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Ao contrário <strong>do</strong>s gêneros, que são mutáveis e incatalogáveis, os tipos<br />

textuais são restritos a cerca de meia dúzia (<strong>em</strong> geral: narração, descrição,<br />

injunção, argumentação, exposição e diálogo). É partin<strong>do</strong> de diferenças<br />

como essa que Marcuschi (2007) diz ser necessário à distinção entre tipo<br />

e gênero textual, pois tal confusão pode esvaziar a noção de gênero da sua<br />

carga sociocultural, historicamente constituída, ferramenta essencial, na<br />

socialização <strong>do</strong> discente via linguag<strong>em</strong> escrita, uma vez que se t<strong>em</strong> usa<strong>do</strong><br />

muito, tanto no dia a dia, quanto nos livros didáticos, a expressão tipo textual<br />

ao invés de gênero textual. Enquanto os gêneros textuais são volta<strong>do</strong>s para<br />

o ensino-aprendizag<strong>em</strong>, como forma de interação sócio-comunicativa, as<br />

tipologias textuais (narração, descrição, injunção, argumentação, exposição<br />

etc.) designam uma espécie de sequência teoricamente definida pela<br />

natureza linguística de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, t<strong>em</strong>pos<br />

verbais, relações lógicas).<br />

Outra discussão relacionada aos gêneros é a questão <strong>do</strong>s suportes<br />

textuais. Segun<strong>do</strong> Marcuschi (2003), tal discussão nos leva a perceber como<br />

se dá a circulação social <strong>do</strong>s gêneros. De acor<strong>do</strong> com o referi<strong>do</strong> autor, to<strong>do</strong><br />

gênero t<strong>em</strong> um suporte, mas fazer a distinção entre gênero e suporte é<br />

algo que n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre é simples, e a identificação deste exige cuida<strong>do</strong>. O<br />

linguista não t<strong>em</strong> como objetivo fazer uma catalogação <strong>do</strong>s suportes, mas<br />

analisar como eles contribu<strong>em</strong> para a seleção de gênero e sua forma de<br />

apresentação. O suporte é imprescindível para que o gênero circule na<br />

sociedade e deve ter alguma influência na natureza <strong>do</strong> gênero suporta<strong>do</strong>.<br />

Não é que um determine o outro, mas que determina<strong>do</strong>s gêneros exig<strong>em</strong><br />

determina<strong>do</strong>s suportes. Por sua vez, Bunzen (2005) afirma que a variação<br />

<strong>do</strong>s suportes – livros, fichas, folhetos, cartazes, cadernos – deve ser tomada<br />

como indica<strong>do</strong>ra de diferentes formas de manipulação e uso <strong>do</strong>s textos<br />

escolares.<br />

Diante disso, perguntamo-nos: Será que os LDs de língua portuguesa<br />

<strong>do</strong> Ensino Médio cont<strong>em</strong>plam tais perspectivas teóricas? A partir <strong>do</strong><br />

Revista Ao pé da Letra – Volume 11.2 - 2009 l 89

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