Isaac Kerstenetzky - Biblioteca - IBGE
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58 <strong>Isaac</strong> <strong>Kerstenetzky</strong>: legado e perfi l<br />
outros países em desenvolvimento e está bem acima da registrada para os países industrializados<br />
(36,1%). O grupo etário que gera a população economicamente ativa, 15-59<br />
anos, representa 53% da população total.<br />
A taxa de dependência, razão da população total para a população em idade de<br />
trabalhar (15 a 59 anos), e de 1,95 para os países subdesenvolvidos, 1,78 para o Brasil em<br />
1970, e de 1,49 para os países desenvolvidos (1960).<br />
Em 1970, registrou-se índice de alfabetização (proporção da população de 15 anos, e<br />
mais capaz de escrever um “bilhete simples”, como requer o critério do Censo) de 67%, o que<br />
signifi ca que prosseguiu na última década a tendência de expansão rápida da rede escolar<br />
iniciada nos anos 1950, em que o índice se elevou de 49 para 61 por cento (tabela 6).<br />
O número de pessoas de 15 anos e mais que não sabem ler e escrever aumentou,<br />
entretanto, de 1960 para 1970 de 15,8 para 17,9 milhões, ou seja, de pouco mais de 13%<br />
contra um aumento de 35% do número total de pessoas de 15 anos e mais.<br />
Em termos setoriais, na agricultura apenas 42% das pessoas ocupadas são alfabetizadas,<br />
enquanto na indústria a proporção é de 78%.<br />
A tabela 7 apresenta a distribuição da população economicamente ativa segundo<br />
os setores primário (agricultura), secundário (indústria) e terciário (serviços: comércio,<br />
transporte e comunicações, intermediários fi nanceiros, administração pública, etc.), em 1940,<br />
1950, 1960 e 1970. A tabela 8 mostra o ritmo de expansão do emprego nos três setores.<br />
A taxa média de crescimento anual da população economicamente ativa na agricultura<br />
aumentou de 0,5 para 1,7% do decênio dos 1940 para os dos 1950, caindo para<br />
0,70 ao ano entre 1960 e 1970, com a aceleração da urbanização.<br />
Observa-se redução acentuada na taxa de acréscimo do emprego na indústria,<br />
entre os 1940 e os 1950, de 4,5 para 2,4% ao ano. Isso se deveu às características dos<br />
gêneros de indústria que tiveram maior expansão entre 1950 e 1960, com tecnologia caracterizada<br />
por uso intensivo de capital e absorção relativamente reduzida de mão-deobra,<br />
como é o caso das indústrias automobilística, mecânica, química, etc. Processada<br />
a transformação estrutural da indústria, entre 1960 e 1970, o acréscimo da ocupação no<br />
setor voltou a responder à expansão da produção física, elevando-se sua taxa de crescimento<br />
para 5,9%. É bem verdade que essa taxa refl ete também acentuado aumento da<br />
ocupação na construção civil ocorrido no período.<br />
A expansão da ocupação nos serviços, por outro lado, nas duas últimas décadas,<br />
deveu-se, sobretudo, ao considerável incremento da urbanização e à procura por<br />
múltiplas formas de atividade terciária provocada pela impossibilidade da indústria<br />
absorver grandes contingentes de população recém-urbanizada.<br />
Em 1970, a agricultura dava ocupação de 13,1 milhões (44% do total da população<br />
economicamente ativa), a indústria absorvia 5,3 ou 18% do total e os serviços, 11,2<br />
milhões, correspondentes a 38% do total.<br />
A Evidência do Crescimento<br />
Em 1970, o PIB é estimado como sendo de 174,6 bilhões de cruzeiros, correspondentes<br />
a 37,8 bilhões de dólares, ou a cerca de 4% do PNB dos Estados Unidos.<br />
O produto per capita, em 1970, deve ter sido da ordem de 408 dólares, representando<br />
aproximadamente 9% do produto per capita dos Estados Unidos (4.755 dólares em 1970).<br />
A tabela 10 evidencia acentuada aceleração do crescimento econômico do País no<br />
período de após a 2a. Guerra Mundial. Para o vintênio 1920-39 estima-se ritmo médio<br />
de crescimento do produto real de 4 por cento ao ano e para a década dos 1950, 6,5 por<br />
cento. A taxa de aumento do produto no período 1960-69 baixou para 5,9%.<br />
Como as cifras que acabamos de indicar referem-se a cadências médias de cada<br />
período, é preciso salientar que em nenhum desses períodos as taxas de crescimento<br />
foram uniformes. Assim, na segunda metade dos 1950, atingiu-se uma taxa de 7,8 por<br />
cento ao ano. Foi o período em que se deu rápida transformação da estrutura industrial<br />
do País, através do chamado processo de substituição de importações. Alguns dos principais<br />
instrumentos desse processo foram, por exemplo, a lei do similar nacional, fi nanciamento<br />
prioritário a largo prazo de empreendimentos considerados básicos, através<br />
do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico, etc. Verifi cou-se também acentu-