Baixar - Brasiliana USP

192 Sermaõ da
ie encobre } porque tudo he arvore da vida,que naó íô fa*
para ver; nada fe recata , ou zem os homens immortaes ,
diffimula } porq tudo agrada} fenaõ eternos: Fluviutn aqua
Ôc porque tudo he amor , tu- viva fplendidum tdquam cry»
do íe co mm única. Ainda tem ftallum,procedetem de fede Dúy
outraexcelléciaaquellaBéa- ef; Agni.Inmedio platea ejus>
venturada Cidade, a qualfe Ô' ex utraque parte flumiuis
lhe faltara , naõ fora da Glo- Lignum vit*.
ria. Vindo a Roma nos tempos
de fua mayor opulencia, §. V.
Ôc grandeza, hum Embaixador
de Ptrrho , Rey dos Epi- 209 Efta he, Senhores,'
rotas, naõ fazia fim de admi* a Cidade da Gloria, defcrita
rar oque o poder, ôca arte pelo Evangelifta S.Joaõ: ôt
tinha junto naquelle Empo- bafta que foffe aííim como
rio de riquezas, ôc delicias, fe defcreve,para fer merece*
E perguntado pelos Roma- dora das noffas faudades,ôt
nos íe achava algum defeito que fizeffemos mais, do que
na fua Cidade ? Sim acho, fazemos, por ir viver nella;
refpondéo o Embaixador. E Mas he neceffario entender
qual he 2 Que também em com diftinçaõ, ifto mefmoq
Roma fe morre. Niõ affim, eftàditto. Em dizer o EvandizS.Joaõ,nefta
riqiiífima gelifta, quenaquella Berna»
Cidade , que vos tenho def- veturada Pátria naõ ha morlh.
4. cri to. Mors ultra non erittne» te, nem dor, nem trifteza, nê
queluãus, neque clamor»tie- queixa, nem algum dosouque
dolor erit ultra. Nam ha tros accidentes, que taõ mola
mor£e,íiem lUtos,nem dôr, lefta fazem a vida defte valnem
queixa: porque do tro- lede lagrimas, he verdade ,
no do fupremo Rey fae hum entendida affim como foa ,
riodècriftal, que rega toda envque naõ pode haver dua
Cidade, cujas margés eftaõ vida. Porem ifto naõ hedicubertas
de árvores, Ocas ar- zer o que ha ho Ceo, fenaõ o
votes carregadas de frutos,ôc que naõ ha. Naõ ha morte ,
os frutas melhores que os da ivaõ ha piores, naõ ha trabalhos.