Weekend 1197 : Plano 56 : 1 : P.gina 1- - Económico
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Christian Charisius/Reuters<br />
PONTOS-CHAVE<br />
“ China leva<br />
as alterações<br />
climáticas<br />
muito a sério.<br />
A China está numa<br />
fase acelerada de<br />
industrialização e<br />
urbanização e, da<br />
da predominância<br />
do carvão nas<br />
nossas escolhas<br />
energéticas,<br />
estamos<br />
confrontados<br />
com dificuldades<br />
especiais na<br />
redução de<br />
emissões”.<br />
“Vamos melhorar<br />
as estatísticas<br />
domésticas, vigiar<br />
e avaliar métodos,<br />
aumentar a<br />
transparência”<br />
Wen Jiabao<br />
aumentar, dando claras<br />
indicações quanto à distribuição<br />
desses montantes.<br />
● Supervisão:<br />
Os países em desenvolvimento,<br />
incluindo a China, concordam<br />
em submeterem as suas<br />
acções em matéria de redução<br />
de emissões ao escrutínio<br />
do exterior, mesmo que<br />
essas reduções não<br />
beneficiem de financiamento<br />
e apoio internacional.<br />
No último minuto, os líderes<br />
políticos conseguiram o<br />
acordo possível. As metas de<br />
corte de emissões foram<br />
arrastadas para 2050, com 80%<br />
a cargo dos países ricos.<br />
-<br />
Acordo fraco<br />
● O objectivo:<br />
Isenção de limites à subida<br />
global da temperatura.<br />
● Compromisso dos ‘ricos’:<br />
Países mantêm as reduções já<br />
anunciadas.<br />
● Acções dos países em<br />
desenvolvimento:<br />
Não haverá mudanças nas<br />
emissões chinesas e de outros<br />
países em desenvolvimento.<br />
● Prazo de entrada em vigor<br />
do tratado vinculativo:<br />
Todos Mhghghk os olhos df dfestavam gdjkfhg<br />
postos sdfhglkhsdlfjgh no discurso sdjfgh de<br />
Obama, sjdfh g hsdfkjgh mas não houve “coelhos<br />
tirados ksdfjgsjdfhkgjh da cartola’. sdfjkgh O presidente ksjdfh<br />
dos gkj shdfkjgh EUA não sdjkfhgk foi como esperado jsdhfkgjho<br />
‘salvador skdfjg sdfg. do planeta’.<br />
Ints Kalnins/Reuters<br />
Não será acordado nenhum prazo<br />
de entrada em vigor do tratado.<br />
● Financiamento:<br />
Os países desenvolvidos<br />
oferecem 100 mil milhões de<br />
dólares ou menos, com<br />
indicações muito vagas quanto à<br />
distribuição desses montantes.<br />
● Supervisão:<br />
Os países em desenvolvimento<br />
têm a liberdade de reportarem<br />
por si sós o seu desempenho em<br />
matéria de redução de emissões,<br />
sem qualquer supervisão externa.<br />
Apesar Mhghghk dedf ser dfum gdjkfhg de<br />
sdfhglkhsdlfjgh Portugal estar assinalado sdjfgh<br />
sjdfh como gumhsdfkjgh dos países que pode<br />
ksdfjgsjdfhkgjh sofrer mais comsdfjkgh o efeitoksjdfh estufa,<br />
gkj os portugueses shdfkjgh sdjkfhgk estão pouco<br />
jsdhfkgjh preocupados skdfjg comsdfg. o clima.<br />
Sábado 19 Dezembro 2009 <strong>Weekend</strong> — <strong>Económico</strong> 51<br />
A velha ordem<br />
mundial está<br />
aderreter<br />
A conferência caracterizou-se por<br />
um conjunto de altercações e um<br />
apontar de dedo entre ‘ricos’<br />
e ‘pobres’.<br />
Andrew Ward, em Copenhaga<br />
Exclusivo Financial Times<br />
Robert Zoellick passou quase<br />
despercebido esta semana no<br />
Bella Center, algo que remete<br />
para profundas na velha ordem<br />
mundial.<br />
Aqui estava o presidente do<br />
Banco Mundial – símbolo do domínio<br />
económico do Ocidente – a<br />
misturar-se anonimamente com<br />
a multidão numa conferência internacional,<br />
descrita por alguns<br />
como a mais importante desde a<br />
II Guerra Mundial.<br />
Na terça-feira seria a vez de<br />
uma série de dignatários, recém-chegados<br />
de países distantes,<br />
percorrerem os mesmos<br />
corredores austeros, perseguidos<br />
por hordas de jornalistas<br />
que deixavam perguntas no ar à<br />
sua passagem.<br />
A presença que maior frenesi<br />
provocou foi a de Hillary Clinton,<br />
a secretária de estado norteamericana,<br />
cuja influência e mediatismo<br />
acabariam por ofuscar a<br />
maioria dos líderes dos vários<br />
países nacionais aí presentes. Mas<br />
acimeiradoclimadeCopenhaga<br />
provou que os EUA deixaram de<br />
ser o grande foco de atenção.<br />
A paisagem humana nesta cimeira<br />
acabou com todo e qualquer<br />
fervor idealista. Em vez de<br />
um mundo unido para salvar o<br />
planeta, esta conferência caracterizou-se<br />
por uma série de altercações<br />
e por um apontar do<br />
dedo entre países ricos e pobres.<br />
Potências até agora periféricas,<br />
como é o caso da Bolívia, e<br />
uma série de países africanos que<br />
muita gente dificilmente conseguirá<br />
localizar no mapa, atraíram<br />
tantos repórteres para as suas<br />
conferências de imprensa diárias<br />
como os encontros com os jornalistas<br />
dos EUA e da União Europeia.<br />
Estes países assumiram aqui<br />
o seu papel de eleitores flutuantes,<br />
divididos entre ficarem ao<br />
lado do Ocidente ou de grandes<br />
economias emergentes como a<br />
ChinaeaÍndia.<br />
Personalidades como Lumumba<br />
Di-Aping, o beligerante<br />
líder sudanês do G77 de países em<br />
desenvolvimento, e Mohamed<br />
Nasheed, o mediático presidente<br />
das Maldivas, tornaram-se caras<br />
tão familiares como os participantes<br />
anglo-saxónicos.<br />
Copenhaga pode vir a representar<br />
a passagem para um<br />
mundo multipolar, anteven-<br />
do-se assim um futuro caótico.<br />
Os diplomatas ocidentais e os<br />
jornalistas estão acostumados a<br />
cimeiras internacionais, com listas<br />
de convidados bastante limitadas<br />
e comunicações de conclusões<br />
cuidadosamente encenadas.<br />
Copenhaga, com os seus 45 mil<br />
participantes registados, oriundos<br />
de cerca de 200 países, não<br />
foi muito diferente.<br />
Eatémesmoumpaísdescontraído<br />
e eficiente como a Dinamarca<br />
teve dificuldades em organizar<br />
um evento como este. As<br />
pessoas foram obrigadas a fazer<br />
fila durante horas e a temperaturas<br />
muito baixas, sendo que muitos<br />
nem conseguiram entrar porqueasalaestavacheia.Quandoa<br />
neve começou a cair esta semana,<br />
a fila de delegados enregelados<br />
que esperava no exterior mais<br />
parecia uma fila de pinguins imperadores,<br />
colados uns aos outros,<br />
em plena tempestade antárctica.<br />
Esta não era a melhor<br />
forma de proclamar a necessidade<br />
de resolver o problema do<br />
aquecimento global.<br />
Copenhaga é provavelmente<br />
uma das cidades mais bonitas da<br />
Europa. Mas a Dinamarca optou<br />
por organizar esta conferência<br />
numa sala de convenções sem janelas,<br />
num subúrbio desolado e<br />
fustigado pelo vento, barricado<br />
do exterior por vedações altas e<br />
estradas encerradas com a ajuda<br />
de grandes blocos de cimento. O<br />
local era sobrevoado por helicópteros<br />
da polícia e polícias percorriam<br />
o perímetro do local desta<br />
cimeira s com os seus pastores de<br />
Alsácia sempre a rosnar, montando<br />
guarda contra os manifestantes<br />
climáticos.<br />
Lá dentro, as pessoas corriam<br />
de reunião para reunião, falando<br />
de forma apressada ao telemóvel<br />
e aglomerando-se em volta de<br />
computadores portáteis. A cada<br />
dia que passava o ritmo e a intensidade<br />
aumentavam - mas com<br />
poucos resultados concretos.■<br />
Tradução de Carlos Tomé Sousa<br />
A paisagem<br />
humana nesta<br />
cimeira acabou<br />
com todo e qualquer<br />
fervor idealista.