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<strong>do</strong> suporte e <strong>do</strong> destinatário, a exploração das etapas <strong>do</strong> processo de<br />

escrita (planejamento, revisão, reformulação), não são perceptíveis nesse<br />

ex<strong>em</strong>plo. Atividades de escrita como essa não são muito eficientes, pois<br />

as únicas orientações feitas para a produção é que se “escreva uma crônica<br />

(ou várias), relatan<strong>do</strong> uma ou algumas dessas l<strong>em</strong>branças”. Tais orientações<br />

não favorec<strong>em</strong> a elaboração t<strong>em</strong>ática por parte <strong>do</strong> aluno. Outra sugestão<br />

diz que “será interessante contrastar situações”, mas que situações dev<strong>em</strong><br />

ser contrastadas, se n<strong>em</strong> foi delimita<strong>do</strong> um assunto sobre o qual deveria<br />

ser produzi<strong>do</strong> o texto? Diante disso, algumas perguntas pod<strong>em</strong> ser feitas:<br />

Qual seria o objetivo <strong>do</strong> produtor textual ao fazer oposições entre algumas<br />

situações? Para qu<strong>em</strong> ele deve escrever? Sobre que assunto, exatamente?<br />

Com que finalidade?<br />

A maioria das propostas apresentadas na obra segue o mesmo padrão<br />

<strong>do</strong> ex<strong>em</strong>plo cita<strong>do</strong> anteriormente. Propostas de escrita como essa ficam<br />

restritas à sala de aula e têm como único destinatário o professor, o qual<br />

avaliará a produção e atribuirá uma nota. Com isso, o discente não terá<br />

oportunidade de refletir sobre as funções que a escrita des<strong>em</strong>penha – o<br />

texto deve ser escrito para alguém, ter um objetivo para ser escrito, ter<br />

um motivo para ser dito etc.<br />

Assim, apesar de as atividades de escrita propostas pelo LD1 inserir<br />

diferentes letramentos – literário, jornalístico etc. –, a maneira como são<br />

apresentadas deixa lacunas, uma vez que o gênero não é aborda<strong>do</strong> na sua<br />

completude, ou seja, não é mostra<strong>do</strong> como textos da vida cotidiana com<br />

padrões sociocomunicativos característicos defini<strong>do</strong>s por sua composição,<br />

objetivos enunciativos e estilo, realiza<strong>do</strong>s por forças históricas, sociais,<br />

institucionais e tecnológicas, como diz Marcuschi (2003).<br />

Em geral, quan<strong>do</strong> as produções sugeridas pelo LD1 defin<strong>em</strong> aspectos<br />

<strong>do</strong> processo de escrita, como o suporte, o planejamento e o público alvo –<br />

n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre to<strong>do</strong>s esses numa mesma proposta –, não indicam o gênero,<br />

como pod<strong>em</strong>os constatar nesse ex<strong>em</strong>plo:<br />

Revista Ao pé da Letra – Volume 11.2 - 2009 l 93

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