Anais Semana de História 2005 - Campus de Três Lagoas
Anais Semana de História 2005 - Campus de Três Lagoas
Anais Semana de História 2005 - Campus de Três Lagoas
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
se observou foi o inverso, o pequeno sítio é que começou a ser “engolido”<br />
pelos gran<strong>de</strong>s proprietários, porém este é um assunto que será<br />
abordado em outra oportunida<strong>de</strong>. Retomemos o avanço da frente pioneira<br />
nos sertões do Noroeste <strong>de</strong> São Paulo.<br />
A medida em que o avanço da colonização penetrava os planaltos<br />
e as matas, surgiam vilas e patrimônios, na maioria das vezes fundadas<br />
por fazen<strong>de</strong>iros que almejavam valorizar suas posses, e por outros<br />
que loteavam parte <strong>de</strong> suas terras ou mesmo por aqueles que<br />
doavam uma área para a implantação do povoado, como ocorreu em<br />
Suzanápolis. Raul Reis, que foi um personagem <strong>de</strong>ste contexto, em<br />
seu livro narra a história do município <strong>de</strong> Aparecida D’Oeste, o qual se<br />
localiza no Noroeste paulista ,apontando que era comum esses fazen<strong>de</strong>iros<br />
colocarem os nomes das suas filhas ou esposa nesses povoados.<br />
“Tais como: Vila Dulce, Vila Magda, Vila Albertina... Suzanápolis,<br />
etc” (2000, p.17). Estas hoje respectivamente são: Dolcinópolis, Magda,<br />
Santa Albertina e Suzanápolis.<br />
Para quem vivia em meio ao contexto das frentes, as condições<br />
eram as mais adversas possíveis. As pessoas eram abrigadas a conviver<br />
com o perigo constante da malária, leishmaniose, chagas, <strong>de</strong>ntre<br />
outras doenças além do número gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> outras pragas como carrapatos<br />
e escorpiões. Estes “colonos” ainda em algumas localida<strong>de</strong>s eram<br />
obrigados a enfrentar outros problemas como a falta d’água, problema<br />
constante na região próxima em torno <strong>de</strong> cem quilômetros da barranca<br />
do rio Paraná, on<strong>de</strong> existiam poucos poços na região por volta da década<br />
<strong>de</strong> 1940.<br />
Eram poços aqui e acolá <strong>de</strong> água suja e contaminada<br />
pelos animais que vinham elamear-se nos barreiros.<br />
Iniciou-se então a construção <strong>de</strong> poços. Era preferível<br />
a baixada porque seria encontrada água quase na<br />
superfície. Verda<strong>de</strong>iro engano. Devido à terra barrenta<br />
conseguia-se água, na verda<strong>de</strong>, a poucos metros <strong>de</strong><br />
profundida<strong>de</strong>, mas <strong>de</strong> pouca duração. Resultava que,<br />
<strong>de</strong> vez em quando, era necessário fazer novos poços,<br />
sabendo que esse trabalho era repetido três a quatro<br />
vezes por ano. (REIS, 2000, p.25).<br />
No correr da década <strong>de</strong> 1940, principalmente durante o governo<br />
Vargas, procurou-se incentivar o fenômeno da Marcha para o Oeste, ou<br />
melhor, a colonização, e como o próprio governo propagava - mesmo<br />
que na prática isto nem sempre ocorria – começou-se a “amparar a<br />
agricultura, ampliar o crédito agrícola e financiar as colheitas”<br />
(SCHWARTZMAN, 1983, p.352.). Evi<strong>de</strong>nte que medidas como estas<br />
206