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análise discursiva do telecurso 2000 - Unisul

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O tempo perde assim seu caráter qualitativo, mutante, flui<strong>do</strong>: congela-se num<br />

continuum exatamente delimita<strong>do</strong>, quantitativamente mensurável, cheio de<br />

“coisas”quantitativamente mensuráveis (os trabalhos cumpri<strong>do</strong>s pelo trabalha<strong>do</strong>r,<br />

retifica<strong>do</strong>s, mecanicamente objetiva<strong>do</strong>s, separa<strong>do</strong>s com precisão <strong>do</strong> conjunto da<br />

personalidade humana): num espaço. Mergulha<strong>do</strong>s neste tempo abstrato, exatamente<br />

mensurável, o tempo que se tornou o espaço da física, e que é ao mesmo tempo uma<br />

condição, uma conseqüência da produção especializada e decomposta de forma<br />

cientificamente mecânica <strong>do</strong> objeto <strong>do</strong> trabalho, os sujeitos devem também ser<br />

necessariamente decompostos racionalmente de uma maneira correspondente.<br />

(LUKACS, 1960, apud MACHADO, 1983, p. 229)<br />

A produção em série, pós-guerra, associada à perspectiva de ensino behaviorista,<br />

em que o aluno deveria ser treina<strong>do</strong>, porque a repetição seria o melhor caminho para se chegar<br />

à perfeição, é a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> pela Escola e sob este paradigma a EaD se difundiu no mun<strong>do</strong> como<br />

um processo de ensino e não de educação. Na análise de teorias de EaD, Beloni cita Peters e<br />

Rumble:<br />

...a EaD pode ser vista como um produto e um processo da modernidade: suas<br />

características básicas (sistemas administrativos, redes de distribuição e processos de<br />

produção impressa) assemelham-se às características das sociedades modernas com<br />

produção de massa e culturas de consumo e de gestão muito desenvolvidas.<br />

(PETERS apud BELLONI, 2003, p.15 )<br />

Universidades na Europa, na Ásia, na Oceania e nas Américas foram criadas só<br />

para desenvolver este tipo de modalidade de ensino, que foi possível principalmente a<br />

aglomeração de pessoas em cidades industriais. Sem um grande número de pessoas<br />

consumin<strong>do</strong> os materiais educativos feitos em série, não haveria viabilidade econômica,<br />

mesmo em países como os EUA ou Alemanha.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, nas propostas contemporâneas de EaD, da fase que alguns autores<br />

intitulam pós-fordista ou pós-moderna, o educan<strong>do</strong> aparece como sen<strong>do</strong> um ser autônomo<br />

(FREIXO, 2002). Essa autonomia parece ser central nos objetivos da EaD, desenvolvi<strong>do</strong>s<br />

após este perío<strong>do</strong>. Essa sociedade, também conhecida como de informação, provoca<br />

mudanças profundas nos meios econômicos e sociais e a EaD deve refletir essas mudanças.<br />

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