11.05.2013 Views

Isaac Kerstenetzky - Biblioteca - IBGE

Isaac Kerstenetzky - Biblioteca - IBGE

Isaac Kerstenetzky - Biblioteca - IBGE

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Isaac</strong> <strong>Kerstenetzky</strong>, fomentador das estatísticas brasileiras: legado ibgeano 57<br />

A tabela 4 apresenta as taxas de natalidade, de mortalidade e de crescimento da<br />

população brasileira para os períodos 1940/1950, 1950/1960 e 1960/1970. Observa-se que<br />

a natalidade, tendo-se mantido praticamente inalterada nas décadas dos 1940 e 1950<br />

em torno de 44%, apresentou signifi cativo declínio no último decênio, situando-se em<br />

torno de 38%.<br />

Para a mortalidade, que diminuiu de modo substancial entre 1950 e 1960, de 24%<br />

para 13%, ou seja, de 43%, voltou a registrar-se acentuado declínio na década passada<br />

- cerca de 30%, com nível de 9,4%, refl etindo a difusão da melhoria da saúde pública.<br />

A distribuição territorial da população brasileira apresenta diferenças marcantes<br />

de região para região. Segundo o Censo de 1970, essa distribuição apresentava a<br />

seguinte confi guração: Norte, abrangendo os Estados do Acre, Amazonas e Pará, além<br />

dos Territórios Federais de Rondônia, Roraima e Amapá, com 36 milhões ou 3,9 do<br />

total; Nordeste, compreendendo os Estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do<br />

Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, além do Território de Fernando<br />

de Noronha, com 28,7 milhões ou 30,3% do total: Sudeste, reunindo os Estados de Minas<br />

Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Guanabara e São Paulo com 40,3 milhões ou<br />

42,7% do total; Sul, compreendendo os Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande<br />

do Sul, com 16,7 milhões ou 17,6% do total; Centro-Oeste, abrangendo os Estados de<br />

Mato Grosso, Goiás e o Distrito Federal, com 5,2 milhões ou 5,5% da população total.<br />

Em que pese os quase cem milhões de habitantes que possui, o Brasil e um país de<br />

população escassa em relação à sua grande extensão territorial. A densidade demográfi ca<br />

é de 11 hab./ km 2 e varia entre amplos limites. Para a Grande Região Norte temos uma<br />

densidade de 1,2 hab./ km 2 , tendo por extremos o Território Federal de Roraima e o Estado<br />

do Pará, com 0,18 e 1,76 hab./km 2 , respectivamente. Para a Grande Região de maior<br />

concentração populacional, a Sudeste, a proporção verifi cada é de 43,61 hab./km 2 . Nessa<br />

mesma Região, temos a Guanabara que atinge a média excepcional de 3.182,70 hab./ km 2 ,<br />

seguida do Rio de Janeiro com 111,73, São Paulo com 72,44, fi gurando como unidade de<br />

menor densidade o Estado de Minas Gerais com a média de 19,99 hab./ km 2 .<br />

Os 5 Estados mais populosos são São Paulo (17,96 milhões), Minas Gerais (11,65<br />

milhões), Bahia(7,58 milhões), Paraná (7,00 milhões) e Rio Grande do Sul (6,76 milhões).<br />

O rápido crescimento industrial que tem caracterizado a vida econômica do País,<br />

durante as duas últimas décadas, vem acelerando o processo de urbanização e o deslocamento<br />

de populações rurais para as cidades e, entre as cidades, notadamente para<br />

as capitais de maior importância. Note-se que no recenseamento de 19 de setembro<br />

de 1970 o País, pela primeira vez, apresenta uma população rural inferior à população<br />

urbana que já é de 56% contra 45,1% em 1960. Assim é que, hoje, conta o País com dois<br />

centros urbanos, as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, com populações superiores<br />

a 4 milhões de habitantes (estando São Paulo com quase 6 milhões) e outras três, Belo<br />

Horizonte, Recife e Salvador, com pouco mais de 1 milhão de habitantes, e, ainda, Brasília,<br />

Curitiba e Porto Alegre com mais de 1/2 milhão.<br />

A composição etária de uma população é particularmente importante pelas suas<br />

implicações para o tamanho da força de trabalho e dos grupos inteiramente dependentes<br />

da população economicamente ativa: crianças e velhos. Além disso, a idade está<br />

biologicamente relacionada com a fecundidade e com a mortalidade.<br />

A composição etária da população total de um país como o Brasil é produto das<br />

taxas de natalidade e de mortalidade que atuaram no passado, sendo a imigração parcela<br />

desprezível do aumento populacional.<br />

Nos países economicamente desenvolvidos, sendo baixas as taxas de nascimento<br />

e mortalidade, as crianças de menos de 15 anos representam apenas 28% da população<br />

total; 60% da população está na faixa etária de 15-59 anos; e a proporção das pessoas acima<br />

de 60 anos é de 13%. Essa composição etária é o resultado de declínios substanciais<br />

da fecundidade, que produziram redução acentuada da proporção de crianças, aumentando,<br />

inicialmente, a percentagem de pessoas em idade economicamente produtiva e,<br />

subseqüentemente, a correspondente aos velhos.<br />

Em 1970, a população brasileira de menos de vinte anos continua representando<br />

mais da metade da população total (52,7%). Essa proporção é idêntica à observada para

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!