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Sermão da
neficencia real excedem to­ adulador he fer inimigo : Ôc
dos os limites da efficacia , a quãtos faõ os euges, que vos
que fe podia eftender a ex- dizem, tantos íaõ os males
hortaçam. Aííim viramos que vos querem. E a eftes
eftimados , premiados, ôc fa- aduladores, que David recotisfeitos
os que nam fervem nhecia por feus inimigos,que
à íombra de telhados de ou­ he oque lhe fazia , ou reíolro,
nem ao calor de brazeyvia fazer, como Rey 2 Quaros
de prata , fenaõ ao Sol, ôc tro coufas. Primeira : que
ao frio, lidando com as on­ experimentaffem a grande
das^ com as balas. averfaõ q lhes tinha : Aver»
265 Huma fó inve&i- tantur, avertantur. Segunda;
va me occorria para poder que logo, logo fahiffem de
acabar o Sermaõ, mas effa fua caía ôc naõ appareceffem
contra ElRey David, eftra- mais em fua prefença : Aver*
nhandolhe, ôc reprehenden- tantur Jlaúm. Terceira : que
do muito o modo taõ alheio nao foffem adiantados em
defta charidade , com q elle nada, fenaõ abatidos, ôc aí ra-
tratava aos adulladores íeus zados : Avertantur retror-
inimigos. No Pfalmo feffenfum. Quarta, ôc ultima : que
ta ôc nove diz David eftas pois íe naõ envergonharam
palavras , ou as torna a de fer aduladores, padeceffc
repetir } porque jà tinha dito a vergonha de fer conheci­
as meímas no Pfalmo trinta dos publicamente, ôc trata­
ôc nove: Avertantur retrordos como taes: Avertantur ,
Pfal.
fum, (fy erubefcant, qui volunt (fy erubefcant : Avertantur
69.4.
mihi mala: avertantur fiatim ftatím erubefcentes. Ifto he,
Pfal.
39I1V.trubefcentes, qui dkunt mihi, David, o que vosfazieis aos
euge,euge, Primeiro que tu- aduladores, voffos inimigos,
do fedeve advertir em con- como Rey} mas naó he ifto
fii maçam do que fica dito, o que lhe devieis fazer como
que aquelles, qui dkunt mihi, Profeta, que tam clara luz
euge,euge, faõ os mefmos, qui tiveftes do Evangelho de
volunt mihi mala , porque Chrifto. Pois fe Chrifto vos
adular he querer mal} ôc fer manda, que ameis a voffos
ini-