Anais Semana de História 2005 - Campus de Três Lagoas

È desta forma que a identidade social do indivíduo que fundamenta
sua vida a partir das práticas de religiosidade popular, acaba
sendo influenciada por estas. O sujeito percebe-se antes de tudo, como
uma pessoa religiosa que devota sua vida ao santo ou divindade de sua
preferência. Percebe-se dentro das Companhias de Reis, a importância
que dão ao seu papel dentro destas, assim, ao dizer-se mestre, contrato
ou palhaço, percebe-se um contentamento e orgulho maior, do que
ao falar a respeito de suas profissões.
Neste sentido, é que propomos esta discussão a respeito do
que venha a constituir a identidade religiosa do devoto, validando sua
identificação com a catolicidade, e entendendo que esta possui em seu
interior inúmeras possibilidades de identificação. É de fácil apreensão
que a religiosidade popular deixou de pertencer de maneira exclusiva
ao mundo católico, ressaltando ser comum que o mesmo instrumento
que toca as Folias de Reis também é usado em terreiros de umbanda e
outros.
NOTAS
1
Mestranda em História na Universidade Federal da Grande Dourados,
MS, sob orientação da Profa. Dra. Maria Celma Borges. E-mail.
lucianahistoria@hotmail.com
2
Todavia é importante salientar que apenas os testemunhos dos devotos
dos Santos Reis foram colhidos e analisados. Desta forma, a afirmativa
se dá levando em conta seus relatos orais e também a partir da observação
direta das festas do período de Reis, dos Encontros de Bandeiras e
também a relação da Igreja Católica diante da Capela de Santo Reis
erguida pela Companhia “Caminhos do Oriente”.
3
Conforme a explicação dos devotos dos Três Reis Magos de Três Lagoas,
a Bandeira é o elemento mais sagrado da Companhia de Reis, pois é
nela que está retratada a Sagrada-Família
4
Evangelho de São Mateus, Capitulo 2, versículo de 1 a 12.
5
Entrevistas realizadas na cidade de Três Lagoas, nos anos de 2002 e
2003.
6
Sem referência bibliográfica.
7
Um exemplo desta prática é a própria figura do Papa, que exerce influência
de autoridade em todo o planeta, não apenas entre católicos.
8
Maffesoli (1996) propõe a maneira heracliano para se pensar as identidades,
onde se deve pensar o sujeito a partir do outro, ou seja, da
alteridade.
104