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Isaac Kerstenetzky - Biblioteca - IBGE

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<strong>Isaac</strong> <strong>Kerstenetzky</strong>, fomentador das estatísticas brasileiras: legado ibgeano 21<br />

a situação do sistema estatístico nacional, e sintetizavam nos seguintes itens as limitações<br />

que tolhiam o <strong>IBGE</strong>:<br />

- Ausência de fl exibilidade institucional, que permita à sua administração (do<br />

Instituto) amplo poder de decisão, dentro das atribuições do órgão, e uma política<br />

de pessoal capaz de dotar a instituição do corpo técnico indispensável,<br />

qualitativa e quantitativamente, à coordenação de um sistema estatístico moderno<br />

e efi ciente;<br />

- Inadequado regime de fi nanciamento, pelo fato de haver o Conselho Nacional<br />

de Estatística passado a depender, de um lado, de dotações orçamentárias, e,<br />

de outro lado, dos recursos da Taxa Municipal de Estatística, esta última sujeita<br />

a decisões políticas e de futuro incerto;<br />

- Difi culdade de ser exercida, pela direção superior do sistema, coordenação efetiva<br />

sôbre órgãos executores não subordinados administrativamente à mesma direção; -<br />

Escassa participação dos usuários no planejamento das atividades do sistema, acarretando<br />

insufi ciente adequação entre a produção de estatísticas e as necessidades<br />

dos consumidores, seja na área governamental, seja no setor privado.<br />

O Grupo de Trabalho, após detido exame das peculiaridades institucionais do<br />

<strong>IBGE</strong>, muitas das quais considerou que deviam ser preservadas, destacando-se entre estas<br />

a da cooperação intergovernamental, garantidora da unicidade dos levantamentos<br />

estatísticos, desde a coleta dos dados ao seu processamento e divulgação, concluiu pela<br />

necessidade de certas modifi cações nesse mesmo terreno institucional, como medida<br />

indispensável à vitalização do sistema estatístico. Sendo inviável o retôrno à situação<br />

original do sistema, tantas e tão profundas haviam sido as alterações que o distanciaram<br />

da estrita natureza federativa, havia que encontrar uma estrutura institucional que,<br />

confi rmando de direito a liderança já exercida de fato pelo govêrno federal, propiciasse<br />

a revalidação dos princípios de autonomia administrativa, fi nanceira e técnica, e, ao<br />

mesmo tempo, garantisse o fortalecimento de uma autoridade de comando superior,<br />

na órbita executiva. Após detido exame das diversas alternativas -autarquia, empresa<br />

pública, sociedade de economia mista, fundação - o Grupo de Trabalho optou pelo<br />

modelo da Fundação, como aquele capaz de solucionar os problemas fundamentais já<br />

focalizados. A validade dessa solução, sob o aspecto jurídico, encontrou apoio em parecer<br />

do eminente Professor Seabra Fagundes. A liderança efetiva da União, signifi cando<br />

a preservação dos princípios básicos da Convenção Nacional de Estatística, poderia<br />

ser alcançada mediante a introdução de dispositivo constitucional que lhe assegurasse<br />

competência privativa para legislar sôbre estatística e geografi a, princípio êsse que veio<br />

a ser consagrado pela Carta Magna de 1967.<br />

Elaborado pelo mencionado Grupo de Trabalho um anteprojeto de lei, foi este<br />

apresentado ao Ministro do Planejamento em setembro de 1966. A 13 de fevereiro de<br />

1967, depois de revisto com base em sugestões de outros órgãos governamentais e da<br />

própria Direção do <strong>IBGE</strong>, transformou-se êsse anteprojeto no Decreto-lei nº 161, que<br />

autorizava a transformação do Instituto em Fundação.<br />

Dando execução ao aludido diploma legal, a Direção do <strong>IBGE</strong> empreendeu, com<br />

a prudência e os cuidados requeridos, a elaboração do Estatuto da nova entidade, o<br />

qual, a 2 de agosto de 1967, foi aprovado pelo Decreto nº 61.126. E a 6 de setembro do<br />

mesmo ano era instalada a FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA<br />

E ESTATÍSTICA, quando seu primeiro Presidente, que já vinha ocupando a Presidência<br />

do <strong>IBGE</strong> desde abril de 1967, foi empossado pelo Doutor Hélio Marcos Penna Beltrão,<br />

então Ministro do Planejamento e Coordenação Geral.<br />

Teve início, a partir dessa transformação de caráter institucional, uma fase de intenso<br />

trabalho, com vistas à reestruturação dos diversos órgãos integrantes da entidade<br />

e à reformulação de métodos e processos no planejamento e execução das respectivas<br />

atividades técnicas e administrativas.

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