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Isaac Kerstenetzky - Biblioteca - IBGE

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Discurso do representante da<br />

Fundação Getulio Vargas,<br />

Sr. <strong>Isaac</strong> <strong>Kerstenetzky</strong><br />

“Na segunda metade do século XX as economias, tanto dos países desenvolvidos<br />

como dos países em processo de desenvolvimento, são caracterizadas<br />

pela complexidade crescente de suas estruturas. Isso torna imperativa<br />

uma fundamentação quantitativa na formulação da política socioeconômica<br />

dos países.<br />

Dêsse modo, a concepção de, por exemplo, uma estratégia para o setor<br />

educacional ou a implementação de um plano nacional de habitação, dadas as<br />

inter-relações dêsses setores com o resto da economia, implica, para uma fundamentação<br />

adequada de tais políticas, na acumulação e análise de enorme<br />

acervo de dados sôbre atividades econômicas, distribuição de renda, estrutura<br />

demográfi ca, etc.<br />

Não basta, pois, a fi xação de determinados objetivos de política econômica<br />

ou social, em têrmos puramente qualitativos. É necessário que exista um<br />

sistema de estatísticas acuradas e atualizadas, para uma adequada concepção,<br />

elaboração, contrôle e adaptação das políticas de curto e longo prazo.<br />

Há cêrca de 10 anos, em 1958, em plena etapa de aceleração de nosso<br />

processo de industrialização, a Confederação Nacional da Indústria patrocinava<br />

o primeiro Seminário de Estatística. Naquela oportunidade, produtores<br />

e consumidores debateram os grandes problemas de adaptação do sistema estatístico<br />

do país às necessidades de dados, mas lamentàvelmente pouco efeito<br />

tiveram as conclusões e recomendações do conclave, no sentido da reformulação<br />

do sistema.<br />

A minha interpretação dêsse fato é que deve haver certa relação entre<br />

a produção de estatísticas e a visão governamental a respeito da formulação<br />

da política econômica. O Govêrno da época fi rmava-se na idéia de um plano<br />

de metas muito mais como processo de mobilização psicológica da população<br />

brasileira, com sentido desenvolvimentista, do que como efetivo instrumento<br />

de coordenação e contrôle da política econômica<br />

Não negamos a enorme importância - diga-se de passagem - do planejamento<br />

como instrumento de mobilização psicológica. Entretanto é preciso<br />

KERSTENETZKY, <strong>Isaac</strong>. Discurso do representante da Fundação Getúlio Vargas, Sr. <strong>Isaac</strong> <strong>Kerstenetzky</strong>. In:<br />

<strong>IBGE</strong>. Relatório geral da I Conferência Nacional de Estatística. Rio de Janeiro: <strong>IBGE</strong>, [1968?]. p. 40-42.

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