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e produzir “ciência”, os gêneros mais legitima<strong>do</strong>s são aqueles que faz<strong>em</strong><br />

uso <strong>do</strong> discurso científico, que, segun<strong>do</strong> Zamponi (2005: 170), é marca<strong>do</strong><br />

por características como “o uso de terminologias específicas, preferência<br />

por construções sintáticas particulares (p. ex., a construção passiva);<br />

(...), restrições estilísticas (p. ex., a exclusão de metáforas), economia e<br />

precisão máximas, pretensa neutralidade, objetividade e despersonalização<br />

(criadas pelo uso da terceira pessoa e das modalidades lógicas, entre outras<br />

estratégias)”. Essa modalidade de escrita t<strong>em</strong> o objetivo de divulgar as<br />

pesquisas científicas entre os cientistas; portanto, deve circular dentro de<br />

limites muito restritos, atingin<strong>do</strong> normalmente leitores-especialistas da<br />

área, que conhec<strong>em</strong> o <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> conhecimento e a meto<strong>do</strong>logia utilizada.<br />

Assim, a autora diz que “como decorrência, o discurso torna-se hermético<br />

e impenetrável para um leitor não-especialista” (Zamponi, 2005: 169).<br />

No ensino superior, é comum a circulação de artigos científicos. Se<br />

por um la<strong>do</strong>, tal gênero é bastante familiar aos professores universitários,<br />

ele é geralmente desconheci<strong>do</strong> pelos estudantes que ingressam no ensino<br />

superior. Por isso, Matencio (2002: 06) supõe que, pelo fato <strong>do</strong>s alunos<br />

estar<strong>em</strong> se deparan<strong>do</strong> pela primeira vez com o fazer científico, uma das<br />

maiores dificuldades pode ser proveniente de desconhecer<strong>em</strong> como se<br />

faz pesquisa e assim, não saber<strong>em</strong> como dev<strong>em</strong> abordar as informações<br />

lidas. Segun<strong>do</strong> a pesquisa<strong>do</strong>ra, “os alunos ingressantes desconhec<strong>em</strong><br />

como são produzi<strong>do</strong>s, recebi<strong>do</strong>s e como circulam os textos produzi<strong>do</strong>s na<br />

área” (p. 6). Perceb<strong>em</strong>os, então, que os alunos, desconhecen<strong>do</strong> as marcas<br />

enunciativas e discursivas da linguag<strong>em</strong> científica, ficam s<strong>em</strong> saber como<br />

se apropriar de tais práticas de letramento, legitimadas por determina<strong>do</strong><br />

grupo de especialista.<br />

De acor<strong>do</strong> com Kleiman (1995: 19), letramento é “um conjunto de<br />

práticas sociais que usam a escrita enquanto sist<strong>em</strong>a simbólico e enquanto<br />

tecnologia, <strong>em</strong> contextos específicos para objetivos específicos”. Assim, o<br />

letramento é determina<strong>do</strong> contextualmente e culturalmente, ou seja, para<br />

108 l Revista Ao pé da Letra – Volume 11.2 - 2009

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