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Weekend 1197 : Plano 56 : 1 : P.gina 1- - Económico

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16 <strong>Económico</strong> — <strong>Weekend</strong> Sábado 19 Dezembro 2009<br />

DESTAQUE OPADACSNÀCIMPOR<br />

PERFIL<br />

Benjamin Steinbruch<br />

Entrou para a elite empresarial<br />

brasileira em 1993. Era, então,<br />

um rapaz de 40 anos, que<br />

desempenhava a função de<br />

director da Vicunha, empresa têxtil<br />

fundada por seu pai Mendel<br />

Steinbruch e pelo empresário<br />

Jacques Rabinovitch. Naquele ano,<br />

a Companhia Siderúrgica Nacional<br />

foi a leilão, inaugurando a década<br />

das grandes privatizações no<br />

Brasil. A Vicunha, com Benjamin<br />

Steinbruch à frente, apresentou-se<br />

como líder do Consórcio Brasil –<br />

tendo apoio do Fundo de pensão<br />

dos funcionários do Banco do<br />

Brasil e da Bradespar. Do outro<br />

lado da disputa, um poderoso<br />

adversário na luta pela CSN:<br />

Antonio Ermírio de Moraes, dono<br />

do grupo Votorantim. No final de<br />

uma sexta-feira 2 de Abril de 1993,<br />

o martelo bateu a favor<br />

de Steinbruch. O ‘playboy’ da<br />

Vicunha, que adorava carros<br />

desportivos e cavalos, tornava-se<br />

proprietário da maior siderúrgica<br />

do país.<br />

CSN planeava entrar nos<br />

cimentos há cinco anos<br />

A empresa foi privatizada em 1993 e desde então não pára de crescer. O processo<br />

de internacionalização foi iniciado em 2001. O interesse na Cimpor é mais um passo.<br />

Dárcio Oliveira<br />

doliveira@brasileconomico.com.br<br />

O interesse da Companhia Siderúrgica<br />

Nacional (CSN) pela<br />

Cimpor está na diversificação<br />

de suas actividades.<br />

Em Maio deste ano, a empresa<br />

inaugurou a CSN Cimentos,<br />

com capacidade de produção de<br />

2,8 milhões de toneladas. A<br />

perspectiva inicial era fechar o<br />

ano com uma fabricação de 300<br />

mil toneladas, chegando a 2010<br />

a milhão de toneladas e uma<br />

facturação de 300 milhões de<br />

reais (117,5 milhões de euros).<br />

Trata-se de um número bastante<br />

discreto pelos padrões do<br />

Brasil, que em 2008 produziu 51<br />

milhões de toneladas de cimento,<br />

com uma facturação de 12<br />

mil milhões de reais (4,7 mil<br />

milhões de euros). O mercado<br />

nacional é dominado por onze<br />

grandes grupos, liderados pela<br />

Votorantim.<br />

A entrada da CSN no sector<br />

doscimentosestavaaserplaneada<br />

há cinco anos pelos accionistas.<br />

“O consumo per capitaébaixonoBrasil.São280<br />

quilos por habitante, contra a<br />

média mundial de 420 a 440<br />

quilos”, afirmou o director da<br />

CSN Cimentos, José Tarcisio<br />

EMPRESA EM NÚMEROS<br />

ACTIVOS (2008)<br />

149, 1 mil<br />

milhões de euros<br />

PATRIMÓNIO (2008)<br />

2,62 mil milhões<br />

de euros<br />

LUCROS (2008)<br />

10,5 mil milhões<br />

de euros<br />

Piau, ao Brasil Econômico. Com<br />

investimento de 600 milhões de<br />

reais (235 milhões de euros) em<br />

duas unidades industrias, a empresadeveactuarprincipalmente<br />

no Sudeste do país, que<br />

consomemetadedetodoocimento<br />

utilizado no Brasil.<br />

No anúncio preliminar de<br />

lançamento da oferta pública de<br />

aquisição (OPA), a CSN diz que<br />

“a aquisição da Cimpor contribuiráparaaformaçãodeuma<br />

das maiores empresas produtoras<br />

de cimento do mundo, com<br />

capacidade de produção de 36<br />

milhões de toneladas anuais de<br />

cimento”. Informa ainda que a<br />

compra poderá ser feita tanto<br />

com caixa disponível da CSN<br />

quanto por financiamento de<br />

parte ou da totalidade da aquisição<br />

com linhas de crédito de<br />

bancos de primeira linha.<br />

A CSN foi fundada em 1941<br />

por decreto do presidente Getúlio<br />

Vargas. Começou a operar<br />

cinco anos depois, em Outubro<br />

de 1946, com forte presença<br />

no processo de industrialização<br />

do país. Em 1993<br />

foi privatizada pelo Programa<br />

Nacional de Desestatização do<br />

Governo federal.<br />

A data marca a entrada de<br />

Benjamin Steinbruch na em-<br />

presa. Na época, Steinbruch,<br />

que vinha da Vicunha, foi classificado<br />

pelo presidente de uma<br />

grande empresa do sector como<br />

alguém que encarava “a siderurgia<br />

como mais um negócio a<br />

ser comprado e vendido na primeira<br />

boa oportunidade”.<br />

Steinbruch continua à frente<br />

da CSN. A empresa tem capacidade<br />

de produzir 5,6 milhões<br />

de toneladas por ano, emprega<br />

16 mil pessoas e actua, além da<br />

siderurgia, em mineração e infra-estruturas.<br />

Em 2001, iniciou<br />

o processo de internacionalização<br />

com a compra de activos<br />

da Heartland Steel, formando<br />

a CSN LLC, nos Estados<br />

Unidos. Hoje tem uma fábrica<br />

siderúrgica integrada, cinco<br />

unidades industriais, duas delas<br />

no exterior (EUA e Portugal),<br />

minas de minério de ferro,<br />

calcário e dolomita, distribuidora<br />

de aços planos, terminais<br />

portuários, participações em<br />

estradadeferroeemduasfábricas<br />

hidroeléctricas. Controla<br />

igualmente a Nacional Minérios<br />

S.A (Namisa), criada em<br />

2007. Também é proprietária<br />

da desejada mina de Casa de<br />

Pedra, em Congonhas, no Estado<br />

de Minas Gerais, da qual a<br />

Namisa é subsidiária. ■<br />

DR<br />

CSN<br />

prometeu<br />

projectos de<br />

mil milhões<br />

em Portugal<br />

Investimento seria feito<br />

através da Lusosider,<br />

empresa controlada a 100%<br />

pela CSN desde 2006.<br />

Hugo Real<br />

hugo.real@economico.pt<br />

A primeira grande operação da<br />

CSN (Companhia Siderúrgica<br />

Nacional) em Portugal aconteceu<br />

em 2006, quando o grupo<br />

brasileiro passou a controlar<br />

100% do capital da portuguesa<br />

Lusosider. Para concretizar o<br />

negócio, a CSN investiu 25 milhões<br />

de euros, o montante pago<br />

aos holandeses do Corus Group<br />

que controlavam 50% do capital<br />

Lusosider. Na altura, a CSN afirmouqueacompratinhacomo<br />

objectivo “reforçar o compromisso<br />

da CSN na sua estratégia<br />

de internacionalização, expandindo<br />

as suas operações no exterior<br />

por meio da aquisição de<br />

linhas de acabamento próximas<br />

dos grandes mercados consumidores<br />

de aço”.<br />

No ano seguinte, e após falhar<br />

a compra do Corus Group, a empresa<br />

brasileira revelou a vontade<br />

de reforçar o investimento<br />

em Portugal, de forma a que<br />

80% da produção da Lusosider<br />

fosse exportada para Espanha,<br />

França e Itália. Para tal, Benjamin<br />

Steinbruch, presidente da<br />

CSN, revelou que pretendia investir<br />

mil milhões de euros em<br />

Portugal. Um dos projectos passava<br />

pelo investimento de 200<br />

milhões de euros na ampliação<br />

da capacidade de produção da<br />

Lusosider para um milhão de toneladas.<br />

“Os estudos estão feitos,<br />

o projecto está bem adiantado<br />

e poderá estar concluído<br />

dentro de dois ou três meses”,<br />

afirmou Steinbruch na altura. O<br />

segundo projecto previa um investimento<br />

de 800 milhões de<br />

euros numa laminadora a quente<br />

para três milhões de toneladas.<br />

No entanto, estes investimentos<br />

estão ainda à espera de concretização.<br />

Actualmente, a Lusosider<br />

produz aços planos relaminados<br />

a frio, com revestimento<br />

anti-corrosão, tendo uma “capacidade<br />

instalada de cerca de 550<br />

mil toneladas/ano para produzir<br />

chapa galvanizada e chapa decapadaeoleada”,adiantaaCSNna<br />

sua pá<strong>gina</strong> ‘online’. A empresa<br />

siderúrgica portuguesa está instalada<br />

em Paio Pires e possui uma<br />

área total de 391 mil metros quadrados,<br />

sendo a área coberta de<br />

65 mil metros quadrados.<br />

Os seus produtos podem ser<br />

aplicados na indústria automóvel,<br />

na construção civil, em<br />

componentes de electrodomésticos,<br />

bem como na produção de<br />

latas e embalagens para a indústria<br />

química e alimentar. ■

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