análise discursiva do telecurso 2000 - Unisul
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estruturalista não seria suficiente para explicar o discurso. Isso se dá quan<strong>do</strong> Pêcheux, com<br />
uma equipe de estudiosos da linguagem, desenvolve programas de computa<strong>do</strong>r para fazer a<br />
análise automática <strong>do</strong> discurso (experimento este que daria nome ao livro homônimo) que traz<br />
relatos <strong>do</strong>s experimentos realiza<strong>do</strong>s na cidade de Grenoble, na França, durante as décadas de<br />
1970 e 1980. Nesses experimentos, chegou-se à conclusão de que o senti<strong>do</strong> se produziria pela<br />
memória que o territorializa. A partir daí, Pêcheux questiona o próprio méto<strong>do</strong> científico, ao<br />
dizer que as ciências matemáticas usam instrumentos que não comportam a linguagem, pois<br />
uma máquina construída a partir de fórmulas lógicas jamais teria o alcance da memória<br />
individual e/ou coletiva. Sen<strong>do</strong> assim, a AD com sua concepção articulada à história, ao<br />
social, à psicanálise e à ideologia que se propõe como uma teoria não subjetiva da<br />
subjetividade.<br />
Portanto, será a partir da AD que analisaremos o Telecurso <strong>2000</strong> e suas<br />
discursividades constitui<strong>do</strong>ras, bem como os sujeitos aí envolvi<strong>do</strong>s. Procuraremos determinar<br />
o funcionamento <strong>do</strong> discurso <strong>do</strong> Telecurso <strong>2000</strong> e como ele se origina e se mantém,<br />
principalmente a partir da análise <strong>do</strong>s acontecimentos <strong>do</strong> discurso (estes acontecimentos serão<br />
estuda<strong>do</strong>s, principalmente, no capítulo Corpus da pesquisa).<br />
1. 1 LINGUAGEM E DISCURSO – UM RECORTE<br />
HISTÓRICO<br />
A ciência lingüística surge no início <strong>do</strong> século XX, quan<strong>do</strong> Ferdinand Saussure<br />
propõe a língua enquanto objeto “de natureza homogênea: constitui-se num sistema de signos<br />
onde, de essencial, só existe a união <strong>do</strong> senti<strong>do</strong> e da imagem acústica, e onde as duas partes <strong>do</strong><br />
signo são igualmente psíquicas”. (1969, p.23). A linguagem verbal desta forma pode ser<br />
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