Isaac Kerstenetzky - Biblioteca - IBGE

156 Isaac Kerstenetzky: legado e perfi l
tatística, da qual emerge uma ampla revisão do programa estatístico, qual seja, o Plano
Geral de Informações Estatísticas e Geográfi cas – PGIEG, ofi cializado em 1974. Desde então,
o IBGE vem se tornando uma instituição de pesquisa, respeitada e conceituada, no País
e no mundo.
Ao deixar a presidência do IBGE, dias depois da saída de Mário Henrique Simonsen
do Ministério do Planejamento, que retornara à direção-geral da Escola de Pós-graduação
em Economia – EPGE, da FGV, foi por ele convidado a assumir a direção de
ensino daquela Escola, onde também lecionara e lecionaria. Pouco depois, faria parte do
Conselho Diretor daquela Fundação, numa função de grande prestígio.
No magistério, além de lecionar na EPGE, foi professor no Departamento de História
da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC/RJ, de cujo Centro de
Ciências Sociais foi decano no período 1980-1985. Foi professor visitante dos Departamentos
de Economia das Universidades de Yale, 1963-1964, e de Illinois, 1988, ambas
nos Estados Unidos.
Em 1976, ainda no IBGE, ganhou o prêmio de economia Moinho Santista, quando profere
discurso primoroso, passeando com categoria invejável pelo pensamento econômico.
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Em 1991, quando faleceu, ao tempo da gestão de Eduardo Augusto Guimarães, o
IBGE lhe dedicou a edição do Anuário Estatístico do Brasil.
In Memoriam (p. 3)
A edição do Anuário Estatístico do Brasil de 1991 é dedicada ao Professor Isaac Kerstenetzky,
que exerceu a presidência do IBGE de 1970 a 1979, período em que se permitiu uma
defi nição mais concreta das áreas de quantifi cação, a chave para melhor descrição do
processo econômico e social.
Possuidor de sólida formação em técnicas estatísticas e teoria do planejamento, o Professor
Isaac sempre deu grande ênfase, apoio sistemático e contribuição pessoal na formulação
dos planos, dos questionários, dos projetos de pesquisa, da regularidade, âmbito e
profundidade de cada inquérito.
Exerceu papel importante no desenvolvimento das Ciência Sociais, tendo infl uenciado
profundamente na formação das novas gerações de pesquisadores.
Homem de grande erudição, acreditava que para se fazer História é necessário apenas
clareza de objetivos e ilibada competência.
Ademais, naquele mesmo ano, 1991, deu-se-lhe o nome à Biblioteca Central do
IBGE, integrante da estrutura do Centro de Documentação e Disseminação de Informações
– CDDI. Na ocasião, a solenidade programada não foi realizada por motivo de longa
greve que atingiu a instituição; não obstante, ainda que em cerimônia reservada, descerrou-se
junto ao salão de leitura da referida biblioteca uma placa alusiva à homenagem.
Em 1992, já na gestão de Eurico de Andrade Neves Borba, D. Sara Kerstenetzky, manifestou
interesse de fazer incorporar o acervo pessoal de Isaac Kerstenetzky à Biblioteca
Isaac Kerstenetzky, antiga Biblioteca Central do IBGE. Depois de muitas marchas,
e contramarchas, em 1995/96, aquele acervo pessoal foi adquirido pelo Presidente da
Fundação Cesgranrio, Carlos Alberto Serpa, de pronto, cedendo-o em comodato ao IBGE,
já na gestão de Simon Schwartazman.
Em 1997, ainda na gestão de Simon Schwartzman, o IBGE voltou a prestar-lhe homenagem,
dessa vez na publicação Sistema de contas nacionais: Brasil 1 (segundo volume,
referente a 1996), nos seguintes termos:
1 Agradecemos a Gilda Maria Cabral Santiago a lembrança dessa homenagem.
Houve ainda, na referida publicação, homenagem a Magdalena Sophia Cronemberger de Araújo Góes, Coordenadora das Estatísticas
Econômicas, nos seguintes termos: “O empenho, a determinação e a competência de Magdalena Cronemberger Góes
foram importantes para a defi nição e estruturação dos trabalhos em contas nacionais, no IBGE. Ademais, todas as discussões
metodológicas relativas à construção do ano de 1980, o primeiro da nova metodologia, estiveram sob sua coordenação
técnica. Seu profundo conhecimento do Sistema de Contas Nacionais colocou-a diante de novo desafi o, que ora enfrenta:
coordenar a mudança das estatísticas econômicas. A ela, nosso respeito”.