25.10.2014 Views

análise discursiva do telecurso 2000 - Unisul

análise discursiva do telecurso 2000 - Unisul

análise discursiva do telecurso 2000 - Unisul

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

enquetes anteriores.<br />

Fotos em Preto e Branco, e imagens das pessoas que deram entrevista nas<br />

85<br />

O Juiz fala <strong>do</strong> poder da linguagem – a adequada - um sujeito que para o discurso<br />

pedagógico serve de referência para tipificar um bem sucedi<strong>do</strong> profissional, forma<strong>do</strong> pela<br />

Escola, que usa a norma culta e a gramática. Poderemos pensar que seja uma determinação<br />

tão forte da ideologia no dizer, que faz toda a equipe de trabalho evidenciar apenas essa<br />

forma, dan<strong>do</strong> nome, sobrenome e profissão apenas àqueles que ocupam uma profissão nas<br />

instituições tradicionais, ou discursos legitima<strong>do</strong>s, como o pedagógico, o jurídico e o artístico.<br />

Os artífices, a gente das ruas, não se enquadram em nenhum espaço formal, portanto, não<br />

possuem identidade, são gente da massa, não têm personalidade ou identidade. A vinheta<br />

evidencia a distinção entre as classes sociais e suas posições sociais quan<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os sujeitos<br />

servem para ilustrar, mas nem to<strong>do</strong>s podem assinar. Esse gesto é próprio <strong>do</strong> sujeito culto,<br />

letra<strong>do</strong> da Escola. Tanto que na seqüência da enquete realizada pela repórter os “personagens<br />

da rua” também não são identifica<strong>do</strong>s, não há indicação de nome, sobrenome, profissão. São<br />

pessoas que apresentam situações <strong>do</strong> cotidiano. Talvez por essa razão não recebam<br />

apresentação, é um conhecimento que está para to<strong>do</strong>s, não está filia<strong>do</strong> ao <strong>do</strong>mínio específico e<br />

restrito. A distinção entre as classes reforça a relação de poder exercida pela linguagem e<br />

descrita por Foucault que faz-nos lembrar da existência <strong>do</strong> desejo, <strong>do</strong> poder exerci<strong>do</strong> pelo<br />

discurso:<br />

o discurso – como a psicanálise nos mostrou – não é simplesmente aquilo que<br />

manifesta (oculta) o desejo; é, também, que é objeto de desejo; e visto que – isto a<br />

história não nos cessa de ensinar – o discurso não é simplesmente aquilo que traduz<br />

as lutas ou os sistemas de <strong>do</strong>minação, mas aquilo por que, pelo que se luta, o poder<br />

<strong>do</strong> qual nos queremos apoderar. (1996, p.10)<br />

85

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!