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Isaac Kerstenetzky - Biblioteca - IBGE

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32 <strong>Isaac</strong> <strong>Kerstenetzky</strong>: legado e perfi l<br />

Dois grupos<br />

O Plano Nacional de Estatísticas Básicas compõe-se, de modo esquemático, de<br />

dois grandes grupos de levantamentos: estatísticas primárias e estatísticas derivadas.<br />

As estatísticas primárias abrangem todos os levantamentos diretos sobre as condições<br />

e características das atividades econômica e social do país. As tabulações das<br />

estatísticas primárias devido ao caráter global e na maioria das vezes função de levantamentos<br />

de grande massa de dados não proporcionam visão analítica, de fácil entendimento<br />

das múltiplas dimensões da vida econômica e social do país. Daí a necessidade<br />

de elaborações ulteriores do tipo contemplado pelas estatísticas derivadas.<br />

O complexo de estatísticas primárias mais evidente e talvez o de maior importância<br />

é o da operação censitária. Por fôrça de lei, o Brasil deve realizar censos demográfi<br />

cos decenais e censos econômicos (industrial, agrícola, comercial, serviços, transporte)<br />

de cinco em cinco anos, uma vez que a velocidade de transformação dos aspectos<br />

sócio-econômicos da sociedade em que vivemos obriga necessidade de observações<br />

mais próximas no tempo. A partir dêstes levantamentos censitários é que teremos o<br />

balizamento para as atividades de planejamento - “Realidade de hoje, perspectivas do<br />

amanhã” - bem como o ponto de partida para nôvo estágio no desenvolvimento das<br />

estatísticas derivadas.<br />

Para visualizar o tipo de informações a que nos referimos quando falamos de estatísticas<br />

derivadas gostaríamos de ràpidamente introduzir a noção de contas nacionais<br />

e de tabelas de relações intersetoriais (input-output.)<br />

As contas nacionais representam de uma forma convencional e simplifi cada a estrutura<br />

da economia do país onde destaca-se, como agregado central, o cálculo do Produto<br />

Interno Bruto, que representa o valor da produção de bens e serviços fi nais correspondente<br />

a determinado ano. Podemos considerar o PIB como a soma das contribuições<br />

líquidas dos diferentes setores da economia ao total da produção do país. Da mesma<br />

forma podemos focalizá-lo pela óptica da destinação dada, em determinado período,<br />

a essa produção: consumo de unidades familiares, compras de bens e serviços para<br />

consumo corrente pelo Govêrno, adições ao estoque de capital (investimento), vendas<br />

ao exterior de mercadorias e serviços, menos importações de mercadorias e serviços.<br />

A estimativa do PIB envolve a coleta de um grande número de informações e dados<br />

relativos à atividade econômica. Os balizamentos mais importantes das estimativas das<br />

contas nacionais são os censos demográfi cos e econômicos, por representarem os levantamentos<br />

mais completos produzidos pelo sistema estatístico da estrutura econômica e<br />

demográfi ca de um país.<br />

Aplicação<br />

A principal aplicação das tabelas de relações intersetoriais decorre de sua utilidade<br />

na mensuração das repercussões intersetoriais, diretas e indiretas das variações<br />

na procura. Um aumento, por exemplo, da demanda de automóveis, oriunda de consumidores<br />

fi nais, levará, em primeiro impacto, ao aumento da produção da indústria automobilística.<br />

Teremos, entretanto, outros impactos, pois o aumento nas produções de<br />

automóveis resultará em expansão da produção de aço, que por sua vez necessitará de<br />

mais produtos químicos, de minério, de carvão etc. A importância de tal tipo de tabela<br />

torna-se evidente ao observarmos as possibilidades de visualização das múltiplas atividades<br />

e suas conseqüências do sistema econômico do país, permitindo assim planejamento<br />

e controle. Quanto à elaboração de tabelas de relações intersetoriais para o Brasil,<br />

cumpre registrar que no processo de preparação do censo de 70, os instrumentos foram<br />

elaborados no sentido de permitir que se tenha para 1970 tabela bastante mais completa<br />

que a de 1959. Quanto maior o número de atividades que fôr possível discriminar numa<br />

tabela, maior será a capacidade de análise e de visualização das repercussões em outros<br />

setores da economia, do aumento ou da diminuição do consumo ou da produção em<br />

um setor. As tabelas conhecidas de diferentes países regulam em tôrno de 25 ramos com<br />

tendência a aumentos para 50 a 100 ramos. A tabela para a economia americana de 1963<br />

contém cerca de 370 ramos de atividade.

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