análise discursiva do telecurso 2000 - Unisul
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3.3 A TELEVISÃO COMO MEIO EDUCATIVO<br />
A inserção <strong>do</strong>s meios de comunicação em contextos de ensino e aprendizagem se<br />
dá na segun<strong>do</strong> metade <strong>do</strong> século XX.<br />
As hesitações com que se confronta a escola e os professores, relativamente à<br />
utilização ou não desses meios (jornais, rádio, televisão, internet...) em contexto<br />
educativo, tem como precedente mais imediato a integração <strong>do</strong>s meios audiovisuais<br />
no ensino (retroprojetor, grava<strong>do</strong>r de áudio, filmes...) que data <strong>do</strong> pós-guerra e<br />
sobretu<strong>do</strong>, <strong>do</strong>s anos 70, quan<strong>do</strong> a Comissão de Tecnologia Educativa <strong>do</strong> Congresso<br />
<strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s da América, concedeu essa utilização <strong>do</strong>s meios audiovisuais no<br />
ensino: como uma maneira sistemática de projetar, levar à prática e avaliar to<strong>do</strong> o<br />
processo de ensino-aprendizagem e comunicação, mediante o emprego de uma<br />
combinação de recursos humanos e técnicos para alcançar um ensino eficaz<br />
(FREIXO, 2002, p 187)<br />
A Comissão de Tecnologia norte-americana ratificava o uso <strong>do</strong>s meios<br />
audiovisuais no ensino, afinal os meios de comunicação estavam em to<strong>do</strong>s os lugares e por<br />
que não na escola? Assim, essas mídias começaram a ser utilizadas no ambiente escolar. Na<br />
década de 70, no Brasil, a entrada de novas mídias na escola se dava principalmente no esta<strong>do</strong><br />
da Guanabara, ou então, por iniciativa individual de uma professora ou professor que não era<br />
propriamente motivada pela instituição, ou Esta<strong>do</strong>.<br />
A aparente dificuldade <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> em patrocinar a entrada desses novos meios,<br />
poderia residir no aspecto político dessa época, no Brasil, que vivia sob o regime militar. O<br />
presidente <strong>do</strong> Brasil era um general, e era forte a censura aplicada aos veículos de<br />
comunicação e as instituições públicas ou privadas. O projeto de Telecomunicações no país<br />
se tornou uma estratégia de <strong>do</strong>minação desenvolvida pelos militares.<br />
Basean<strong>do</strong> suas ações na <strong>do</strong>utrina de “segurança e desenvolvimento”, o regime<br />
militar foi responsável pelo estabelecimento de instituições como o Ministério das<br />
Comunicações, o Departamento Nacional de Telecomunicações (Embratel), o<br />
Conselho Nacional e Comunicação, e inúmeras leis e decretos que contribuíram para<br />
o desenvolvimento da estrutura técnica necessária para o desenvolvimento<br />
socioeconômico, político e cultural <strong>do</strong> país em termos gerais, e da telecomunicações<br />
em particular. Crian<strong>do</strong> condições operacionais para as telecomunicações brasileiras<br />
(facilitan<strong>do</strong> o acesso à rede de microondas, cabo coaxial, satélite, televisão a cor<br />
etc.), principalmente para o sistema telefônico, o regime militar contribui para o<br />
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