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Cultura e opulência do Brasil - Culturatura.com.br

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Aos 17 anos de idade entrou para a Companhia de Jesus e vin<strong>do</strong> para o <strong>Brasil</strong>, exerceu em sua ordem cargos<<strong>br</strong> />

importantes, <strong>com</strong>o os (de) mestre de noviços, reitor <strong>do</strong> colégio e provincial na América portuguesa.<<strong>br</strong> />

(Veja-se a Bibliothèque dês écrivants (sic) de la Compagnie de Jésus.)<<strong>br</strong> />

Não se dá aí num caso de sic vos nos vobis. De tal seria Blake incapaz, mas não podemos deixar de estranhar<<strong>br</strong> />

haja omiti<strong>do</strong> o nome <strong>do</strong> desvenda<strong>do</strong>r da tão procurada criptonímia.<<strong>br</strong> />

Tão pouco custaria esta demonstração da mais elementar justiça!<<strong>br</strong> />

A primeira descrição que da <strong>Cultura</strong> se fez, <strong>com</strong>pleta, sob o ponto de vista estritamente bibliográfico, é de J.<<strong>br</strong> />

C. Rodrigues em sua Biblioteca <strong>Brasil</strong>iense (Rio de Janeiro 1917, págs. 44 e 45).<<strong>br</strong> />

Nela há referências às duas edições e se alude a uma terceira impressão, de que já dera notícia Calógeras n’As<<strong>br</strong> />

minas <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong>.<<strong>br</strong> />

Indicações muito valiosas e assim as transcrevemos na íntegra.<<strong>br</strong> />

199 – ANTONIL – <strong>Cultura</strong> / e opulência / <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong> / por suas drogas, e minas / <strong>com</strong> várias notícias curiosas<<strong>br</strong> />

<strong>do</strong> mo<strong>do</strong> de fazer o Açúcar, plantar / e beneficiar o Tabaco; tirar o ouro das Minas; e desco<strong>br</strong>ir as de Prata. / E<<strong>br</strong> />

<strong>do</strong>s grandes emolumentos que esta Conquista da América Meridional / dá ao Reino de Portugal, <strong>com</strong> estes e<<strong>br</strong> />

outros gene/ros e contratos reais; o<strong>br</strong>a de André João Antonil, oferecida aos que desejam ver glorifica<strong>do</strong> nos<<strong>br</strong> />

Altares ao Venerável Padre José de Anchieta, Sacer<strong>do</strong>te da Companhia de Jesus, missionário apostólico e<<strong>br</strong> />

novo Tau/maturgo <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong>. (Gravura em madeira <strong>com</strong> o dístico Semper honore meo) Lisboa. / Na oficina<<strong>br</strong> />

Real Deslandina. ? Com as licenças necessárias. Ano de 1711.<<strong>br</strong> />

In-8.º; Ante-rosto, título 2 fls; intr. Aos Senhores de Engenho, 3 págs.; no V da 3.ª p. Primeira parte; Proêmio,<<strong>br</strong> />

3 págs. Licença 4 págs. E 1 pág. em <strong>br</strong>anco. Segue-se o livro I, <strong>do</strong>nde a numeração das págs. Vai até 205,<<strong>br</strong> />

onde acaba Finis. Laus Deo. Últ. Pág. em <strong>br</strong>anco.<<strong>br</strong> />

RARÍSSIMA, só sen<strong>do</strong> conheci<strong>do</strong>s três outros exemplares, no máximo. Ex. em belo esta<strong>do</strong>, apesar de<<strong>br</strong> />

emenda<strong>do</strong> o título. A o<strong>br</strong>a foi suprimida, por ordem <strong>do</strong> Governo, sempre cioso das riquezas de suas colônias.<<strong>br</strong> />

Inocêncio, referin<strong>do</strong>-se à sua extrema raridade, diz <strong>do</strong>s ex. que escaparam às chamas há um na Biblioteca<<strong>br</strong> />

Nacional de Lisboa e consta que há outro no Poço das Necessidades – A Bibl. Nac. tem esta o<strong>br</strong>a – Este ex.<<strong>br</strong> />

pertenceu a Henrique Alves de Carvalho; seu irmão Luís ten<strong>do</strong> pago por ele 385$ no leilão após a morte de<<strong>br</strong> />

Henrique. Foi-me ofereci<strong>do</strong> pelo Sr. Capistrano de A<strong>br</strong>eu, a quem deixou em testamento.<<strong>br</strong> />

A Bibl. Nac. e a de Évora têm cópias manuscritas. Apesar de que Blake diz que o A. era Paulista, não há<<strong>br</strong> />

prova disto. Ao contrário, este conclui em seu Proêmio escreven<strong>do</strong>: E se alguém quiser saber o Autor deste<<strong>br</strong> />

curioso e útil trabalho; ele é um Amigo <strong>do</strong> bem público chama<strong>do</strong> O anônimo Toscano. “Donde parece que<<strong>br</strong> />

trata-se de o<strong>br</strong>a de algum missionário Italiano – sem dúvida de algum que havia residi<strong>do</strong> longos anos em<<strong>br</strong> />

vários pontos <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong>, que cita e que usava muito bem da nossa língua”.<<strong>br</strong> />

- É curioso ver que o “Santo Ofício” opinou que se deixa permitir a publicação é porque “saberão os que se<<strong>br</strong> />

quiserem passar ao Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong> o muito que custam as culturas” de que trata “que são mais <strong>do</strong>ces de se<<strong>br</strong> />

possuir no Reino que cavar no <strong>Brasil</strong>”.<<strong>br</strong> />

Entretanto o Paço deu licença porque o livro “muito útil para o Comércio despertará as diligências e incitará a<<strong>br</strong> />

que se procurem tão fáceis interesses”. Divide-se a o<strong>br</strong>a em quatro partes, so<strong>br</strong>e o Açúcar, o Tabaco, o Ouro e<<strong>br</strong> />

as Minas, e por fim Pastos e o Ga<strong>do</strong>. O A. descreve estas indústrias minuciosa e inteligentemente e,<<strong>br</strong> />

resumin<strong>do</strong>, diz que já em 1910 o <strong>Brasil</strong> exportava para Portugal 2.535:000$ de açúcar, 344:650$ de tabaco,<<strong>br</strong> />

614:400$ de ouro, e 201:800$ de meios de sola de couro. E calcula então o que este <strong>com</strong>ércio rendia à Coroa,<<strong>br</strong> />

não falan<strong>do</strong> contratos <strong>do</strong> sal, vinhos, baleias, águas ardentes, e das vendas das casas de Moeda, <strong>do</strong>s dízimos,<<strong>br</strong> />

fazendas, negros, etc.<<strong>br</strong> />

- É notável o capítulo <strong>com</strong> que remata a sua descrição <strong>do</strong> fa<strong>br</strong>ico <strong>do</strong> açúcar: notan<strong>do</strong> que as cousas as mais<<strong>br</strong> />

úteis aos homens, <strong>com</strong>o o pão, azeite e vinho, se se tornam úteis após os maiores apertos, descreve o que tem<<strong>br</strong> />

de passar a cana até que se reduza ao açúcar <strong>com</strong>um “sempre <strong>do</strong>ce e vence<strong>do</strong>r de armaguras”. Tem havi<strong>do</strong>,<<strong>br</strong> />

mas sem razão, quem queira enxergar nisso uma parábola política.<<strong>br</strong> />

Além da seguinte edição, há outra impressa na China por ocasião da visita <strong>do</strong> Barão de Ladário.<<strong>br</strong> />

200 – ANTONIL – <strong>Cultura</strong> e Opulência <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong> por suas drogas e minas, <strong>com</strong> várias notícias curiosas <strong>do</strong><<strong>br</strong> />

mo<strong>do</strong> de fazer açúcar, plantar e beneficiar o tabaco: tirar ouro das Minas e desco<strong>br</strong>ir as da prata, e <strong>do</strong>s grandes<<strong>br</strong> />

emolumentos que esta conquista da América Meridional dá ao Reino de Portugal <strong>com</strong> estes e outros gêneros e<<strong>br</strong> />

contratos reais. O<strong>br</strong>a de André João Antonil. Impresso em Lisboa na oficina real deslandesina <strong>com</strong> as licenças<<strong>br</strong> />

necessárias, no ano de 1711. Novamente reimpresso no Rio de Janeiro, Sousa e Comp., 1837.<<strong>br</strong> />

In-8.º, 214 – VII páds. – Impresso na Tip. De J. Villeneuve e C.º Bastante escasso.<<strong>br</strong> />

Inocêncio no Suplemento, vol. VIII, corrige o seu erro de dizer que os exemplares desta edição eram “quase<<strong>br</strong> />

tão raros <strong>com</strong>o os da edição original”.<<strong>br</strong> />

Exceto as licenças, é reprodução integral e fiel da primeira, e o editor acrescenta-lhe um prólogo em que

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