análise discursiva do telecurso 2000 - Unisul
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3.2 AS INVENÇÕES TÉCNICAS – O CINEMA E A<br />
TELEVISÃO PROJETAM UM NOVO MODO DE<br />
VIDA.<br />
As mudanças provocadas pelas invenções técnicas, em específico os meios de<br />
comunicação audiovisuais, são descritos por Lévy como uma transformação que reinventa a<br />
humanidade.<br />
As conseqüências a longo prazo <strong>do</strong> sucesso fulminante <strong>do</strong>s instrumentos de<br />
comunicação audiovisuais (a partir <strong>do</strong> fim da Segunda Guerra Mundial) e <strong>do</strong>s<br />
computa<strong>do</strong>res (a partir <strong>do</strong> fim <strong>do</strong>s anos setenta ) ainda não foram suficientemente<br />
analisadas. Uma coisa é certa: vivemos hoje em uma destas épocas limítrofes na<br />
qual toda a antiga ordem das representações <strong>do</strong>s saberes oscila para dar lugar a<br />
imaginários, mo<strong>do</strong>s de conhecimento e estilos de regulação social ainda pouco<br />
estabiliza<strong>do</strong>s. Vivemos um destes raros momentos em que, a partir de uma nova<br />
configuração técnica, quer dizer, de uma nova relação com o cosmos, um novo estilo<br />
de humanidade é inventa<strong>do</strong>. (LÉVY, 1998, p.17)<br />
O filósofo francês, Pierre Lévy, expressa a inquietude das transformações rápidas<br />
pelas quais passamos desde a invenção <strong>do</strong>s meios audiovisuais. Esses meios geraram<br />
incertezas, propon<strong>do</strong> uma nova forma <strong>discursiva</strong>, alian<strong>do</strong> texto e imagem. Uma das principais<br />
mudanças foi a ruptura da relação linear de produção a partir da invenção <strong>do</strong> cinema, que<br />
segun<strong>do</strong> McLuhan, nos trouxe uma nova estrutura:<br />
A mecanização nunca se revelou tão claramente em sua natureza fragmentada ou<br />
seqüencial quanto no nascimento <strong>do</strong> cinema – o momento em que fomos traduzi<strong>do</strong>s<br />
para além <strong>do</strong> mecanismo, em termos de um mun<strong>do</strong> de crescimento e inter-relação<br />
orgânica. O cinema, pela pura aceleração mecânica, transportou-nos <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> das<br />
seqüências e <strong>do</strong>s encadeamentos, para o mun<strong>do</strong> das estruturas e das configurações<br />
criativas. (1967, p.26)<br />
Essas estruturas criativas de que fala McLuham seriam oferecidas, principalmente,<br />
pela linguagem audiovisual. Com a invenção <strong>do</strong> cinema, o homem poderia personificar suas<br />
histórias orais em enre<strong>do</strong>s com som e imagem, dan<strong>do</strong> o ritmo e o desfecho deseja<strong>do</strong>s para os<br />
roteiros cria<strong>do</strong>s. A identificação <strong>do</strong> homem com o meio audiovisual foi tão rápida que em<br />
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