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análise discursiva do telecurso 2000 - Unisul

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enunciativo (no âmbito que Pêcheux considera um esquecimento nº2). Segun<strong>do</strong> Orlandi,<br />

“esse “esquecimento” produz em nós a impressão da realidade <strong>do</strong> pensamento”. (1995, p.35).<br />

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Por outro la<strong>do</strong>, o processo verbal se sobrepõe a essa “cena” não verbal trazen<strong>do</strong><br />

senti<strong>do</strong>s de outro discurso, o discurso pedagógico. Nesse caso, a identificação <strong>do</strong> sujeito<br />

leitor/interlocutor não é com a presente cena enunciativa, ou imagem, mas com os senti<strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong> DP, legitima<strong>do</strong>s em outro lugar, (sala de aula, carteiras, professor, etc). Como no dizer da<br />

repórter: “O senhor não concorda, então, que parar no sinal vermelho faz parte das regras e<br />

<strong>do</strong>s códigos de trânsito?”<br />

Portanto, to<strong>do</strong> trabalho de textualização/linearização aqui, passa pela articulação<br />

da cena enunciativa de um discurso (da mídia) com os dizeres de outro discurso (<strong>do</strong><br />

pedagógico). Articulação essa possível a partir <strong>do</strong> conceito de pré-construí<strong>do</strong> que diz “o<br />

termo serve para designar o que remete a uma construção anterior, exterior, mas sempre<br />

independente, em oposição ao o que é “construí<strong>do</strong>” pelo enuncia<strong>do</strong>. Trata-se, em suma, <strong>do</strong><br />

efeito discursivo liga<strong>do</strong> ao encaixe sintático”(1988, p. 99)<br />

Essa articulação, ou esse encaixe visa a fazer parecer homogêneo o que é<br />

heterogêneo. Faz parecer que há unidade naquilo que é distinto. Nesse senti<strong>do</strong>, o<br />

Telecurso <strong>2000</strong> é um discurso funda<strong>do</strong>r, na medida que articula duas diferentes<br />

ordens <strong>discursiva</strong>s: a escrita por meio <strong>do</strong> discurso pedagógico e pela imagem a partir<br />

<strong>do</strong> discurso da mídia.<br />

Dessa forma, esse efeito-autor inaugura uma nova forma de textualização, a<br />

teleaula. Uma das questões a se observar nesse trabalho de textualização é a forma de<br />

inscrição <strong>do</strong> sujeito-leitor que se dá, no nível enunciativo, pela identificação com uma posição<br />

de telespecta<strong>do</strong>r, mas que exige, para se efetivar, de outra identificação/reconhecimento em<br />

uma posição/aluno, a partir de uma memória <strong>do</strong> pedagógico. Sem isso o senti<strong>do</strong> não “fecha”,<br />

fica sem unidade. Portanto, essa proposta está sustentada pelo imaginário de um leitor virtual<br />

que é “sempre já” telespecta<strong>do</strong>r e aluno, ao mesmo tempo, antes mesmo de “se” dizer aí. A<br />

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