Anais Semana de História 2005 - Campus de Três Lagoas
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mente porque o autor teve o acesso direto, enquanto membro do<br />
IHGESP, aos manuscritos existentes no Arquivo Público do Estado <strong>de</strong><br />
São Paulo “reunidos em latas sob o título Itapura e Avanhadava” (grifo<br />
nosso). No entanto, ele mesmo salienta<br />
Lemos os jornais da época, <strong>de</strong> S. Paulo, e ali encontramos<br />
muitas notícias sobre o assunto; todavia preferimos<br />
não transcrever sequer uma, para contar apenas<br />
com a fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> das fontes primárias. O mesmo<br />
se dá com relação a artigos <strong>de</strong> jornais [outros talvez] e<br />
livros publicados no presente século [a saber, o XX].<br />
Não publicamos os <strong>de</strong>cretos e regulamentos e diversos<br />
outros atos do Governo, bem como muitos pequenos<br />
fatos tão interessantes, para não alongar este<br />
trabalho. (BARROS, 1957, pp. 312-313, grifo nosso).<br />
Além <strong>de</strong>ssa constatação, já nos anos iniciais do século XX, a<br />
evidência colocada por Monbeig (1998, p. 94) remete-nos a pensar sobre<br />
sua trajetória rumo à <strong>de</strong>cadência<br />
[...] quando o Imperador Pedro II tentou uma experiência<br />
<strong>de</strong> colonização militar, na margem direita do baixo<br />
Tietê, em Itapura: a penetração não partia mais <strong>de</strong><br />
São Paulo, porém do Mato Grosso e do Triângulo Mineiro.<br />
As distâncias eram por <strong>de</strong>mais longas, o isolamento<br />
por <strong>de</strong>mais acentuado, e a própria colônia rapidamente<br />
caiu em ruínas. (grifo nosso)<br />
Barros (1957, p 312), ao acessar as latas contendo os atos oficiais<br />
sobre as colônias <strong>de</strong> Itapura e Avanhadava, prontamente às mãos,<br />
não as utilizou, <strong>de</strong> modo aprofundado, a fim <strong>de</strong> não alongar as folhas do<br />
seu artigo, uma vez que ele <strong>de</strong>clara ter consultado “todos os manuscritos<br />
existentes” no Arquivo Público do Estado <strong>de</strong> São Paulo, entretanto,<br />
o seu artigo não fecha as lacunas <strong>de</strong>ixadas inteiramente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />
ou submetidas às ações ou vonta<strong>de</strong>s do po<strong>de</strong>r público. Esse historiador<br />
fez representações junto ao IHGESP, à Socieda<strong>de</strong> Geográfica Brasileira,<br />
publicando ainda artigos no jornal A Gazeta, ao tratar da inconveniência<br />
do governo paulista, já naquela época, em 1957, quanto à<br />
reforma do edifício colonial <strong>de</strong> Itapura.<br />
Conforme Akasaki e Garcia (2001), no presente, ainda é perceptível<br />
nos indivíduos da cida<strong>de</strong> a preocupação com sua história local em<br />
vista <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento turístico e sociocultural do município,<br />
a partir da restauração do “Palácio do Imperador”. Não obstante,<br />
o tempo passado <strong>de</strong>ixa emanar dos homens o interesse pela sua personalida<strong>de</strong><br />
própria, e é função da pesquisa histórica fazer aquilo que<br />
lhe compete (LE CORBUSIER, 1993), uma vez que nossa pesquisa <strong>de</strong><br />
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