
Em relação à dimensão do<br />
projecto do Palácio dos Arcos, o<br />
presidente da Vila Galé afirmou<br />
que “o edifício tem dois e três pisos<br />
e, por isso, não ultrapassa a<br />
altura do palácio”.<br />
A proposta da Nova Caxias implica<br />
um investimento de seis milhões<br />
de euros e conta com a<br />
construção de um hotel de 45<br />
quartos e mais seis suites localizadas<br />
no palacete. Além disso, Rui<br />
Silva tornou-o num projecto<br />
“auto-suficiente do ponto de vista<br />
energético”.<br />
Apesar do valor da renda ser<br />
inferior ao das outras propostas, a<br />
Nova Caxias oferecia um incremento<br />
de progressão de 1% até ao<br />
finaldaconcessãode50anos,o<br />
que no fim dava um retorno maior<br />
à Câmara, segundo Rui Silva.<br />
A Câmara Municipal de Oeiras<br />
está calada desde Julho. Contactada<br />
pelo <strong>Económico</strong>, fonte oficial<br />
da autarquia sublinhou que “a câmara<br />
não se pode pronunciar<br />
porque há um júri responsável<br />
pela avaliação do concurso, mas a<br />
autarquia está muito empenhada<br />
em que tudo se resolva rapidamente<br />
para a decisão do júri ir<br />
novamente a assembleia municipal<br />
para ser votada”.<br />
Rui Silva aguarda uma decisão<br />
favorável à impugnação que provocou<br />
e que seja a Nova Caxias a<br />
ganhar o projecto. Por outro lado,<br />
Jorge Rebelo de Almeida, não vai<br />
desistir do projecto e está confiante<br />
na manutenção da decisão inicial<br />
da autarquia.■<br />
PALAVRA-CHAVE<br />
✽<br />
O palácio de onde<br />
D. Manuel via<br />
partir as naus<br />
Paulo Alexandre Coelho<br />
O Palácio dos Arcos foi construído<br />
no século XV. Reza a lenda que foi<br />
deste palacete de Oeiras que<br />
D.Manuel I, o Venturoso, viu partir<br />
as naus com destino à Índia. Passou<br />
depois de geração em geração ao<br />
longo de cinco séculos, nas mãos<br />
dos condes de Arrochella e Castelo<br />
de Paiva. Até que o último<br />
proprietário o legou em testamento<br />
à Câmara de Oeiras, na condição<br />
que ali seja construída uma casamuseu<br />
com obras de artistas<br />
como Almada Negreiros, Cesariny<br />
e Vieira da Silva.