Isaac Kerstenetzky - Biblioteca - IBGE
Isaac Kerstenetzky - Biblioteca - IBGE
Isaac Kerstenetzky - Biblioteca - IBGE
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
<strong>Isaac</strong> <strong>Kerstenetzky</strong>, fomentador das estatísticas brasileiras:<br />
perfi l do cientista e do humanista<br />
IV - Acompanhar a elaboração da proposta orçamentária da União, em relação<br />
aos projetos dos diversos órgãos e entidades integrantes do Sistema Estatístico<br />
Nacional;<br />
V - Orientar os órgãos e entidades integrantes do Sistema Estatístico Nacional<br />
na atualização profi ssional dos seus técnicos, de acordo com as necessidades<br />
do Sistema e em consonância com os interesses próprios de cada órgão<br />
ou entidade;<br />
VI - Fazer-se representar junto às entidades públicas e privadas a que tiver sido<br />
delegada a produção de informações, na forma prevista no artigo 8 o , da Lei<br />
n o 5.878, de 11 de maio de 1973;<br />
VII - Expedir instruções e normas operacionais.<br />
As mudanças são avaliadas<br />
O 29 de maio de 1973, 18 dias após a Lei nº 5.878 (11 de maio) 12 , deu a <strong>Isaac</strong> <strong>Kerstenetzky</strong><br />
um excelente momento para explicar a revisão da Fundação.<br />
Salientou que a reforma havida em 1967 “fora de natureza predominantemente<br />
institucional, pois que continuaram mantidas as linhas essenciais da organização original,<br />
de mais de trinta anos”, já que seguira existindo “a compartimentação das atividades<br />
técnicas e administrativas, apenas com nomes diferentes”, e se referia ao IBE<br />
(Instituto Brasileiro de Estatística) vis-à-vis o CNE (Conselho Nacional de Estatística) e<br />
ao IBG (Instituto Brasileiro de Geografi a) vis-à-vis o CNG (Conselho Nacional de Geografi<br />
a). Dessa forma, aquela primeira reforma, por incompleta, até mesmo imprópria,<br />
não alcançara o objetivo de adequação da instituição às “peculiaridades e exigências<br />
dos novos tempos”, expressas na “crescente demanda de informações estatísticas e geográfi<br />
co-cartográfi cas”. Impunha-se reinventar a Fundação.<br />
A orientação básica da nova estrutura reside na modernização orgânica da Instituição, numa<br />
separação sufi cientemente nítida entre as atividades técnicas e as administrativas, e, sobretudo,<br />
no funcionamento, em perfeita integração, de todos os órgãos, tanto técnicos como administrativos,<br />
com apoio em métodos de informática (KERSTENETZKY, 1973, p. 1).<br />
O que as críticas passadas (1958, 1962, 1964, 1966) propunham era a autonomia<br />
do <strong>IBGE</strong>, e uma economia nas suas atividades (fi ns e meios), e não a autonomia ainda<br />
maior de suas partes, como veio com o IBE, o IBG e logo com o IBI (Instituto Brasileiro<br />
de Informática). Essa via esgarçou a autonomia, e provocou desperdícios, por exemplo,<br />
na duplicação da administração. Impunha-se, portanto, promover mudanças profundas,<br />
e era o que vinha naquele instante:<br />
Além disso, a nova estrutura vem adaptar de maneira mais apropriada e, sobretudo<br />
mais racional, o <strong>IBGE</strong> ao sistema de funcionamento do Ministério do Planejamento e<br />
Coordenação Geral, que integra e do qual se vem constituindo instrumento da mais alta<br />
importância como órgão de apoio básico, no campo das informações sócio-econômicas<br />
indispensáveis à formulação de qualquer planos e projetos na área governamental<br />
(KERSTENETZKY, 1973, p. 2).<br />
Uma revisada dimensão institucional, para além de apenas produtora de informações<br />
estatísticas (e também geográfi cas e cartográfi cas), ganharia terreno fértil na<br />
forma dos estudos e análises, seja na forma das sínteses, seja nas interpretações e compreensões<br />
das complexas realidades nacionais (chegando-se, até, a sugestões de políticas<br />
públicas). Os tempos seriam outros, com imensa projeção institucional.<br />
12 Então, o <strong>IBGE</strong> fazia 37 anos, segundo a tradição. Contudo, no discurso há referência aos 35 anos do <strong>IBGE</strong>, o que revela ter<br />
tomado 1938 (quando surge a sigla), como o ano de início.<br />
167