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análise discursiva do telecurso 2000 - Unisul

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expressiva, a modalidade apreciativa sem a qual não haveria enunciação, o conteú<strong>do</strong><br />

ideológico, o relacionamento com uma situação social determinada, afetam a significação”<br />

(2004, p.15). Bakhtin garantia, desta forma, uma posição privilegiada para a fala,<br />

contextualizan<strong>do</strong>-a, sen<strong>do</strong> a enunciação a unidade de base da língua. O signo lingüístico seria<br />

também signo ideológico; polarizan<strong>do</strong> ou compon<strong>do</strong> a significação; materializa<strong>do</strong> na língua.<br />

... compreender um signo consiste em aproximar signo apreendi<strong>do</strong> de outros signos<br />

já conheci<strong>do</strong>s; em outros termos, a compreensão é uma resposta a um signo por<br />

meio de signos. E essa cadeia de criatividade e de compreensão ideológicas,<br />

deslocan<strong>do</strong>-se de signo em signo para um novo signo, é única e contínua: de um elo<br />

de natureza semiótica (e, portanto, também de natureza material) passamos sem<br />

interrupção para um outro elo de natureza estritamente idêntica. Em nenhum ponto a<br />

cadeia se quebra, em nenhum ponto ela penetra a existência interior, de natureza não<br />

material e não corporificada em signos.<br />

Essa cadeia ideológica estende-se de consciência individual em consciência<br />

individual, ligan<strong>do</strong> umas às outras. Os signos só emergem, decididamente, <strong>do</strong><br />

processo de interação entre uma consciência individual e uma outra. E a própria<br />

consciência individual está repleta de signos. A consciência só se torna consciência<br />

quan<strong>do</strong> se impregna de conteú<strong>do</strong> ideológico (semiótico) e, conseqüentemente,<br />

somente no processo de interação social. (idem, p. 33 -34)<br />

A palavra veicula, de maneira privilegiada, a ideologia; a ideologia é uma<br />

superestrutura, as transformações sociais de base refletem-se na ideologia e, portanto, na<br />

língua que as veicula (Bakhtin, 2004). Tal pensamento publica<strong>do</strong> na década de vinte, <strong>do</strong><br />

século XX, assina<strong>do</strong> por Volochinov (pseudônimo de Bakhtin) na então URSS, já chamava a<br />

atenção para a enunciação manten<strong>do</strong> como base as noções marxistas de ideologia e também às<br />

condições de produção e ao mo<strong>do</strong> de produção (a mais-valia, a merca<strong>do</strong>ria, valor de troca).<br />

Nessa perspectiva que considera a ideologia e as condições de produção o sujeito não é autor,<br />

mas determina<strong>do</strong> pelas condições históricas. Ou seja, um indivíduo é significa<strong>do</strong> mesmo antes<br />

de nascer e, a partir disso, não mantém o “controle” sobre sua própria significação no mun<strong>do</strong>,<br />

sen<strong>do</strong> determina<strong>do</strong> pelas condições históricas. Bakhtin (2004, p.113) também considerava a<br />

“situação social mais imediata e o meio social mais amplo determinam completamente e, por<br />

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