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48 6 Sermão de
cendo, ~& matârido~o rmffmo cabem muitos feciilos dea*..v*'-í
Gigante, fez, ôc suerecèo roor, que eternidades, frriaã
mais em huma hora , que to» as que D.cs tinha contada
dos os outros em. tantos an- no coraçam , & amor de Saõ
nos. Os homens medindo os Roque em tantos annos de>
merecimétos íò pelos annos fuás peregrinaçoens» de feus
fazem huma grande injufti* carce'rés,de íuas perfeguiço*
Ça } porem Deas, que he ju- ens, ôc afrontas, que Í20.0.
íiiífímo, medeos íò pelos crizol do amor ? Se os que
coraçoens} porque elle fò cs vieraõnaundecima boiado
vè. No meímo dia, ôc na dia,que hea velhice, porque
meíma hora , emqueaMa» fupnraõ a tardança com a didaiena
fe lançou aos pès de ligencia-, foraõ igualmente
Chrifto,diffe o Senhor, que pagos j & premiados} qual
tinha amado muito: J£uo* fera o prêmio daquelle co»
Luc.y. niam dilexit multum. Parece raçaõ, que entre as lizonjas
47. muito dizer. Digafe q ama- dos mais floridos , ôc enga-
Va, mas nam fe diga muito, noíos annos fe entregou todo
que ainda entam começava a amar, ôc fervir fò a Deos í
a amar: ôc jà que fe dà nome 520 Os homens, a quem
de muito ao íeu amor, diga- fer vis, podem pouco,ôc quefe
que amava, ôc nam que ti» rem menos. Ss quizeffem
nha amado : Dilexit 3 - Mas dar muito, nam podem } ôt
tudo eftà taõ bem ditto, co- effe pouco, que podem, naõ
mo quem o diffe , porque querem. Deos pelo contra-
Deos nam mede o coraçam rio pôde tudo , ôc fempre
pelo tempo, fenaõ o tempo quer. Vieraõ dous pobres a
pelo coraçam. Ohfeosho- Chrifto pedir remédio para
mens viffeín os coraçoens, íuas enfermidades , ôc cada
quam endividados fe acha- hum ( que he muito eloriaô
osdemuitos, que cui- quente a neceflidade ) pedio
daõ, que os fervem pouco! por íua fraze. Hum diffe:
Por iffo fòfepòde ferVir a Si quid potes, adjuva nos: Se- Mm
quem vè o coraçam. E fe em nhor , fe podeis. remediay- 9. zu
poucos inftantes de tempo me : o outro diffe: Si vis*.
potél